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Traições facilitam vitória de Renan

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SENADO - Renan comemora resultado ao lado de José AgripinoBrasília (AE) – Traições na oposição facilitaram a reeleição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para mais um biênio à frente do Congresso, com uma folga de 13 votos sobre seu adversário e líder do PFL, José Agripino Maia (RN). O placar – 51 votos para o PMDB e 28 dados ao pefelista, além de um branco e um nulo – foi produto de migrações de votos inesperadas. Os aliados de Renan, que na véspera previam um placar mais apertado, procuraram administrar o favoritismo em um patamar mais baixo, temerosos das traições que fariam migrar votos para Agripino.

Ontem, porém, todos constataram que houve, sim, traição, mas a maior vítima foi o pefelista, que deveria ter obtido ao menos 30 votos – 17 de seu partido e 13 do PSDB. No PMDB, o próprio Renan admitiu publicamente ter perdido, para o adversário, os votos de três correligionários: Jarbas Vasconcelos (PE), Garibaldi Alves (RN) e Almeida Lima (SE). Assim que foi proclamado o resultado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para Renan e deu-lhe os parabéns. Embora de agrado do Planalto, o placar final não pode ser interpretado como vitória do governo e sim fruto dos arranjos internos.

“Qualquer candidato da base que não fosse o Renan perderia esta eleição”, resumiu o senador tucano Sérgio Guerra (PE), cabo eleitoral de José Agripino, convencido de que a vitória foi pessoal. “O Renan passou 2006 todo em Brasília, atendendo senadores. Não criou problema com ninguém, e é extremamente equilibrado e cordial”, completou. Ao comentar o telefonema de Lula, Renan limitou-se a dizer que o presidente sempre teve “muito carinho” com ele. “A conversa foi rápida e eu apenas agradeci”, desconversou o senador, que passou os últimos dias empenhado destacar sua “postura independente” em relação ao governo, lembrando que instalara cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sem consultar quem quer que fosse.

Em seu discurso aos eleitores, Renan voltou a cobrar as reformas tributária e política, com fidelidade partidária. Disse que a “fadiga da legislação política eleitoral” acaba desgastando o Congresso, que não pode mais pagar esta conta. “No Brasil, o que morreu não foi a ética. O que apodreceu foi o nosso sistema político”.

Na mesma linha, Agripino disse que sua candidatura foi positiva porque ajudou a acabar com a postura passiva do Congresso em relação ao governo, sobretudo no que se refere ao abuso na edição de medidas provisórias. O único protesto registrado na sessão ficou por conta da iniciativa do PT de articular, em plena madrugada, a criação de um bloco de um bloco de apoio ao governo, reunindo sete partidos (PT, PSB, PC do B, PTB, PR, PRTB e PP) e 25 parlamentares. “Soube deste bloco à meia noite e um minuto”, reclamou o líder tucano Arthur Virgílio Neto (AM).

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