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Tiago Calvacanti: a volta da alegria

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HABILIDADE - Tiago Cavalcanti agora é reconhecido pela torcida

A sábia linguagem falada dentro do mundo do futebol diz que um atacante vive de gols. Quem joga com a camisa nove e por qualquer motivo perde o dom de iludir os defensores e o goleiro adversários bem como a intimidade com a rede, normalmente cai em desgraça e com Tiago Cavalcanti não foi diferente no América. Após um jejum de oito jogos, o jogador viu o mundo ruir as suas costas, mas com paciência e muita ajuda soube da a volta por cima e voltou a mostrar que trata-se do homem certo no lugar certo dentro do time natalense, ao marcar gols importantes contra o Atlético Mineiro, Brasiliense e a Portuguesa.

Nascido na cidade de Mirassol, interior de São Paulo, parece que o destino desse jovem de 22 anos foi talhado para o futebol. Ele começou a tentar a sorte no esporte no time infanto-juvenil da cidade, aos 16 anos, talentoso logo chamou a atenção de empresários e de técnicos e no mesmo ano em que decidiu tentar a sorte como jogador de futebol, 1999, foi logo profissionalizado. “Tudo aconteceu muito rápido na minha carreira, fui fazer teste no time do Mirassol, o pessoal gostou de mim, fui aprovado e aos 16 anos assinei meu primeiro contrato como profissional”, conta.

Sob a embalagem de menino prodígio, logo cedo o menino que se tornará um jogador de futebol aderiu à vida cigana de quem decide ganhar a vida nessa profissão e foi obrigado a romper os laços de convivência com o pai e a mãe. A peregrinação em busca de reconhecimento e sucesso fez com que o adolescente, cheio de sonhos e incertezas pela frente se transferisse para o Ituano e logo depois fosse adquirido pelo Irati/PR, clube mantido pelo empresário Juan Figger que ganha a vida realizando transações de compra, venda e empréstimos de jogadores.

Com talento e o auxílio de um experiente gestor de carreiras, as portas que já estavam se abrindo foram escancaras, e na idade que qualquer jovem costuma trazer preocupação aos pais, Tiago orgulhava a família Cavalcanti envergando a camisa de titular do Coritiba, em 2005, onde foi um dos artilheiros do Campeonato Paranaense. Logo depois surgiu a proposta de transferência para o Atlético Mineiro, um clube que por conviver num período conturbado, não teve a paciência necessária para ver desflorar o futebol do atacante. Sorte do América, que conseguiu convencer o clube mineiro empresta-lo.

Torcida de Natal acolheu bem o craque

Em Natal o jogador não demorou a cair nas graças da torcida, estreou contra o Sport, com vitória, num jogo onde apesar de não marcar gols chamou a atenção pela boa movimentação na frente. O primeiro gol diante da massa alvirrubra ocorreu contra o Remo, numa vitória por 3 a 0, onde a equipe natalense começava a mostrar disposição de brigar por uma das quatros vagas de acesso à divisão de elite em 2007.

Mas o destino que reserva coisas boas, também reserva momentos difíceis, cuja superação, favorece ao aprendizado. Pelo que consegue recordar, o jejum de gols vivido em Natal foi o maior na curta e rica história do atacante, que antes disso o máximo que havia passado com o grito de gols preso na garganta foram de cinco partidas. “Nunca havia passado por momento tão difícil, entrei numa fase ruim que além de não fazer gols nada dava certo”, frisa. “Mas graças à compreensão dos companheiros, da comissão técnica e da própria diretoria, pude ter tranqüilidade para superar a fase ruim e tenho plena consciência de que posso ajudar o América a conquistar o seu objetivo: que é voltar para série A”, destacou.

Criticado severamente pela imprensa e vaiado pela grande maioria dos torcedores no período ruim, apesar da juventude o jogador mostra que recebe bem os conselhos e começa a retratar uma das maiores virtudes de um ser humano: não guardar mágoas. “Neste pouco tempo de carreira aprendi cedo que devemos tanto fechar os ouvidos para os elogios fartos como para as críticas pesadas. Recebi os protestos da torcida como um recado que deveria trabalhar mais, me empenhar bastante para superar a situação adversa e consegui”, salienta Tiago Cavalcanti. “As presenças de meus pais em Natal, que vieram passar uma temporada comigo, me deu mais confiança e força para lutar. Nada como o apoio da família para ajudar a superar os momentos difíceis”, frisa.

O jogador afirmou ainda que apesar do festival de críticas onde uma parte da imprensa pedia aberta a sua dispensa, ele nunca teve receio de ser demitido. “Nunca me preocupei com dispensa porque sei do meu potencial e quem me contratou para defender o América, se fez isso é porque confiava no meu futebol. Talvez essas mesmas pessoas que andaram pedindo a minha cabeça, hoje sejam aqueles que passam por mim e me festejam com tapinhas nas costas. Esse é o motivo que o jogador não deve se deixar levar por criticas e nem por elogios”, reforça.

Pescar é o passatempo predileto

Quando não está trabalhando Tiago gosta de sair com os amigos e pescar. Como o Campeonato Brasileiro trata-se de uma competição muito corrida o seu atual ciclo de amizades se resume a colegas de elenco, uma vez que como o tempo para diversão é escasso ele não tem muito tempo de buscar novos amigos. Mas ainda assim o jogador se diz perfeitamente ambientado em Natal. “A cidade é muito bonito, as pessoas comprovam a fama de hospitaleiras e não tenho do que reclamar. Acho difícil alguém chegar aqui e sofre com problema de ambientação. Tudo ajuda para deixar os visitantes à vontade”, salienta.

O contrato com o América vai até dezembro, Tiago Cavalcanti disse que não foi inclusa cláusula de preferência de renovação, mas não nega a vontade de permanecer no clube, principalmente se os planos de classificação para série A forem concretizados. “Já estou ambientado com o clube, a cidade e gostaria de ficar. Mas se não der certo que eu saia de Natal com a missão cumprida, comemorando o retorno do América à primeira divisão”, afirmou.

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