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Tempo do Advento: Aquele que vem, fez-se Homem em Maria

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Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal
Prezados leitores/as. 
Entramos, desde o domingo 29 de novembro, num novo Ano Litúrgico. Na Igreja, o ano começa com o Primeiro Domingo do Advento e se conclui com a Solenidade de Cristo Rei, celebrada no domingo 22 de novembro. Durante o Advento celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria (8 de dezembro), e adoramos o mistério da preparação da vinda do Senhor. Sim, se o Advento é tempo de preparação para o Natal, a Imaculada Conceição significa que Deus preparou uma “Mulher”, para ser a primeira casa, o primeiro lugar da morada do Senhor. 
A doutrina do dogma da Imaculada Conceição é expressa na Bula de proclamação do Papa Pio IX: “Para a honra da santa e indivisa Trindade, para adorno e ornamento da Virgem Deípara… com a autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e nossa, declaramos, proclamamos e definimos: a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservado imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e por isso deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis” (DENZINGER-HÜNERMAN, Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral, 2803).
Advento quer dizer “o que está por vir”. Na Igreja, é a recordação da vinda do Redentor, do seu advento que já aconteceu. No ano litúrgico da Igreja não celebramos acontecimentos do passado, mas celebramos no mesmo acontecimento que significa a chegada, a entrada de Deus na história dos homens e das mulheres. De fato, não falamos de uma “segunda vinda”, como se ela fosse desconectada da “primeira”. Na realidade, trata-se de um único advento, que já aconteceu para nós, em Belém, quando o Filho de Deus, tornando-se o que nós somos, possibilitou-nos ser o que ele é. Isto é, o tempo do Advento nos recorda que já estamos no tempo de Deus e que, em cada celebração, mas não somente nela, festejamos, agradecemos e oferecemos nossa vida ao Deus que se ofereceu, entregando o seu Filho para nós (cf. Jo 3,16). No Natal nós celebramos Deus que se torna vida humana para que o homem se torne participante da vida divina. Por isso, nós devemos entender: Ele veio e permanece para sempre conosco. Por esta sua vinda é que entramos no tempo de Deus, a eternidade se une ao tempo de tal modo que não existe mais separação, não existe mais um Deus distante e vingativo, o que aliás nunca existiu de verdade, apenas no coração de homens e mulheres que não souberam reconhecer o Deus vivo verdadeiro. No Advento nós celebramos Deus que entra para sempre na nossa história. Por isso, é tempo de renovação da fé. Por Deus ter vindo e vindo para nós, acontece a transformação do nosso coração. Deus está conosco. Por isso, o seu Advento torna-se nosso Advento, isto é, Ele veio para nós e quer que nós nos dirijamos a Ele. No advento nós contemplaremos a Mãe do Messias, em quem se cumpre a profecia, apresentada por são Paulo, na Carta aos Efésios: “Nele [em Cristo], Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e imaculados diante dele, no amor” (Ef 1,4). Nós anunciamos não uma catástrofe, não uma condenação, não uma predestinação à perdição, mas uma boa notícia. E esta boa noticia quer dizer: Deus enviou seu Filho para nós, e ele nasceu da Virgem Maria, a Imaculada. 
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