São Paulo – O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, revelou que o despacho emergencial das térmicas nesse início de ano para poupar os reservatórios das hidrelétricas e a exposição de distribuidoras ao mercado de curto prazo provocou um impacto de R$ 900 milhões na conta de luz dos consumidores. “No primeiro trimestre, esse impacto foi de R$ 750 milhões. Considerando abril, isso sobe para R$ 900 milhões”, disse o diretor da agência após participar de um encontro fechado com empresários, organizado pela Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib).
Segundo Kelman, a Aneel optou por passar esse impacto adicional na conta de luz já nos processos de revisão tarifária em andamento, em vez de esperar que isso seja computado daqui um ano quando as concessionárias passam pelos novos reajustes tarifários. “Esse montante de R$ 900 milhões se dilui porque são muitas concessionárias, mas o impacto na revisão foi próximo de 1% em alguns casos”, disse o executivo, sinalizando que as reduções tarifárias poderiam ser maiores não fosse o impacto extraordinário para as concessionárias.
Especificamente sobre a exposição ao mercado de curto prazo, cujo preço em janeiro deste ano ultrapassou R$ 500/MWh, Kelman disse que a Aneel está reconhecendo os custos que as distribuidoras tiverem da chamada “exposição involuntária”.