A grande reunião que a diretoria realizou com os jogadores, principalmente para rever valores salariais começou a mostrar os efeitos práticos. O volante Célio e os zagueiros Odirlei e Edson Borges não aceitaram a proposta de redução dos vencimentos apresentadas pelos dirigentes e deixaram o América. Mas o presidente do clube, Gustavo Carvalho, agiu rápido e anunciou o retorno do volante Luiz Maranhão, apontado como um dos pilares de sustentação do grupo que conquistou à vaga na série A no ano passado. Em troca, o time potiguar cedeu o lateral-direita Eduardo para o São Caetano.
O vice-presidente de futebol, Ricardo Bezerra, disse que os trabalhos no sentido de fortificar o elenco continuam, salientando que ao contrário daquilo que andou sendo anunciado, ninguém no América “jogou a toalha”, ou seja, desistiu de brigar pela permanência na série A. “Nossa reunião com os atletas foi bastante proveitosa. Os que saíram foram pela via de negociação, são grandes jogadores que não acertaram aqui, mas podem aparecer em qualquer outro grande clube do país, a exemplo do que ocorreu com Washington e o próprio Abedi. Não deram certo aqui e o nosso intuito é fortalecer o grupo para salvar o clube do rebaixamento”, salientou.
Ricardo destacou que esse mesmo trabalho de fortalecimento foi realizado nas temporadas passadas, quando o clube conquistou duas ascensões seguidas. Ele sabe que a margem de erro diminuiu e não esconde que a prioridade das contratações serão as de jogadores que passaram com sucesso pelo clube, caso de Max, insatisfeito no Palmeiras mas que para voltar a vestir a camisa americana terá de passar por negociações com o clube paulista e também com o Cornthians de Alagoas, detentor dos direitos do atacante junto a CBF. De acordo com o vice-de-futebol, uma das principais preocupações neste momento é refazer os cálculos para evitar que o clube termine a temporada no vermelho. As arrecadações nos jogos diminuíram bastante, a tal ponto de na partida contra o Cruzeiro, ter entrado no caixa americano apenas R$ 2.800,00.
A preocupação em reduzir a folaha salarial da equipe pode provocar novas mudanças, inclusive na comissão técnica se os efeitos desejados não foram obtidos nas próximas rodadas. O treinador Paulo Moroni, que dirige o Barras/PI, na série C, confirmou ter sido procurado pela diretoria do América e ter recebido uma proposta bastante tentadora. O salário oferecido, segundo o técnico, foi bem superior ao que ele recebe atualmente no futebol piauiense, mas Moroni confirmou que pediu para estudar melhor a oferta.
Os números mostrando que o time potiguar está com 99% de chances de cair para a Série B, também estão pesando contra o Alvirrubro, uma vez que na opinião de Paulo Moroni seria um suicídio assumir um clube nestas condições. Profissionalmente falando o atual técnico do Barras considera que sua carreira ficaria marcada de forma negativa e isto faz com que qualquer profissional pense duas vezes antes de assumir o comando do América atualmente. Mas ele não esconde que se forem dadas certas garantias para realização de um bom trabalho, poderá avaliar melhor a proposta.
