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Trânsito no novo “point” de Ponta Negra está um caos

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AGITO - O tráfego de veículos às quartas-feiras na “Rua do Salsa” fica inviável

Desde que a rua A. B. Manoel de Araújo em Ponta Negra, conhecida popularmente por ‘Rua do Salsa’, se transformou em “point” de lazer na noite natalense, as quartas-feiras viraram motivo não só de diversão, mas também de desavença. O tráfego de veículos fica inviável porque uma multidão invade a via pública. Fato que ainda é agravado com a presença dos ambulantes, que estacionam seus isopores e carrinhos praticamente no meio da rua.

Não é difícil encontrar motoristas discutindo com pedestres e pessoas reclamando que os automóveis passam por cima dos pés de quem estiver na frente, esbarrando os retrovisores em todos sem piedade. “Tenho deixado de vir para cá porque está cada vez mais cheio. Antes eu vinha todas as quartas, agora só uma vez por mês. Os carros passam por cima da gente com o retrovisor, e já vi passarem com o pneu por cima do pé de uma amiga minha”, diz a estudante Iana Marques.

O advogado Marcos Delli conta que costuma freqüentar a rua sempre às quartas-feiras porque é o dia que tem mais movimento. Segundo ele, os carros passam com os retrovisores por cima de todo mundo. “Eu acho que deveriam interditar a rua pelo menos no dia mais movimentado e desviar o trânsito para a rua paralela”, sugere. Assim como ele, o programador Rivaldo Fernandes, também parte da mesma opinião: “tem que fechar a rua na quarta. Ou ao menos proibir o estacionamento dos carros, que é o que complica ainda mais o trânsito.”

A gerente de uma tapiocaria localizada na rua, Sílvia Costa, revela que a fama da área começou pelos próprios funcionários dos bares e restaurantes, que costumavam fazer happy hour às quartas-feiras, em frente aos locais de trabalho. “A quarta foi eleita por ser um dia tranqüilo e porque quase não tem opção noturna na cidade”, justifica ela, lembrando que o movimento maior de pessoas aconteceu com a inauguração do Salsa Bar, motivo que levou a rua a ser batizada como ‘Rua do Salsa’. “Agora é essa desorganização. Eu não posso estacionar meu carro por perto porque depois não consigo sair.”

A proprietária de um dos bares e também moradora da rua, Roberta De Marchi, confessa não gostar da grande movimentação. “Preciso estacionar meu carro às 17 horas e mesmo assim ainda ficamos presos. Não há controle algum, falta organização e quem sai perdendo somos nós”, desabafa.

“Nós ficamos inseguros porque nem os carros de polícia ou ambulâncias conseguem passar. Outro dia tivemos problemas com os ambulantes que estavam em frente ao bar impedindo a entrada de umdeficiente físico”, lembra o sócio, Luigi Mazzoleni.

“Rua do Salsa” está longe de ter uma solução

No que depender dos gestores municipais, o problema da rua estará longe de ser solucionado. Isso porque cada Secretaria Municipal justifica a falta de atuação por estar esperando que outros pontos da alçada de outras secretarias sejam resolvidos.

Sobre a interdição ou o desvio do tráfego de veículos da rua, o chefe do departamento de Planejamento da STTU, Walter Pedro, avisa que o órgão não tem condições de atuar na área enquanto outros pontos como a retirada dos ambulantes e a regularização dos bares e restaurantes não sejam colocados em prática. “Os agentes de trânsito estão realizando operações em outros pontos, também tão problemáticos quanto essa rua. Nós fazemos a fiscalização, mas não podemos ficar lá o dia todo”, explica.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) se esquivou de responder ao problema sob a mesma justificativa de que as ações dependem de outros pontos que ainda estavam por ser solucionados.

Já a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), através da secretária-adjunta Thaís Bezerra, garante que o problema dos ambulantes ainda persiste porque eles não podem fazer fiscalização toda quarta-feira no local. “Estivemos lá no último dia 14 e não tinham ambulantes. Mas a gente faz a fiscalização e eles voltam depois. Nós não temos condição nem pessoal suficiente para fazer mais do que já fazemos”, afirma a secretária, informando que no momento aguardam a Semurb para fazer uma ação conjunta. “Para tirar os ambulantes dali, os bares e restaurantes também precisam estar regularizados.”

A promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Rossana Sudário, conta que o trabalho do MP no sentido de cobrar das autoridades alguma medida para coibir a problemática, já dura mais de um ano. “A Semsur assinou um ajustamento de conduta se comprometendo em retirar todos os ambulantes e não foi o que aconteceu. Isso é uma capital e a fiscalização precisa ser mais ostensiva em todos os pontos”, diz ela, que atribui a quantidade de pessoas nas ruas à presença dos ambulantes. “Se eles não estivessem ali, todos seriam obrigados a consumir nos bares.”

A promotora esclarece que marcará uma nova audiência com todos os órgãos na primeira semana de fevereiro para cobrar que sejam colocadas em prática suas atribuições. “Caso a medida não resolva, serei obrigada a entrar com uma ação civil pública contra a Prefeitura”, avisa.

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