quinta-feira, 28 de março, 2024
25.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Trem sai dos trilhos e fere cinco no Passo da Pátria

- Publicidade -

TOMBO - CBTU aponta areia nos trilhos como causa do acidente com tremO trem que faz a linha Natal-Parnamirim-Natal tombou, ontem, por volta das 6h15 da manhã, em frente ao Horto Municipal do Passo da Pátria causando pânico aos cerca de 600 passageiros.

A locomotiva que conduzia quatro vagões perdeu o controle e acabou virando junto com o primeiro vagão na curva da rua Ocidental de Baixo. Apesar do vagão estar lotado, transportava aproximadamente 100 pessoas, não houve feridos graves ou mortos.

Funcionários do Horto Municipal que ajudaram os passageiros a saírem dos vagões, disseram que a correria sem controle acabou machucando mais que o impacto provocado pelo tombamento. Segundo Anioly Maia, enfermeira gerente do setor de urgências do Walfredo Gurgel, dos cinco passageiros que deram entrada no pronto socorro com dores e escoriações, apenas um, que sofreu uma pancada forte na cabeça, ficou internado no setor de neurocirurgia para observação, mas segundo a avaliação do médico de plantão, o paciente apresentava um quadro estável.

 A moradora Maria Shirley Dantas confirmou a versão dos passageiros de que o trem estava em alta velocidade, mas segundo o superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), José Fernandes da Silva, o motivo do descarrilamento foi o excesso de areia trazida pelas chuvas que acabou obstruindo os trilhos. Segundo ele, a velocidade média do trem é de 28 km/h. A distância entre a estação Alecrim 2, anterior ao acidente, e o destino da máquina, ponto final da Ribeira, não é muito grande, leva em média quatro minutos e como o trem estava com os vagões cheios não conseguiria desenvolver uma velocidade superior aos 30km/h.

“O fator velocidade não influenciou no acidente, o problema foi a areia nos trilhos. Monitoramos a cada estação todo o percurso dos trens. Tanto as máquinas como os trilhos são revisados todos os dias, mas a chuva e o trânsito de veículos que ocorre no local praticamente soterraram os trilhos”, explicou José Fernandes.

O sistema de trens é bastante utilizado por quem mora nos municípios vizinhos, e áreas da cidade atendidas pela rede da CBTU. Com apenas R$ 0,50 o passageiro pode ir do município de Parnamirim até Ceará-Mirim, valor bem mais baixo que dos ônibus. Mas, por causa do tombamento, centenas de passageiros da linha Natal/Parnamirim/Natal ficaram prejudicados com a suspensão das viagens. Segundo a CBTU, o trem da linha Natal/Parnamirim/Natal voltaria a circular na manhã de hoje. O percurso Natal/Ceará-Mirim/Natal não foi prejudicado.

Vagões serão guinchados na manhã de hoje

Apesar de o preparo para o recarrilhamento do trem ter iniciado no final da manhã de ontem, até o final da tarde, a locomotiva e os dois vagões tombados ainda não haviam sido removidos do local do acidente. A CBTU conseguiu apoio da Força Naval, da STTU, da Polícia Ferroviária Federal e do corpo técnico da companhia, que, por coincidência, estava na cidade para discutir um projeto de transportes para a Zona Norte.

O procedimento reuniu dezenas de curiosos, que pareciam torcer contra a batalha dos técnicos para remover o primeiro vagão, que só conseguiu ser retirado às 16h30, após quatro tentativas. O último vagão – que não estava tombado – conseguiu ser desvencilhado dos vagões tombados puxado por outra locomotiva, através de um cabo de aço. Ele chegou a partir três vezes por causa do peso dos vagões: de 36 toneladas cada um, mais 65 da locomotiva.

A ação de ontem finalizou às 18 horas, quando os técnicos de manutenção da CBTU conseguiram desvencilhar um vagão tombado do outro. A previsão é que a locomotiva e os vagões sejam  guinchados ainda hoje pela manhã. Segundo o superintendente da CBTU, José Fernandes, o laudo técnico, que apontará a causa oficial do acidente, só deverá sair depois do resgate  dos equipamentos.

Tudo indica que o problema se deu realmente pelo acúmulo de metralhas e areia nos trilhos em razão da inesperada chuva. O superintendente acredita que o obstáculo se formou por causa do cruzamento que existe, exatamente no local onde o trem saiu dos trilhos. “Não há mureta de proteção por causa dessa passagem e não podemos impedir o acesso das pessoas. O fato é que nunca concordamos com o cruzamento. Uma hora ou outra poderia acontecer qualquer acidente do tipo.”

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas