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Temporada florida

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A primavera ainda está longe, mas qualquer estação pode ser florida e verde se o interessado procurar no jardim ou na vitrine certos. Pensar em flores como algo mais que um presente ocasional é uma ideia que agora está sendo cultivada com mais iniciativas no mercado natalense. Grandes e sortidas feiras têm sido realizadas nas praças dos shoppings, como o Festival de Flores de Holambra, no Via Direta, e a feira de flores promovida pelo Sebrae, que neste sábado estará no Praia Shopping. Os produtores locais também estão destacando a importância das flores tropicais, melhores para o clima local. Seja para decorar, cultivar, presentear e até mesmo comer, há uma flor pra cada ocasião.
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Consumir o verde de forma saudável é questão de conscientização e estímulo. A feira de flores que estará sábado, das 9 às 21h, no Praia Shopping, é uma das iniciativas do Sebrae para que o natalense passe a ver as plantas com outros olhos. “As pessoas gostam de flores, mas só compram para presentear em certas datas. As feiras devem estimular o hábito de pesquisar, comprar, levar pra casa, cuidar e cultivar. A ideia é aproximar essa cultura das pessoas. Planta é vida, traz colorido para casa”, explica Sergina Fernandes, analista técnica do Sebrae e gestora do projeto de flores e plantas tropicais.

As feiras exibem as especialidades dos vários produtores apoiados pelo Sebrae no Estado. Nas bancas entram  várias flores tropicais, hortênsias, orquídeas, bonsais, cactos e as resistentes ‘suculentas’ (as irmãs dos cactos, com folhas gordas e cheias de líquido). Sergina explica que o Sebrae apóia cerca de 50 pessoas que fazem parte dessa rede produtora, entre floricultores, paisagistas, viveiristas, e produtores. “Realizamos eventualmente cursos e palestras de capacitação. Fizemos um curso no Ceasa que atraiu muitos curiosos, gente que deseja saber mais para lidar com suas plantas”, diz.

Pétalas de Holambra

A estância de Holambra, em Campinas (SP), é conhecida como Cidade das Flores, e há três anos envia sua produção para ornamentar Natal. A 6ª edição – são duas por ano – vai até domingo no Via Direta, oferecendo mais de 20 espécies diferentes. O corredor de entrada do shopping ganha a aparência de uma grande estufa florida, por onde os clientes vêem as opções. O coordenador da feira, Afonso Barbosa, lista algumas favoritas do público, como os bonsais, a planta carnívora, orquídeas, violetas, lírios, azaléias, flor do deserto, flor de maio, bromélias, tarantas e ixórias.

As orquídeas são as mais vendidas, segundo o coordenador. Na feira há de oito a dez espécies. Outro fetiche, mesmo entre iniciantes, são os bonsais. Há desde o bonsai ‘baby’ até outros com mais de dez anos, a preços promocionais (R$44) – quanto mais velho o bonsai, mais caro. Até velhas conhecidas, como as samambaias, ganham variedades americana e havaiana. Afonso Barbosa acredita que o festival de Holambra vem fomentando o interesse floral na cidade. “As pessoas pedem mais informações, querem saber os cuidados específicos, e a gente passa as informações necessárias”, diz.
Tropicais x temperadas

As flores de climas temperados ainda imperam no gosto do consumidor médio potiguar. “São as flores mais expostas pela mídia, pelas novelas, filmes e revistas. Há quem ache que só existem rosas no mundo”, explica Marliete Souza, proprietária da Flor & Arte,  espaço fixo há cinco anos no estacionamento do Hiper de Capim Macio. Entre as temperadas favoritas estão as gérberas, lírios, lisiantos, rosas colombianas, minirrosas, e orquídeas.

Até por uma questão prática, Marliete sugere que as pessoas prestem mais atenção nas flores tropicais, de produção local. “Elas são coloridas, exuberantes, e têm uma durabilidade maior, de até oito dias, e fáceis de cultivar. Algo impossível com as flores temperadas”, explica. Entre as mais bonitas flores locais estão os antúrios, helicôneas, alipíneas, copo-de-leite, e folhagens diversas, como a pau d’água. Marliete também ressalta a questão da planta para ornamentação caseira, mas é algo que ainda vai levar tempo para se difundir por aqui. “A maioria das pessoas só querem flores para presentear ou decorar eventos”, diz.

Cooperativa florida

A Potyflores é uma cooperativa de flores criada há dez anos para congregar produtores locais diariamente na Ceasa. “O mercado está em expansão. Já temos clientes decorando suas casas e escritórios com flores. O crescimento é lento, mas as mudanças já são visíveis”, diz a cooperada Miriam Santiago. Vários integrantes da Potyflores participam de eventos locais, como o encontro todos os últimos sábados e domingos do mês, na Praça das Flores, em Petrópolis. “É uma feira não só de flores, tem artesanato e antiguidades também, mas as flores são muito procuradas como mais um elemento de decoração”, diz. Os produtores potiguares se concentram basicamente na Grande Natal, os maiores estão em Macaíba, Maxaranguape, Monte Alegre, e Nísia Floresta.

Um prato de flores

A visão e o olfato não são os únicos sentidos que as flores podem deliciar. O paladar também está entre eles, dependendo da criatividade dos chefes de cozinha. A chef Sônia Benevides, do restaurante O Bule, é uma entusiasta das pétalas colorindo vários pratos que elas produz. “Tenho uma sócia que é biólogo, e já chegamos a fazer um mapeamento de flores da região que podemos utilizar em minhas receitas”, afirma. Ela ressalta que as flores são usadas essencialmente nas finalizações dos pratos, já que normalmente elas não têm muito sabor.

“Uso flores nas finalizações, geralmente em saladas”, diz a chef, ressaltando que o efeito é mais de ornamentação do que gastronômico. Entre suas favoritas estão as flores de manjericão (que é bastante aromática), pitanga e erva-doce, entre as regionais. Já entre as que precisam trazer de fora, ela gosta de borago, capuchinho, jambu e mirá. Soninha ressalta que a flor de lavando é uma das poucas que tem realmente um sabor marcante. Ela conta que algumas pessoas chegam a estranhar as flores no prato. “Há quem tenha receio e me pergunte se realmente pode comer aquelas pétalas. É claro que partimos do princípio que apenas ingredientes comestíveis podem ir ao prato, não é?”, brinca. A chef conta que algumas flores realmente não servem para degustar. “Uma vez passei mal em meus testes às cegas com flores. Já sei que nem todas podem ser ingredientes”, conclui. 

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