Alex Medeiros
Prestes a completar 35 anos como colunista e articulista de jornal, acumulo doze anos de Diário de Natal, dezesseis de O Jornal de Hoje, além de artigos no Jornal do Brasil, Dois Pontos, RN Econômico, A Franga e Preto no Branco. Somado a isso, o ano de 1995 aqui na TN e mais esses dois anos que completarei em julho. É preciso historiar minha vida no jornalismo desde o primeiro texto em 1986 para expressar a honra de estar na história da Tribuna.
Quando recomecei aqui em julho de 2019, narrei na primeira coluna minha relação com o jornal e seus dirigentes, algumas passagens por seu prédio na juventude e as amizades construídas nos doze meses de trabalho. Mas faltou um fato que estabelece meu primeiro contato com o jornal, um episódio que marcaria minha entrada na adolescência e deixaria para sempre marcada na lembrança a imagem de uma página da Tribuna do Norte no começo de 1972.
Neste aniversário de 71 anos de circulação do jornal fundado por Aluízio Alves, está fazendo também 50 anos que eu prestei o Exame de Admissão, uma espécie de minivestibular para encaminhar ao ginásio a gurizada do primário.
Entre 1959 e 1971, tais exames eram realizados pela rede estadual de ensino, com provas de português, matemática, história e geografia. Minha geração foi a última a passar pela experiência, emocionante, de fazer o concorrido concurso.
Em 71 eu fazia o último ano do primário no Grupo Escolar Felizardo Moura, nas Quintas, após fazer os dois primeiros no João Tibúrcio, no Alecrim. Desde 1970, por causa de uma reforma educacional, falava-se na extinção do exame.
Durante todo o ano 1971, os professores nos prepararam, alertando que a prova de português reprovava muita gente. A partir de janeiro, os colégios da cidade inundaram as páginas da Tribuna e Diário com anúncios do Admissão.
As quatro provas foram aplicadas entre os dias 16 e 18 de dezembro, sexta, sábado e domingo, com a presença de 4 mil e 800 adolescentes distribuídos nas escolas Atheneu, Winston Churchill, Padre Miguelinho e Felipe Guerra.
Passei as festas de fim de ano de 1971 e o verão de 1972 pensando no resultado das provas, que naquele tempo era publicado nos três jornais, como ocorria com o vestibular. Na data estipulada, um vizinho comprou o Diário.
Da minha turma da rua, eram uns cinco ou seis candidatos de olhos arregalados e dedos deslizando pela página do jornal. A cada confirmação, um grito de alegria. E para minha tristeza e decepção, não havia meu nome ali.
Surpresos, todos indagavam como que eu não passei, se era talvez o mais estudioso e esperto? Lá em casa, ninguém queria acreditar. Até que meu pai subiu a ladeira da travessa, atravessou a avenida Mário Negócio e sumiu.
Voltou quinze minutos depois trazendo um exemplar da Tribuna do Norte e dando a ordem para conferir “no outro jornal” (ele tinha parentesco com Dinarte, e tinha uma esposa simpatizante de Aluízio, o amigo de Aristófanes).
Minha vida começou a mudar ali, debruçado numa edição da Tribuna e vendo com olhos de gozo meu nome na cabeceira da primeira fileira de aprovados. Estava pavimentada a estrada do ginásio para o menino suburbano e raquítico.
Por anos, aquele jornal ficou guardado entre os objetos valiosos da minha mãe. Sua página com meu nome era a prova do pedido realizado quando ela atirou a casca de laranja inteirinha, serpenteada, nos caibros do telhado e ali se fixou.
Durante tantos anos assinando uma coluna de jornal, com os leitores do RN vendo aqui todos os dias o meu nome, guardo ainda a emoção do melhor de todos os meus dias, quando a Tribuna do Norte publicou pela primeira vez Alex Medeiros. A todos os que fazem e fizeram o jornal, os que partiram e os que aqui estão, meus votos de Feliz Aniversário. São 71 anos de aprovação.
Jovem Pan
Hoje também se comemora o primeiro aniversário da rádio Jovem Pan News, que terá programação especial a partir do Jornal da Manhã, seguindo com bate-papos com empresários, dirigentes de futebol e outros convidados.
Tribuna no ar
Ao meio-dia, a Jovem Pan News festeja os 71 anos da Tribuna do Norte com os jornalistas Jussara Correia e Everton Dantas conversando com os dirigentes do Sistema Tribuna de Comunicação, Flávio Azevedo e Henrique Eduardo.
Diminuiu
Entre domingo e ontem, reduziu sobremaneira as internações por Covid na rede hospitalar privada de Natal. Na Casa de Saúde São Lucas, o pronto socorro esteve com poucos atendimentos, bem diferente da semana anterior.
Sentença
Na cidade paulista de Franca, o juiz Charles Benemer Junior determinou o funcionamento normal das casas lotéricas. Na decisão, ele escreveu seu fundamento no fato de não haver uma decretação de estado de sítio no País.
Má notícia
Entre as doenças provocadas pelos meses de pandemia, a mais terrível é uma síndrome obsessiva que leva a pessoa a só pensar, ler e comentar Covid-19. Muita gente nas redes sociais sofre verdadeiro assédio de notícias negativas.
O Rei
Para marcar seus 80 anos em 19 de abril, o cantor Roberto Carlos ganha a biografia “Roberto Carlos, Outra Vez”, escrita pelo mesmo Paulo César de Araújo que o rei censurou em 2007. O tempo passou e apaziguou ídolo e fã.
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