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Teremos bastante trabalho em 2021, diz presidente da Cabo Telecom

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Ricardo Araújo
Editor de Economia

De olho num mercado crescente no litoral Sul do Rio Grande do Norte, principalmente com a proximidade do verão, a Cabo Telecom fechou uma negociação que culminou na aquisição da Cortez Online, empresa genuinamente potiguar referência em serviços de internet nas cidades de São José de Mipibu, Nísia Floresta, Monte Alegre, Brejinho, Goianinha, Tibau do Sul, Canguaretama e Santo Antônio.
Diretor-presidente da Cabo Telecom, Cláudio Alvarez
Sem revelar valores envolvidos na negociação, a Cabo Telecom, atuante há 20 anos no Estado, visa integrar o know-how de mercado da Cabo Telecom à expertise da Cortez no nicho em que atua. Com a compra da empresa, o Grupo Conexão se torna ainda mais forte.  Ele é composto pelas empresas Cabo Telecom RN/PB, Direta de Guaxupé/MG, Alegra Telecom de São João da Boa Vista/SP, Conexão Telecom de Mococa/SP, Ideia Telecom de Caucaia/CE, Multiplay Telecom/CE, Mega de São José do Rio Pardo/SP, Agily Telecom de Fortaleza/CE e Outcenter, com sede em Botelhos/MG, Poços de Caldas/MG e Porto Seguro/BA.

Atualmente, o Grupo Conexão soma mais de 1.800 colaboradores, atende a 400 mil lares e 20 mil clientes empresariais, oferecendo serviços e soluções de internet, dados, TV a cabo e telefonia. Na entrevista a seguir, o diretor-presidente da Cabo Telecom em Natal, Claudio Alvarez, dá detalhes do negócio e avalia o atual momento do mercado de internet. Acompanhe.

Como se deu o processo de negociação que culminou na junção das duas empresas? Qual o valor aproximado envolvido e como ficou a participação societária?

O processo de negociação começou no final do ano retrasado. Nós procuramos algumas empresas para fazer a ampliação de nossa rede e, principalmente, que fosse perto de Natal para promovermos uma sinergia com a nossa estrutura da Cabo Telecom. E entre as empresas que prospectamos, encontramos a Cortez Online, uma empresa bem estruturada, com equipamentos de boa qualidade, sem grandes pendências ou problemas legais, com uma cobertura muito boa e atendendo uma região com o potencial que estávamos procurando para fazermos a expansão para a região Sul do Estado. O valor da negociação envolve acordos ao longo de vários anos e  inclui questões de pagamento atual e pagamento futuro. O valor da empresa se calcula sobre o seu resultado, que tipo de tecnologia tem, qual seria a necessidade para adequar a estrutura atual para os padrões que se almeja, então, neste caso, a transação com a Cortez foi relativamente rápida, foi feita uma análise contábil externa e aí chegamos a um acordo que tende a sofrer variações futuras, por isso não tenho como precisar o valor exato da negociação. Fechado o acordo, assumimos a Cortez a partir de primeiro de outubro. Nós compramos a empresa completa, 100% da participação societária, incluindo funcionários, estrutura, equipamentos na casa do cliente, frota, tudo o que a compõe. Encontramos uma empresa muito bem arrumada, com um grupo de funcionários bem preparado e calculamos que não vamos ter necessidade de fazermos ajustes extremos. A Cortez se complementa muito bem à Cabo Telecom, as duas empresas estão bastante alinhadas em relação à qualidade, equipamentos e estrutura necessários para prestar um bom serviço.

A partir dessa união, como o mercado potiguar será explorado? A empresa passa a ter um nome único, qual?

Neste momento, a distância de ponta a ponta da nossa rede soma mais de 100 Km, entre a zona norte de Natal e a praia de Pipa, então, necessitamos de atendimentos pontuais e localizados e precisávamos descentralizar o atendimento feito em Natal, cuja sede fica em Candelária. Então, vamos manter a estrutura com a qual a Cortez conta na região em que atua, com a forma de trabalho que já está em seu seu DNA. As marcas continuam como são atualmente para manter as características individuais das empresas e o nome Cortez é um nome muito forte na região, então não há necessidade de mudar, por enquanto. Quando a empresa tiver bem posicionada financeiramente, poderemos colocar o nome de fantasia da Cabo Telecom, mas por enquanto seguirá desta forma, com os nomes separados. A única coisa que fizemos foi colocar o “C” da Cortez com a identidade da Cabo, como uma demonstração de união de força entre as duas marcas.

Com a pandemia, o consumo de internet aumentou ao redor do mundo. Como a Cortez Online se adequou a esse novo cenário e como pretende melhorar sua atuação a partir do negócio com a Cabo Telecom?

