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Três municípios registram queda de granizo durante fortes chuvas

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Daísa Alves – Repórter

Chuvas, trovoadas, relâmpagos e até granizo marcaram a madrugada desta segunda-feira (04) no Rio Grande do Norte.   Os acontecimentos favoreceram principalmente a região do Seridó, Alto Oeste e o litoral do Estado, que receberam chuvas inesperadas, e incomuns para a época. A surpresa tem uma explicação. Está formado na Região Nordeste o sistema meteorológico Vórtice Ciclônico de Ar Superior (VCAS) que provocou o aparecimento de nuvens densas com chuvas no RN e em outros estados da região. A expectativa é de uma nova chuva semelhante dia 10 de novembro, segundo a meteorologia.
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O fenômeno VCAS é comum para a época, mas não com a intensidade apresentada. De acordo com registros divulgados por moradores e blogueiros da região, as chuvas de maior intensidade ocorreram no Seridó, com volume de até 100mm em alguns sítios. Em Santana do Seridó, a maior surpresa. Houve queda de granizo, confirmada pelo meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). Houve ainda registro de granizo em Taboleiro Grande e Riacho de Santana. O último registro desse fenômeno no Estado foi em 2008, no município de Luiz Gomes.

Há relatos, ainda, de chuvas em Caicó, Parelhas, Janduís, Pau dos Ferros, Martins. Na manhã de ontem a Emparn  ainda não possuía o volume de chuvas incidentes nos municípios, mas confirmou as chuvas em Tenente Ananias, com 78mm; em Caicó, 38mm e  em Parelhas, 55 mm. A quantidade em Tenente Ananias equivale ao esperado para três meses.O açude Boqueirão, em Parelhas aumentou 30cmem seu volume de água.

Ainda com informações de moradores da região, no Sítio Jerusalém, em São João do Sabugi, a chuva foi de 130 milímetros; no Sítio Santa Cruz, em Caicó, 125 mm; na Fazenda Três Riachos, e em Ouro Branco, 100 mm. 

As chuvas surpreendem pelo volume bastante superior ao período  destes três meses; novembro, dezembro e janeiro, característicos pelo clima quente e seco. Em previsões anteriores, a perspectiva era que nesses meses chovesse entre 2 a 10 mm, no máximo.

“Este é o primeiro com mais chuva, depois do dia 10 de novembro estamos esperando mais um vórtice”, informa Bistrot, acrescentando que neste trimestre, janeiro, geralmente, é o que tem maior incidência de chuvas pelo VCAS. 

Além das chuvas pontuais, a região do Seridó foi surpreendida às 19h deste último domingo por uma chuva de granizo, raios e rajadas de vento, também  provocados pelo sistema VCAS. Mais precisamente, pela formação de nuvens do tipo cumulonimbo, característicos em locais com relevo acentuado, como as serras do Seridó. A nuvem cumulonimbo, possui de 5 a 6 km de extensão vertical, da base até a altura, que, junto ao intenso movimento ascendente no interior da nuvem provoca a formação de gelo na parte superior.

Em Santana do Seridó, o gelo tomou um tamanho suficiente para vencer a gravidade e  atingir o solo, provocando a queda de granizo. “Não é normal acontecer isso porque estamos numa região equatorial”, diz Bistrot.  O prefeito Adriano Gomes de Oliveira afirma que, apesar do susto, não houve prejuízos ou pessoas feridas pelas pedras de gelo. “Choveu apenas 25 milímetros, insuficiente para melhorar a situação do açude [Caldeirão] que abastece a cidade”, disse. As chuvas recentes não são garantia de um bom inverno para 2014, afirma Bistrot. O sistema VCAS é temporário, apenas para esses meses quentes; novembro, dezembro e janeiro.

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