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Tropas fazem testes contra ataques

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Roberto Lucena
repórter

Órgãos responsáveis pela segurança pública e defesa durante a realização da Copa do Mundo em Natal realizaram duas operações simuladas ontem, dia 6, nos principais estádios da capital potiguar. Pela manhã, Marinha do Brasil, Polícia Federal, Polícia Civil e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) participaram de um exercício, no Frasqueirão. À tarde, o palco da simulação foi a Arena das Dunas que recebe o primeiro jogo na próxima sexta-feira, dia 13. Em ambos os casos, o objetivo era o mesmo: treinar as tropas para saber como agir em casos de ataques terroristas. 
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O exercício realizado no Frasqueirão contou com a participação de aproximadamente 80 homens e se desenvolveu por meio da simulação da tomada de reféns durante o treinamento de uma das seleções participante da Copa em Natal. O estádio do ABC Futebol Clube, durante o evento esportivo, será utilizado como Campo Oficial de Treinamento (COT). O outro COT fica localizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

A imprensa não teve acesso ao estádio durante o treinamento, mas a assessoria de imprensa da Marinha divulgou imagens que mostram os homens do Bope chegando ao estádio a bordo de uma aeronave da Marinha – o helicóptero UH-15 Super Cougar. De acordo com a instituição, o treinamento simulado evidenciou “a integração entre as instituições e o preparo de todos os profissionais envolvidos”.

Arena das Dunas
Por volta das 14h, um outro exercício simulado que envolveu homens da Marinha, Exército, profissionais da secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Força Nacional foi realizado no centro das atenções durante a Copa do Mundo em Natal: o estádio Arena das Dunas. Em teste, a reação das forças de segurança e defesa diante de um fato que nunca foi registrado em outras edições do Mundial: ataques por meio de agentes nucleares, biológicos, químicos e radiológicos (NBQR).

O exercício foi organizado pela Marinha. Dentro do estádio, 120 alunos de cursos da área de saúde da Universidade Potiguar (UnP) atuaram como vítimas. Foram realizadas duas simulações: na primeira, uma bolsa contendo artefato suspeito foi retirada de dentro do estádio por militares devidamente paramentados; na segunda situação, uma bomba explodiu expelindo gás tóxico que atingiu as vítimas.

A partir da explosão, os órgãos envolvidos na simulação seguiram um protocolo que será adotado em situações reais. As vítimas foram conduzidas para parte externa da Arena onde estava instalado uma espécie de mini-hospital de campanha específico para casos de NBQR. Antes do atendimento médico, algumas vítimas receberam jatos d’água lançados pelo Corpo de Bombeiros. Medidores de contaminação de gás e de radioatividade foram usados pelos agentes de segurança e saúde. Em caso de ataque real, a estimativa é que a resposta no atendimento seja efetivada em até uma hora.

Os “torcedores” em estado mais grave foram conduzidos para hospitais. Todos que foram atingidos pelo gás precisaram passar pelo processo de desintoxicação no posto instalado na Arena. Durante o exercício simulado, pelo menos três vítimas acabaram passando mal de verdade e precisaram de atendimento médico.

O titular da Sesed, Luiz Roberto Fonseca, acompanhou o treinamento de perto. Ao final do exercício, ele afirmou que Natal está preparada para enfrentar situações daquele tipo. “Estamos preparados. Foi fundamental a realização desse evento de integração dentro do estádio. Isso é uma prova de que o treinamento foi muito bem feito e fica como legado para a cidade”, apontou. O secretário acrescentou ainda que acidentes envolvendo agentes NBQR podem acontecer no cotidiano. “Essa é uma situação que pode acontecer não apenas na Copa do Mundo. Em qualquer outro evento é possível e mesmo em indústrias que existem no nosso Estado”, disse.

Saiba mais
Um dos cenários de terrorismo mais assustadores é o uso de armas de destruição em massa, como armas químicas e biológicas, contra a população civil. O termo QBRN abrange todas as formas de armas de destruição em massa (químicas, biológicas, radiológicas e nucleares). A defesa de possíveis ataques com agentes QBRN é feito pelas Forças Armadas. Os ataques em QBRN podem acontecer, por exemplo, através de contaminação de água potável, contaminação radionuclear ou surto de uma nova doença infecciosa, nomeadamente sob a forma de pandemia.

Laboratório
Durante o exercício de ontem, a Marinha utilizou um equipamento que ficará em Natal até o último jogo na cidade. Trata-se de um laboratório móvel nível 3 que é usado para identificar os agentes NBQR no local dos possíveis atentados. O equipamento pertence às Forças Armadas e apesar de estar em Natal, durante a Copa, está habilitado para atuar nas regiões Norte e Nordeste.

O motivo do equipamento estar em Natal é justificado pelo fato da capital potiguar não possuir laboratório que possa identificar agentes NBQR na água, ar ou solo. O laboratório móvel de alta tecnologia pode analisar resíduos e apresentar o resultado em até 40 minutos. “Depois de Natal, o laboratório seguirá para Salvador-BA. Porém, se necessário, ele será transferido para qualquer cidade do Norte ou Nordeste”, disse a capitã-de-corveta Ana de Falco.

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