quarta-feira, 24 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Térmicas não terão gás suficiente em dois anos

- Publicidade -

Rio – Estudo apresentado ontem pela consultoria Gás Energy na Rio Oil  & Gás aponta para um cenário sombrio no sistema elétrico brasileiro durante  os próximos dois anos. Segundo o sócio-diretor da consultoria, Marco Tavares,  já está faltando gás natural para geração térmica e a tendência é que a situação  se agrave até 2009, quando o país começará a importar gás natural liquefeito  (GNL).   

O especialista não fala em risco imediato de desabastecimento de energia, mas  diz que, sem as térmicas, o País caminha para uma redução significativa dos  reservatórios das hidrelétricas. “A alternativa é gastar água dos reservatórios,  em uma situação semelhante à que vivemos antes do racionamento de energia”,  comparou.

O estudo usa como base o Planejamento Mensal da Operação (PMO), elaborado pelo  Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo os dados disponíveis, o  custo atual de geração já justificaria o uso de pelo menos quatro térmicas no  País, que não estão sendo despachadas por indisponibilidade de gás, cenário  que obriga o ONS a determinar a geração em usinas mais caras.  

Em 2007, diz Tavares, o Brasil precisará de 22 milhões de metros cúbicos de  gás natural para geração térmica, caso os preços se mantenham no atual patamar.  Mas, novamente, não haverá gás disponível para todas as usinas. Segundo ele,  2007 e 2008 serão anos críticos, já que a partir de 2009 o Brasil passará contar,  de acordo com a Petrobras, com 20 milhões de metros cúbicos de GNL por dia.  Em 2008, segundo os cálculos da Gás Energy, o Brasil terá capacidade para abastecer  apenas 32% da capacidade do parque térmico.  

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás),  Romero de Oliveira Silva, calcula que haverá um déficit de 10 milhões de metros  cúbicos em 2011. A conta diverge dos números apresentados pela Petrobras porque  estes não consideram o consumo interno da estatal, que deverá chegar a 21,8  milhões de metros cúbicos por dia naquele ano. Silva propôs como alternativa  a redução ou substituição do uso do gás em refinarias e instalações da empresa. O presidente da Abegás reclamou que as más notícias sobre a oferta futura de  gás têm dificultado o trabalho de captação de novos clientes pelas distribuidoras.  “Como posso me comprometer a entregar 200 mil metros cúbicos para uma indústria?”,  questionou, lembrando que grande parte das companhias do Nordeste está hoje  sem contrato de suprimento com a Petrobras.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas