Yuno Silva
Repórter
Um trecho de 1,6 km da BR-101, entre o pórtico-estrela de Natal e o acesso à Nova Parnamirim, será interditado a partir das 7 horas de hoje para permitir que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realize obras viárias. A interdição irá durar seis meses, e todo o trânsito será desviado para as marginais da rodovia. No período, o DNIT irá construir um viaduto na altura da Av. Abel Cabral e uma passagem inferior para facilitar o acesso à Av. Maria Lacerda. O objetivo é tornar a rodovia expressa, eliminando os semáforos e retornos que provocam congestionamentos diários na área nos dois sentidos.
Acesso às pistas principais da BR-101 começaram a ser bloqueadas na
tarde de ontem pelo Dnit. Obras no local devem durar seis meses
Ontem à tarde, o DNIT ainda trabalhava nas marginais da BR-101 para adequar os desvios, a sinalização e paradas de ônibus. Alguns postes de energia elétrica, instalados às margens da rodovia, ainda não foram removidos e estão ‘sobrando’ no meio da via marginal – um obstáculo a mais a ser vencido pelos motoristas. Segundo o DNIT, a Cosern já está providenciando a retirada dos equipamentos.
“A situação no local, com relação ao fluxo do tráfego e a acessibilidade dos pedestres, será avaliada semanalmente”, informa nota de esclarecimento distribuída pela superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 70 mil veículos trafegam todos os dias pelo trecho que será interditado. “O tráfego que hoje é feito em três faixas na pista principal, passará a ser em duas nas marginais. Haverá impacto, mas a população precisa entender que é uma situação transitória”, disse o inspetor Roberto Cabral, da PRF. Ele informou que as interdições serão semelhantes às anteriores e que “aos poucos o trânsito vai se acomodando, ajustes e correções podem acontecer durante a interdição”.
Em dois pontos da BR-101, ainda há postes no meio das marginais
Cabral orienta que os motoristas evitem transitar pelo trecho interrompido: quem vem pela BR-304 poderá desviar por Mangabeira, alcançando a BR-226 e a zona Oeste de Natal; motoristas que estão vindo pela BR-101 Sul têm a opção de desviar por Cajupiranga e acessar a Av. Ayrton Senna. “Para sair de Natal, a melhor opção será vir pelo prolongamento da Avenida Prudente de Morais até Emaús”.
Para garantir o fluxo na Avenida Prudente de Morais, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) irá proibir a conversão à esquerda na Av. da Integração para aumentar o tempo do semáforo naquele ponto. Quando as obras forem concluídas, a rodovia passará a ser expressa e o trânsito provocado pelo semáforo na altura do acesso à Nova Parnamirim será eliminado.
Caso de Justiça
A remoção dos postes de energia elétrica, das marginais da BR-101, atrasou devido a judicialização do caso: Cosern e DNIT foram à Justiça para definir de quem seria a responsabilidade pelo serviço orçado em R$ 2 milhões. A assessoria de imprensa do DNIT informou que a Cosern chegou a recorrer da decisão judicial que determinou a remoção pela concessionária – que terá que arcar com os custos da remoção.
Até ontem, as marginais não estavam devidamente preparadas para
receber o fluxo de quase 70 mil veículos que passa pelo trecho
Nilson Queiroga, consultor do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal (Seturn), adiantou que o Seturn entrou com representação no Ministério Público Federal (MPF) para pedir o embargo da obra. O Seturn opera nove linhas de ônibus urbanos no trecho interditado.
“Nossa preocupação é com o transporte coletivo, e consequentemente com o trânsito de forma geral. Do jeito que está posto, o tráfego ali naquela área vai entrar em colapso. Não concluíram as marginais, não fizeram as baias para os ônibus. É um absurdo liberar o trânsito com um poste no meio da via. Vai travar tudo!”, criticou Queiroga.
O consultor disse que o Seturn desconhece a realização de audiências públicas tratando das obras, e cobra estudo de impacto ambiental e de viabilidade econômica e financeira.
“Apresentamos uma proposta para a obra seja feita de forma modular, primeiro o DNIT executar a obra do viaduto para depois começar a da passagem inferior. Nem quiseram nos ouvir”, reclamou o representante dos empresários de transporte urbano.
Nilson acrescenta que tem conhecimento de outra ação popular, ajuizada na 4ª Vara de Natal, onde o juiz determinou 72 horas para que o DNIT se pronuncie. “Pode haver embargo dessa obra”, acredita.
Mapa da Interdição
Fluxo de veículos na rodovia federal será modificado, a partir deste sábado, entre o Pórtico de Natal e a Leroy Merlin
