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Tentando a volta

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As férias se foram e a volta do colunista ao batente acontece no arraiar de um agosto imprevisível pautado por motes, na maioria desagradáveis. Carlos Heitor Cony, nosso cronista maior, firme nos seus noventanos, começa sua coluna de domingo, 6, na Folha de S. Paulo, dizendo: “Dois problemas atrapalham os cronistas: muito assunto e nenhum assunto. Este dá mais liberdade, mas nem sempre agrada o leitor. Muito assunto provoca um tipo de concorrência, porque todos falam mais ou menos a mesma coisa. Cabe ao leitor escolher o texto que mais lhe agrada”.

Confesso que me sinto meio perdido no cruzamento dessas duas veredas. Talvez a falta de assunto dê mesmo mais conforto a quem tem a obrigação de escrever. Mas inventar não é fácil, mormente hoje em que o repórter em vez de contar os fatos, se dedicam a recriá-los no agitado oceano das interpretações. Os cronistas, também.  Bom, vou tentar mais uma vez seguir a rotina do jornal, lá se vão 64 anos de ofício subindo e descendo escadas.

Apesar de Brasília e da Reta Tabajara, as férias de julho foram bem aproveitadas por conta das chuvas que caíram nas Queimadas de Baixo, o Agreste todo voltando ao verde de suas matas e de seus pastos. Já se vê gado engordando e miunça, idem.  Deu para juntar uma aguazinha até o começo do inverno do ano que vem que, segundo os profetas do sertão, será inverno mesmo, chovendo de janeiro a junho. Amém. Aguardemos os relâmpagos de dezembro que ensaiam pelos céus do poente em ano de inverno bom.

Vamos caminhando por agosto, ainda no seu começo, um mês que marca tragédias no calendário político do país. Pra início de conversa lembremos de duas delas: o suicídio de Getúlio Vargas (24 de agosto de 1954) e a renúncia de Jânio Quadros (25 de agosto de 1961), a primeira de Brasília que tinha sido inaugurada no ano anterior por Juscelino Kubitschek, que morreria num acidente de carro na Via Dutra em 22 de agosto de 1976. Morte ainda cercada de mistérios. Recentemente, em 31 de agosto de 2016, o Congresso decretou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Semana passada, dia 2, o presidente Michel Temer escapou de uma, mas a sessão da Câmara dos Deputados, no ritmo de votação seguido pelos ilustres representantes do povo brasileiro, foi trágica. Faltam 24 dias para o término do mês. Ontem foi noite de lua cheia.  Ufa!

Ticiano Duarte
Dois anos, hoje, da morte de Ticiano Duarte. Foi na madrugada de 8 de agosto de 2015, depois de participar de uma mesa sobre Djalma Maranhão na Festa Literária da Praia de Pipa. Ticiano, o jornalista (foi editor desta Tribuna do Norte), escritor, professor do ensino superior, líder maçônico, ex-secretário de Estado (Governo Aluísio Alves), agitador cultural, boêmio, excepcional “causeur”, das maiores figuras de Natal. Andava pelos 84 anos.
Será celebrada missa às 16h30 horas na Igreja de São Judas Tadeu, esquina da rua Otávio Lamartine com a avenida Rodrigues Alves, Petrópolis.

Transcrevo trechos de uma de suas crônicas, lembrando o Grande Ponto, um de seus territórios sentimentais, Natal dos idos de 1940, 50, 60:

“O que foi o “Grande Ponto”, no contexto da história de Natal? Local para onde se convergiam os habitantes da pequena cidade, então um número de cinquenta a oitenta mil. Patrimônio cultural e boêmio da capital do Estado, que ensaiava os primeiros passos de metrópole, no burburinho provinciano, mas marcante de um povo que sempre buscou o seu destino de transformar-se, como se transformou, em requestado endereço turístico, que derrama beleza ao por do sol, emblema de acolhimento e calor humano.

“Eu sou xarias. Nasci na fronteira do “Grande Ponto”, na antiga rua Uruguaiana, que depois se chamou Idaletro de Freitas e hoje guarda o nome do General Osório. Portanto, sou orgulhosamente fronteiriço do “país” do “Grande Ponto”, onde aprendi, na sua universidade aberta, democrática e transparente, lições de menino, de adulto e de homem maduro. Sonhei muito e fui sempre fiel aos ensinamentos ali recebidos, de amor, perseverança e solidariedade”.
Saudades do velho amigo Tício.

Viver Mais
Começa hoje, no Colégio Marista, um Ciclo de Palestras sobre Geriatria para médicos, doutorandos e convidados com o tema “Como viver mais com boa qualidade de vida”. Abertura às 19 horas.

Entre os palestrantes os médicos Gustavo Rego, Celso Matias, Carlos Dutra e a médica Vanessa Giffoni.

A renda do evento será doada ao Instituto Juvino Barreto. A segunda rodada está marcada para o dia 22.

Boa música Deu na coluna Gente Boa, de O Globo:
– Gilberto Gil está compondo uma música, em parceria com o filho Bem e com o baixista Alberto Concentino para o disco que Roberta Sá está gravando só com músicas do baiano.

Livro Anote em sua agenda: dia 17, na sede da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, coisa das 18 horas, haverá o lançamento do livro “Tecelãs – Tejedoras”, da poeta Rizolete Fernandes, edição da Sarau de Letras.

Saudação do Louvor A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras marcou para sexta-feira, 11, às 17 horas, a sessão do necrológio do acadêmico e embaixador Nestor dos Santos Lima, falecido no dia 21 de junho. Fará a Saudação do Louvor, o acadêmico Jurandyr Navarro.

Agro no Parque
Hoje é o segundo e último dia do Agropec Semiárido que acontece derna de ontem no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. Promovido pelas Federações de Agricultura e Pecuária do Nordeste, numa parceria com o CNA, Sebrae e Senar.

Tem delegações de todos os estados nordestinos. É o maior evento do gênero realizado no Nordeste. Na sua programação dezenas de aulas e palestras.

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