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Testemunhas denunciam os crimes de “Justiceiros”

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APREESÃO - A polícia prendeu um grupo esta semana e com ele três revólveres e uma espingarda A polícia tem em mãos, desde dezembro do ano passado, uma lista de vítimas de um grupo que matava pessoas envolvidas em crimes na Favela do Fio, Promorar e Felipe Camarão, na zona Oeste de Natal. Entre as supostas vítimas do grupo que agia como uma espécie de “Justiceiros”, estão Ubirani Costa da Nóbrega, o “Nem Caverinha”, Leonardo Gomes e as pessoas conhecidas como “Diniz”, “Sales”, “João da Burra”, “Bahia do Mereto”, “Geninho”, “Nandi Prata” e “Severino Bruce Lee”.

Essas vítimas, segundo uma testemunha, foram mortas pelos “Justiceiros”, grupo integrado por Vanildo Fernando de Oliveira, 27 anos, detido esta semana com um pequeno arsenal. Ele era “informante” da polícia e agia, segundo denúncias, em operações e prisões junto com a PM.

As denúncias são gravíssimas. Existem depoimentos que relatam o envolvimento de PMs com torturas de suspeitos. As sessões de espancamento, inclusive, contavam com a participação de Vanildo. Segundo uma mulher, parente de uma vítima, o “grupo de extermínio” agia como uma espécie de “justiceiros”. Eles matavam ou ameaçavam os bandidos que roubavam as pessoas do próprio bairro, mas também existem relatos de extorsões. 

As pessoas que não foram mortas contaram aos parentes que eram levadas para a região conhecida como “Barreiros”, próximo a um esgotamento sanitário, onde eram espancadas e torturadas. As sessões de maus tratos eram observadas por PMs e seus informantes. Existem informações de que Vanildo também tinha trânsito livre na DP de Felipe Camarão, a ponto dele ser confundido com um policial de verdade. A denúncia foi confirmada, em parte, com a prisão de Vanildo e do vigia Fábio Nascimento, 26 anos, que estava com uma farda completa da PM. O acusado contou que comprou a farda ao soldado PM do 9º Batalhão, Ângelo Máximo, que foi convocado a depor sobre o caso.

As testemunhas estão com as identidades protegidas. Em todos os depoimentos, a polícia ouviu o relato de que as testemunhas correm risco caso a identidade delas “vaze” para os bandidos.  O caso é investigado pelo delegado Elivaldo Jácome, da Subsecretaria de Defesa Social. Existem denúncia do final do ano passado, mas os crimes, segundo os depoimentos, começaram em 2002 e podem ter ligação com o “Grupo de Extermínio” da Polícia Militar que foi desmantelado em fevereiro do ano passado e agia desde 2000.

No relato sobre a morte de “Nem Caverinha”, uma testemunha conta que o crime aconteceu no dia 14 de abril de 2002. A vítima foi morta por Vanildo e o irmão. As denúncias dão conta que os “justiceiros” agiam de forma organizada e usavam um Voyage branco, uma Titan preta, uma Hilux verde, um Monza azul e um Uno prata nos crimes. A polícia está tentando relacionar as marcas e cores dos carros aos veículos dos suspeitos. Além disso, os três revólveres e a espingarda apreendidas serão submetidas a exame de comparação balística com os projéteis retirados dos corpos das vítimas. O exame pode atestar se as armas são as mesmas usadas nas execução. Tanto Vanildo, quanto Fábio, negam as suspeitas.

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