quinta-feira, 18 de abril, 2024
28.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

Treino de curta duração melhora destreza de bebês

- Publicidade -

São Paulo (Fapesp) – Um protocolo de treino simples e de curta duração criado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pode ajudar a desenvolver em bebês típicos e atípicos, de 3 a 5 meses de idade, a habilidade de alcançar (estender o braço até a mão tocar um objeto), podendo ou não apreendê-lo. De acordo com as pesquisadoras, esse tipo de intervenção pode prevenir problemas no desenvolvimento motor e cognitivo de crianças prematuras, com síndrome de Down, paralisia cerebral e mielomeningocele (espinha bífida).

“O alcance manual é fundamental para que o bebê adquira habilidades manipulativas, como pegar e explorar um brinquedo ou um alimento, e para se apoiar nos móveis e ficar em pé. É por meio da exploração dos objetos e do espaço, da percepção da textura, do peso e da maleabilidade ou rigidez do objeto que o bebê vai formando conceitos. O atraso no desenvolvimento da destreza manual pode resultar em problemas na idade pré-escolar, como dificuldades para segurar o lápis, compreender ou desenhar formas, calcular a força para manusear um objeto”, explicou Eloisa Tudella, pesquisadora da UFSCar.
Protocolo de treinos simples ajuda a desenvolver habilidades nos bebês normais e prematuros
Tudella coordena o projeto “Influência do treino específico na emergência do alcance em lactentes a termo e pré-termo”, apoiado pela Fapesp no âmbito de um acordo de cooperação entre as duas instituições. Resultados parciais foram apresentados  no 1º Seminário de Pesquisas sobre Desenvolvimento Infantil, na Fapesp.

“A técnica usada no estudo foi desenvolvida na prática, durante os atendimentos que realizamos no programa de intervenção precoce oferecido pelo Núcleo de Estudos em Neuropediatria e Motricidade (Nenem), da UFSCar. Decidimos levar essa metodologia ao laboratório, para constatar a efetividade daquilo que era observado clinicamente”, contou Tudella.

O trabalho de investigação foi, até o momento, realizado por três estudantes de doutorado. Andréa Baraldi Cunha avaliou, com apoio de Bolsa da FAPESP, o efeito do treino em condição de prática variada seriada em 30 bebês nascidos a termo, ou seja, entre 37 e 41 semanas e 6 dias. Também com Bolsa da Fapesp, Daniele de Almeida Soares avaliou o efeito do treino em condição de prática variada seriada em bloco em 36 prematuros tardios, nascidos entre 34 e 36 semanas e 6 dias. Os efeitos do treino também foram verificados em 18 prematuros extremos, com 33 semanas de vida ou menos, durante o doutorado de Elaine Leonezi Guimarães.

As pesquisadoras explicaram para as mães o que era o alcance manual e pediram para ficarem atentas e avisarem quando os bebês começassem a manifestar esse tipo de movimento. Os bebês nascidos a termo manifestaram os primeiros movimentos com, em média, 14 semanas de vida. A média dos prematuros foi de 16 semanas. “Embora os prematuros não demonstrassem atraso nas habilidades motoras grossas, como controlar a cabeça e o tronco, percebia-se um atraso nas habilidades motoras finas. Pode acontecer de esse bebê tentar pegar um objeto, não conseguir, se frustrar e desistir. Com o tempo, esse déficit no desenvolvimento vai se acumulando e, com mais idade, pode apresentar uma dificuldade maior ”, disse Tudella.

De acordo com Guimarães, quando se calcula a idade dos prematuros de acordo com a data prevista de nascimento, observa-se que esses bebês iniciam o alcance no período adequado, mas a qualidade do movimento é inferior.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas