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Time primoroso

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Rubens Lemos Filho

Em 1990, com um técnico abominável (Sebastião Lazaroni), a seleção brasileira caiu nas oitavas, Maradona driblando dois volantes e três zagueiros com esplendor mitológico e servindo ao centroavante Caniggia, que driblou Taffarel e colocou devagar – para tripudiar ainda mais – na rede brasileira.

Seleção Brasileira nas Olimpíadas em 1988

Eliminado pela Argentina, time capenga e dependente químico de Diego, o Brasil constatou a lógica: a seleção de 1990 era a de dois anos antes, nas Olimpíadas de Seul sob o comando do falecido Carlos Alberto Silva, jeitão caipira e avesso a adulações midiáticas. Os caras jogavam bonito e o esquema todo arrumado.

O Brasil ganhou Olimpíada somente em 2016, gol de pênalti do mais antipático entre os insuportáveis, Neymar. Foi a glória das emoções tóxicas e dois anos depois a Bélgica botou o Brasil na roda e fora da Copa do Mundo. Dando olé.

O melhor time olímpico brasileiro foi o de 1988. Era uma convenção de bons de bola, hábeis e goleadores. Seu capitão e líder, o vascaíno Geovani, teve desempenho antológico, o que facilitou sua venda no ano seguinte ao Bologna(Itália).

Romário desabrochava aos 22 anos e logo depois de Seul, foi negociado com o PSV da Holanda. Bebeto empolgava com seus toques de efeito e deslocamentos constantes.

Assistia a Olimpíada no futebol às 6 horas da matina, pouco antes de sair para a aula. Contra a Argentina, aquela que derrubaria Lazaroni e seus comparsas, o Brasil fez uma partida tranquila, ritmada e Geovani marcou o gol da vitória(ele adorava triturar Hermanos), chutando da intermediária e matando o goleiro Islas, hoje uma espécie de cuidador disfarçado de auxiliar técnico de Diego Maradona. Islas é um sujeito decente e solidário.

A campanha, de tão boa, me fez recuperar os jogos em DVD, copiados de fita VHS(quem era vivo no tempo dela?), assistindo a cada um mais de três vezes, pelo menos. O Brasil estreou goleando a Nigéria, algo impensável hoje (4×0), venceu a Iugoslávia por 2×1 e a Austrália de 3×0.

A partida mais complicada selou o destino do Brasil. Contra a Alemanha Ocidental(o Muro da vergonha em Berlim) seria derrubado somente no ano seguinte, Geovani, Bebeto e Romário botaram os brucutus na roda, como se estivessem numa pelada em pleno calçamento de rua. Trivelas, passes de curva, lançamentos e cadência. A Alemanha corria e o Brasil usava o tempo com criatividade.

Logo na primeira jogada, Geovani enganou um zagueiro, driblou outros dois e bateu quase da linha de fundo, com efeito. A bola triscou a trave e saiu pela linha de fundo. O Brasil perdeu outras chances até que a Alemanha fez 1×0, fechando-se em retranca Panzer, nome de sua assombrosa divisão na Segunda Guerra Mundial.

Em jogada do fraco Careca do Cruzeiro, Romário cabeceou e empatou quando restavam menos de 10 minutos para terminar. Taffarel defendeu um pênalti de Klinsmann, um dos principais atacantes da história do futebol. Houve prorrogação em 0x0 e Taffarel, o Ungido, pegou mais três pênaltis que colocaram o Brasil na decisão.

Acontece que o destino é caprichoso e traquino. Geovani levou o segundo cartão amarelo e não disputou a finalíssima contra a União Soviética. Entrou  Neto, atual dublê de comentarista. Neto nada jogou e o Brasil perdeu de 2×1.

Nenhuma seleção, de lá para cá, demonstrou tanta habilidade e brasileirismo. O time-base: Taffarel; Luis Carlos Winck, Aloísio, André Cruz e Jorginho; Ademir, Andrade e Geovani; Bebeto, Romário e João Paulo. Todos, na galeria das injustiças boleiras.

Volta de Joca 
A volta de Joca ao ABC, quando o clube retomar suas atividades, é a prova da força das justas mobilizações. Dois representantes do ABC foram à casa de Joca e garantiram que o ato injusto será reparado. Deus é pai.

Humildade 
A vitória de Joca (tomara que também de Luiz José) é o triunfo do ABC humilde e retrato do povão. Joca é o ABC da Frasqueira, o que sobrevive dele.

Luiz 

Amigos do ex-administrador do Frasqueirão, Luiz José, estão preocupados com seu estado de Saúde. Luiz foi demitido pelo ABC mesmo com câncer de intestino. Vem fazendo um tratamento invasivo e doloroso. Menos para os carrascos da diretoria e puxa-sacos.

Denúncias

A coluna tem posição clara e não vai abrir um milímetro no episódio da demissão de funcionários do ABC em plena escalada do Coronavírus. O que o jornalismo de respeito não combina é com denuncismo vazio, sem provas. Sem documento. Aí, vai para a lixeira.

Orobó

Talvez o único ser humano – vivo – no Brasil nesses dias de pandemia a ter felicidade foi o atacante Tiago Orobó, deixando o América para disputar a Série A no Fortaleza. Foi uma senhora ascensão e Orobó deve ao time rubro a exposição midiática. É o principal artilheiro do país com 14 gols e antes de chegar aqui, ninguém sabia que existia. Tiago Orobó é um atacante oportunista e solamente. O futebol de hoje está fácil para qualquer mediano e, em seis meses, ele será esquecido pela galera americana.
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