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Tempos de fotonovelas

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Alex Medeiros
Na quinta-feira, abdiquei da rodada de futebol pela Europa para acompanhar na TV RAI, a estatal italiana, uma entrevista de uma diva da dramaturgia em quadrinhos, das novelas narradas em fotografias e que fizeram da Itália uma versão de papel de Hollywood. No palco do programa La Vita in Diretta, a estrela maior do “fotoromanzi” Katiuscia, o nome estelar de Caterina Piretti, que saltou das páginas da editora Lancio e da revista Grande Hotel para o mundo.
A histórica Lancio surgiu em 1936 como uma agência de publicidade, daí o nome que remete a lançamento de campanha publicitária. Em 1947 se tornou uma editora e sua primeira revista foi a Lancio CineStadio, que vendeu milhões de exemplares com uma história ilustrada idealizada pelos pais das fotonovelas, Cesare Zavattini e Damiano Damiani. Logo surgiriam duas revistas concorrentes, Sogno e Grande Hotel, aumentando a popularidade do gênero.
As novelas em quadrinhos italianas, assim como suas estrelas, chegaram no Brasil no começo dos anos 1950, inaugurando a moda com a revista Encanto e logo depois, em 1951, chegou a primeira edição local da italiana Grande Hotel.
A indústria dos romances em quadrinhos fez da Lancio um império de glamour que se equiparava ao mundo do cinema. Seus artistas tinhas salários milionários e recebiam milhões de cartas, superando até os astros do rock.
A partir da década de 1960, os títulos se multiplicaram e conquistaram o universo feminino por toda a Europa, chegando depois aos EUA e América do Sul. No Brasil, as fotonovelas só perdiam em vendas para os patos da Disney.
Penduradas nas bancas, as edições de Sonho, Kolossal, Letícia, Charme, Capricho, Marina, Querida, Sétimo Céu, Noturno, Ilusão, Jenifer, Romântica, Ternura, Destino, Sentimental e Grande Hotel encantavam garotas e senhoras.
A popularidade das revistas logo atraiu o mercado publicitário; não faltavam anúncios em suas páginas e contracapa. Algumas se tornaram até brinde de sabão em pó, numa tática de marketing para conquistar as donas de casa.
Lembro ainda criança do meu pai trazendo na sacola do mercado a caixa do sabão Rinso, onde minha mãe relaxava dos afazeres domésticos com as histórias de amor. Não demorou e os homens passaram também a aderir.
E então vieram as revistas com temas de espionagem, tramas policiais e até o sobrenatural. No começo dos anos 1970, eu li muito as edições de Jacques Douglas, Lucky Martin, Top-Secret, Frank Vermont, Intercept, além de Jenifer.
Cheguei a sonhar um futuro como nas tramas de Jacques Douglas, onde um casal se dividia entre o trabalho numa agência – chamada Blue Jeans – e um mistério por desvendar, antecipando em anos o Casal 20 e A Gata e o Rato.
As fotonovelas criaram astros e divas amados no mundo todo; como Katiuscia, Claudia Rivelli, Franco Gasparri, Paola Pitti, Franco Dani, Michela Roc, Luciano Francioli, Alex Damiani, Bárbara di Rossi, Max Delys, Marina Coffa e outros.
O sucesso era tanto que atores do cinema e da tv, os cantores, estrelavam em aventuras amorosas nas páginas das revistas. Foi ali que a jovem atriz Sofia Lazzaro pegou gosto pela dramaturgia e ganhou fama como Sophia Loren.
No Brasil, nomes como Roberto Carlos, Regina Duarte, Francisco Cuoco, Ronnie Von, Tony Ramos participaram de fotonovelas. No começo dos anos 1970, eu tinha na carteira sem dinheiro imagens de Claudia Rivelli e Marina Santi. Bons tempos aqueles.
Hipocrisia
Não há como não se indignar e classificar como a coisa mais escrota nessa pandemia. Pequenas escolas sendo fechadas, professores demitidos, tudo provocado por quem goza do serviço home office e recebe 30 mil reais/mês.
Hipocrisia II
No estado americano de Nevada, o governador do partido democrata proibiu a abertura das igrejas evangélicas e liberou os cassinos. Os evangélicos foram à luta e lotaram as casas de jogos com seus cultos, cânticos e as orações.
Intolerância
Na eleição de membros dos conselhos tutelares sempre ocorre uma campanha com participação de lideranças políticas. E é assim, com esse viés político, que os conselhos agem, como no caso da garota do candomblé em Ubatuba-SP.
Comparações
Assim como um planeta não é referência de grandeza no universo, ou como um transatlântico também não é no oceano, da mesma forma usar tamanho de campo de futebol como grandeza na Amazônia é só discurso fácil de xiitas.
Velhos baianos
Hoje tem live dos Novos Baianos num tributo ao colega Moraes Moreira, a marca maior do grupo icônico que sacudiu o Brasil entre 1969 e 1979. Às 17h30 tocarão os velhos sucessos, no canal do YouTube da cerveja Devassa.
Brega e Beatles
O vocalista Edu Henning, do Clube Big Beatles, segue na quarentena acumulando entrevistas com astros do mundo pop brasileiro. Hoje é a vez de Falcão, o globe-trotter do brega, em live no Instagram @clubebigbeatlesoficial.
Jovem Guarda
Depois da live dos 55 anos de carreira, feita em 27/6, a banda The Fevers repete a dose hoje às 18h30, no canal do YouTube. E ainda tem como reforço os amigos dos Golden Boys, outra das bandas que marcaram a Jovem Guarda.
Carol dois
A cineasta americana Nia DaCosta vai dirigir o segundo filme da Capitã Marvel (Carol Danvers), interpretada pela loira Brie Larson, e que arrebentou – literalmente – o universo Marvel no primeiro filme lançado no ano passado.
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