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Teólogo carioca defende a cultura da paz em protestos

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Criada com o objetivo de dar voz a quem não tem voz e visibilidade aos invisíveis, a ONG Rio de Paz reúne cidadãos para atuar em intervenções urbanas de impacto e projetos sociais em comunidades pobres. A Rio de Paz é especializada em direitos humanos. Filiada ao Departamento de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), ela não tem ligações religiosas. Com grande repercussão de seus trabalhos, a ONG com começa a espalhar ramificações pelo país. Em Natal a convite da Missão Evangélica Pentecostal para realizar palestras sobre esse trabalho, Antônio Carlos Costa concedeu entrevista à TRIBUNA DO NORTE.
Teólogo Antônio Carlos Costa está em Natal fazendo palestras sobre mobilização social e manifestação de ruas
Como surgiu a ideia de criar a Rio de Paz?

No final de 2006 eu pirei. Em uma ação do tráfico, no dia 28 de dezembro de 2006, eles mataram 19 pessoas no Rio de Janeiro em um único dia e oito delas foram queimadas vivas dentro de um ônibus. Meu desejo era meter fogo e parar o Rio de Janeiro. Aí eu pensei que isso criaria uma cultura de guerra e eu queria vencer usando a paz. Decidi ir para a rua. Ocorreu a ideia de fazer um protesto em Copacabana onde a gente montou um cemitério como se todos os mortos do início do ano de 2007 estivessem ali enterrados. Foi uma coisa tão inovadora que desde então a imprensa nunca mais parou de nos acompanhar e  resolvemos usar isso em favor de direitos da população e desde então nunca mais paramos.

Qual o alcance desse movimento no país?

É um movimento inclusivo, que conta com a colaboração independente de credo, de ideologia, desde que sejam pessoas comprometidas com a defesa dos direitos humanos e com a contribuição à vida. Hoje nós temos pessoas em várias capitais do Brasil. Vamos entrar na fase de organização nos estados.

Como está sendo o trabalho em Natal?

Aqui em Natal, cristãos estão nos chamando para falar de mobilização social, manifestação de rua, protesto e isso pode ser o inicio de uma grande transformação social no Brasil. Estou impressionado com a resposta ao que está sendo falado aqui em Natal. Como as pessoas estão compreendendo que se elas estivessem mais envolvidas com a cidade e com o estado nós teríamos aqui um melhor nível social. Ficou muito claro para todas que o estádio (Arena das Dunas) só foi construído aqui porque a sociedade deixou. Nada contra o futebol, mas tudo contra uma inversão de valores em que você vê vontade política para investir em arenas esportivas e não vê política para investir nos necessitados.

Que mensagem você gostaria de deixar para a sociedade?

Brasileiro não saia das ruas. Não precisa quebrar as coisas, mas proteste. É seu direito. A nossa desigualdade social é humilhante, aviltante e ela deve contar com o repúdio completo da sociedade.

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