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Turismo internacional levanta voo

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Nadjara Martins
Repórter

Em 12 anos, o Rio Grande do Norte viveu o auge e a decadência do turismo internacional. Dados do Ministério do Turismo mostram que a movimentação estrangeira no estado alcançou o pico entre 2003 e 2007, quando o desembarque estrangeiro ultrapassava os 100 mil por ano. Com a crise européia, a redução da divulgação do destino e o encolhimento da malha aérea, fretada ou regular, a desaceleração veio em seguida. Em 2013, último dado disponível, a presença estrangeira no RN chegou a 35,8 mil turistas, o menor patamar da década. O Estado e o trade turístico, porém, esperam reverter o jogo com o início das operações de novas rotas internacionais: ontem (4), a Gol Linhas Aéreas começou a operar um novo vôo semanal ligando Natal a Buenos Aires. Conexões diretas para a Itália e Cabo Verde também começam a operar em setembro e outubro deste ano, respectivamente.
A empresa Gol incia hoje voo direto semanal de Buenos Aires para Natal
A diminuição do volume de turistas estrangeiros no estado veio acompanhado, também, da redução nos gastos. Conhecidos e desejados pelo setor turístico por permanecerem mais tempo e gastarem mais, o estrangeiro também freou o consumo. De acordo com os dados do Anuário Turístico do MTur, em 2007, último ano de alta movimentação, com 109 mil desembarques, o gasto diário per capita era de U$$ 98,17 (na cotação atual do dólar, R$ 308). Na época, a média de permanência do turista no estado chegava a 15,6 pernoites. Considerando o gasto diário e o tempo de permanência deste estrangeiro, a movimentação injetava na economia U$$ 116,8 milhões por ano.

#SAIBAMAIS#Embora o tempo de hospedagem tenha aumentado para 20,6 pernoites em 2010, último dado disponível, o gasto diário caiu para U$$ 65,47/dia (R$ 205). Só para ter uma ideia: embora passem menos tempo em solo potiguar – seis dias–, neste ano o turista doméstico ultrapassou a média de gastos do estrangeiro em solo potiguar. De acordo com pesquisa realizada pela Federação de Comércio, Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio/RN), o gasto per capita do turista nacional, em janeiro, foi de R$ 210,92.

Movimentação
Com o início das operações do vôo Natal-Buenos Aires, o Rio Grande do Norte tenta a retomada do turismo internacional. Os argentinos são, atualmente, a maior presença estrangeira no Brasil anualmente. Em 2014, mais de 1,1 milhão de argentinos visitaram o país. Embora já tenha registrado uma forte presença dos “hermanos”, o Rio Grande do Norte vinha perdendo força enquanto destino: segundo o Anuário Estatístico do Mtur, 1.801 argentinos desembarcaram no RN em 2012. No ano seguinte, apenas 42.

A brusca queda é explicável, segundo o secretário estadual de Turismo, Ruy Gaspar, pela diminuição da oferta de vôos. Natal, que já chegou a receber 11 vôos fretados semanalmente, em 2004, um dos quais vinha de Córdoba, no sul da Argentina, ficou fora da rota das companhias áreas e dos fretamentos depois de 2007. Nos últimos cinco anos, o único vôo disponível ligando a capital potiguar ao exterior era a rota Natal-Lisboa, operada pela TAP Linhas Aéreas três vezes por semana. Para chegaram ao RN, argentinos precisavam fazer escala em São Paulo ou Recife, com tempo de vôo estimado em 12 horas.

“Sempre tivemos uma demanda reprimida, mas a gente sempre teve dificuldade por causa das falta de vôos no passado. Esperamos 5 mil argentinos a mais a partir deste vôo”, apontou Gaspar. A expectativa do Estado é que a ocupação do primeiro vôo chegasse a 70%. A Gol Linhas Aéreas, porém, não confirmou o número de assentos ocupados até a última sexta0-feira (3). Com uma média de 100 turistas por vôo, o incremento esperado na economia seria de R$ 13 milhões, segundo a Setur.

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