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Três taxistas são assaltados por dia

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SINDICATO - Alexis Duarte fala sobre o medo dos taxistasA média de assaltos contra taxistas em Natal subiu drasticamente nas duas últimas semanas, período que coincide com a greve das polícias Civil e Militar. Segundo o presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários do Rio Grande do Norte, Alexis Duarte Manguinho Júnior, a média de 1 a 2 assaltos por semana subiu para três a quatro assaltos por dia. O medo força os taxistas a pararem as atividades mais cedo, evitando as corridas à noite. “Só trabalha à noite quem está muito necessitado porque o medo é grande”, disse.

O pico de assaltos foi registrado no último fim de semana. Segundo Alexis Manguinho, o Sindicato tomou conhecimento de oito casos, mas o número pode ser ainda maior. O mais violento deles teve como vítima um taxista que faz ponto no Shopping Midway. “O colega foi assaltado e espancado. Os bandidos roubaram os acessórios do táxi e depois atearam fogo no carro”, disse. O carro foi depenado na rua Hirochi Ienaga, no Pajuçara, Zona Norte de Natal, próximo à estrada que liga a avenida Doutor João Medeiros Filho à “Estrada de Jenipabu”.

No Sindicato, que tem 1.010 sócios, é fácil encontrar exemplos de vítimas da violência. Há o relato de um dono de táxi que teve o carro tomado de assalto duas vezes em menos de dez dias. “Numa semana levaram o kit de gás natural, o som, as rodas e os pneus. Na outra, quando o carro já estava equipado, os bandidos voltaram e roubaram tudo de novo”, contou um taxista.

A situação, segundo os taxistas, estava suportável antes da greve das polícias por causa da Operação Pára-Táxi da PM. Nas ações, a PM fazia blitz em vários pontos da cidade, parando os táxis e revistando os passageiros. Os assaltos, que aconteciam de duas a três vezes por dia, passaram a acontecer de uma a duas vezes por semana. O Sindicato, aliás, é parceiro da PM. No dia 8 de agosto, 74 taxistas se reuniram com o comando da corporação para elaborar estratégias para coibir a violência contra os profissionais. “Existe uma parceria, um contato direto com os comandantes, mas por causa da greve a informação que nós temos é que vários policiais militares foram deslocados para as delegacias, impossibilitando a realização de blitz”, explicou.

A maior preocupação do Sindicato é o próximo fim de semana. “Estamos alertando para que não se repita o que aconteceu no último fim de semana”, falou Alexis Manguinho. O perfil dos assaltantes, segundo o relato das vítimas, mudou. Eles entram nos táxis em locais de grande movimento, como os shoppings, geralmente bem vestidos, e aparentam ter experiência no que estão fazendo.

A Polícia Civil, em greve, tem dificuldade de localizar os criminosos. Um investigador explicou que os assaltos, possivelmente, são cometidos por quadrilhas. “Quando eles depenam os táxis precisam de alguém para dar apoio à fuga com um carro para carregar o produto do roubo”, explicou um agente que trabalha na investigação de assaltos na Zona Norte de Natal, mas está em greve.

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