O consumo de internet aumentou, sim, durante a fase mais crítica da pandemia e depois gradativamente, podemos dizer que voltou aos mesmos patamares de antes da pandemia. A Cortez trabalhou bem, cresceu um pouco durante esse período, quando ainda não estava sendo supervisionada pela Cabo e vemos que conseguiu administrar a fase mais crítica da pandemia de forma satisfatória, com um bom  atendimento e o número de clientes crescendo em relação aos meses anteriores. Na realidade, temos muita coisa que aprender e muita coisa que trocar, não necessariamente melhorar. Tem algumas formas de atendimento e alguns serviços que temos na Cabo e não tem na Cortez, como por exemplo, telefonia, TV e centrais telefônicas. Mas o atendimento e o serviço prestado é de muito boa qualidade e não temos muito o que melhorar nesse quesito. Por termos mais cobertura e mais impermeabilidade,  vamos atender melhor teoricamente a questões como queda de internet, porque temos mais interconexão. Mas não gostaria de dizer que tudo vai melhorar com a chegada da Cabo. O que podemos ajudar é no incremento de algumas formas de serviço que hoje a Cortez não tem e otimizaremos, dentro do possível, alguma forma de trabalho, alguma forma de atendimento que a Cortez não tinha muito em seu DNA. Mas basicamente não vai ter uma grande diferença, porque consideramos que a Cortez já prestava um bom serviço na região.

Na maioria das praias do litoral Sul do Estado, próximas da área de atuação da Cortez Online, a conexão de internet ainda é precária. Há a intenção de melhorar o sinal nessas localidades e expandir a atuação da empresa nelas? De que maneira e a partir de quando?

Estamos avaliando e reavaliando tudo o que está feito. Em algumas praias da região, a conexão é de fato precária, em alguns lugares, não em todos. Existem dois ou três provedores prestando um bom serviço, mas sem dúvida vamos melhorar, vamos fazer cabeamento novo nas praças onde já atuamos e em alguns bairros que ficaram fora, vamos refazer alguns cabeamentos onde a rede está saturada, mas não temos por enquanto planejada a expansão para outras cidades que não sejam as já atendidas pela Cortez. Sim, vamos melhorar a cobertura, chegar em algumas áreas que ainda não estão atendidas pela fibra óptica, então teremos bastante trabalho em 2021 para deixar todas as cidades que hoje atendemos, com a mesma qualidade da Cortez Online e com a prestação de serviço no padrão da Cabo. Outros serviços que ainda não são prestados pela Cortez, como telefonia, TV por assinatura, centrais telefônicas, serviços corporativos, estão sendo planejados para serem oferecidos em algumas regiões como Pipa, Tibau do Sul e em outras cidades.

Novas empresas ingressaram recentemente no RN para explorar o mercado de internet e TV por assinatura. Como o senhor avalia o atual cenário da concorrência e o que ela traz de positivo ao cliente?

Novas empresas ingressam sempre no mercado nesses 20 anos que a Cabo tem de atuação em Natal. Sempre convivemos com a concorrência de outras empresas, tanto em nível local, com provedores pequenos, quanto em nível nacional, com provedores gigantes. A concorrência é um evento positivo para todo mundo. O problema é quando alguma empresa nova vem com métodos de crescimento incomuns. Por exemplo, nós tivemos mais corte de cabo na rua em 2020 do que durante todos os 20 anos da empresa, antes da chegada desses novos concorrentes. Então, existe uma concorrência sadia e existe uma concorrência que degrada. Nós sempre tivemos uma concorrência sadia, que oferecia benefícios ao clientes, com a prestação de serviço diferenciada, que te faz se esforçar para oferecer o melhor serviço e ser escolhido pelo cliente, e agora temos uma concorrência, que espero passe logo, que tem uma forma de venda, de comercialização e de instalação que não está dentro de padrões aceitáveis pelo mercado. Temos identificado alguns problemas na rua e em condomínios, onde somos surpreendidos com cabos cortados ou danificados, o que antes não acontecia.

Qual a atual carteira ativa de clientes da Cabo Telecom e Cortez Online? Para quanto as empresas projetam crescimento e de que forma irão torná-lo realidade?

A Cabo Telecom, somando Natal e João Pessoa, conta atualmente com 130 mil clientes, aproximadamente. A Cortez, que foi adquirida agora, tem cerca de 16 mil clientes. Os projetos de expansão para 2021 permanecem como já vínhamos traçando: crescer em áreas novas, ou seguir trabalhando nas mesmas cidades, mas em regiões ainda não exploradas, conquistando mais clientes e otimizando a rede que já existe. Temos planejado os próximos passos com os pés no chão, pois não sabemos como será a realidade do próximo ano, então, a proposta é trabalhar sobre a rede que já existe, incrementando a tecnologia antiga para a nova e, dessa forma, aumentar o número de clientes e a qualidade do serviço. E olhando para novos negócios e tentando crescer no mercado.

Com um cenário econômico incerto para 2021, o senhor teme que muitas famílias deixem de pagar a internet e TV por assinatura?

O nosso cliente está passando por uma crise, como tem sido para a maioria da população, mas não me parece que esse quadro se agrave mais para 2021. O acesso à internet não tende a registrar uma grande mudança em médio prazo. As coisas estão um tanto incertas, sem dúvida, não sabemos muito bem o rumo que tomará a pandemia, se acaba, se não acaba, mas estamos otimistas de que o cenário se estabilizará e o mercado de TV por assinatura e internet se manterá em equilíbrio.

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