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Troca de prisioneiros irrita o ELN

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Política de distenção do presidente Uribe, para luta armada na Colômbia, recebe críticas de todos

Havana – O Exército de Libertação Nacional (ELN) criticou a “troca”  que tenta realizar o governo de Álvaro Uribe entre a ex-candidata à presidência  da Colômbia, Ingrid Betancourt, e o dirigente das Forças Armadas Revolucionárias  da Colômbia (Farc) Rodrigo Granda e outros guerrilheiros. O ELN pediu também  que os presos de ambos grupos recusem-se à “manipulação” do presidente e “assumam  uma atitude conseqüente e revolucionária”. 

“A libertação de Granda e de outros guerrilheiros presos” aponta que “os insurgentes  aceitem a reinserção, renunciem à luta revolucionária e colaborem com a guerra  contra-insurgente”, afirmou o Comando Central do ELN em um comunicado divulgado em Havana.  A capital cubana aloja desde 17 de abril a sexta rodada de conversações entre  o ELN – segundo grupo guerrilheiro depois das Farc – e o governo, representado  pelo alto comissário para a paz Carlos Restrepo. 

A nota, datada de 5 de junho, pediu “a todos os presos Elenos  (do ELN) que resistam nas prisões, e se solidarizem com os presos das Farc que  hoje assumem uma atitude conseqüente e revolucionária, para recusar conjuntamente  as manipulações do governo”.  Uribe “tenta uma troca entre Ingrid Betancourt e o dirigente das Farc Rodrigo  Granda. Com isso busca desfigurar as propostas que as Farc e setores da sociedade  desenvolveram sobre o acordo humanitário e a desmilitarização dos municípios”,  disse o ELN. 

Para esta organização, a “troca publicitária” governamental é uma manobra que  “tenta libertar os amigos do presidente, testas-de-ferro políticos e econômicos,  autores intelectuais e paramilitares de colarinho branco”.  “Com esta pretensão seria ampliada a cobertura da Lei de Justiça e Paz, com  a qual pretendem deixar impune o genocídio cometido na Colômbia durante os últimos  anos”, acrescenta o comunicado rebelde, que considerou também como “muito alentadoras”  as jornadas de protestos realizadas na Colômbia nos últimos meses. 

Granda foi solto a pedido direto do presidente francês, Nicolás Sarkozy, que  se empenha para libertar, em especial, a política Ingrid Betancourt, que possui  nacionalidade francesa e está em poder das Farc desde 23 de fevereiro de 2002.   Uribe classificou a libertação de Granda, assim como a de cerca de 180 supostos  guerrilheiros presos, como um “gesto unilateral do governo” à espera de que  as Farc respondam libertando 56 políticos e militares seqüestrados há pelo menos  cinco anos.

Norte-americanos criticam Uribe

Washington – Oito senadores democratas americanos emitiram um comunicado criticando a proposta do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe,  de libertar políticos colombianos acusados de ligações com milícias paramilitares  de ultradireita se eles concordarem em contar “toda a verdade” à Justiça. 

O comunicado – apoiado também por alguns deputados – foi entregue à secretária  de Estado Condoleezza Rice e publicado pelo jornal colombiano El Tiempo num  momento especialmente crítico para Uribe. O presidente colombiano se encontra  em sua segunda viagem aos EUA em menos de um mês para conseguir apoio para a  aprovação do Tratado de Livre Comércio (TLC) entre os dois países e destravar  a liberação de verbas militares para a Colômbia. 

Em março, o Senado congelou o repasse de US$ 55 milhões em ajuda militar à Colômbia  depois que o jornal Los Angeles Times publicou que o chefe do Exército colombiano,  general Mario Montoya, tinha vínculos com os paramilitares.  Agora, a maioria democrata do Congresso ameaça rejeitar ou ao menos adiar para  o ano que vem a aprovação do TLC caso Uribe não consiga esclarecer a participação  de parlamentares e membros de seu governo que estão presos ou sendo investigados  por vínculos com os paramilitares – grupos criados para combater as guerrilhas  de esquerda, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

“O senhor  Uribe voltou para Washington muito cedo”, disse o deputado democrata Jan  Schakowsky, de Illinois. “Volte no ano que vem, Uribe, para que possamos ver  o que de fato foi resolvido”, completou. A proposta para libertar os mais de 10 políticos que estão detidos foi feita  há três semanas e levantou uma série de críticas dentro e fora da Colômbia. 

Segundo o El Tiempo, no documento enviado à Condoleezza os congressistas contestam  a eficácia e conveniência desse plano, além de se mostrarem preocupados com  a infiltração “de terroristas e narcotraficantes em importantes instituições  colombianas”.  “Esta infiltração não é um problema menor de corrupção”, afirmam os deputados. 

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