quinta-feira, 25 de abril, 2024
25.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Turismo interno continuará se intensificando no Estado

- Publicidade -

O declínio do turismo internacional no Rio Grande do Norte, que se acentuou em 2008 e chegou a diminuir em mais de 30% o fluxo de visitantes de outros países para o estado, só deverá ser revertido se o Real ingressar numa forte curva de desvalorização. Por outro lado, o turismo nacional, que ganhou força com o crescimento da economia e os ganhos de renda da população brasileira, deverá continuar avançando. A análise é do administrador e professor de Políticas e Tendências Econômicas da Faculdade de Natal (FAL), Otomar Lopes Cardoso Junior, que se debruçou sobre os números de movimentação de passageiros disponibilizados pela Infraero e desenvolveu o estudo “O fluxo turístico no Rio Grande do Norte: vôos domésticos e internacionais”.

O declínio do turismo internacional no Rio Grande do Norte, que se acentuou em 2008 e chegou a diminuir em mais de 30% o fluxo de visitantes de outros países para o estado, só deverá ser revertido seA proposta do estudo, o primeiro de uma série que está elaborando para usar em sala de aula, é apresentar temas e dados sobre o estado, suas particularidades e características de desenvolvimento. No trabalho inicial, ele observa que o turismo no estado alcançou uma nova etapa ao sair do patamar de de destino privilegiado dos europeus para ser um dos destinos privilegiados dos brasileiros, sobretudo dos estados vizinhos, mas também do Centro-Sul.

Os dados da Infraero revelam o crescimento do turismo interno no mercado potiguar, apontando um aumento de 40,3% na soma de embarques e desembarques em voos nacionais no Aeroporto Augusto Severo, no período de 2005 a 2008. A variação foi a segunda maior do Nordeste, atrás apenas da registrada em São Luís (52,9%). Em concorrentes diretos, como Fortaleza e Recife, os aumentos foram, respectivamente, de 27,7% e de 30,3%.

Os números não detalham se os passageiros são turistas ou pessoas em viagem de trabalho, mas, na visão de Lopes, são um forte indicativo da expansão desse nicho do turismo, que ajudou o estado a suportar a debandada estrangeira. “Sem o turista interno estaríamos com uma capacidade ociosa muito grande. Mas, mesmo com essa inversão de fluxo, não se pode deixar de pensar nos dois mercados. O turista estrangeiro continua sendo importante para o Rio Grande do Norte porque tem poder aquisitivo mais elevado e porque, sem ele, talvez o estado não tivesse desenvolvido tanto sua estrutura de hotéis, por exemplo”, analisa o professor.

Para este ano, ele diz que as perspectivas são de aumento no fluxo nacional com as projeções de aquecimento da economia e com o interesse do mercado em apostar em públicos como a classe D, que até então esteve à margem do mercado de viagens.

A participação do fluxo internacional, por sua vez, vai depender  da recuperação dos efeitos da crise na Europa. Mas, aumentando ou não, Lopes Junior alerta que é preciso investir em equipamentos como o Aeroporto Augusto Severo, como forma de evitar “congestionamentos” de passageiros e de atender com mais folga a demanda que está por vir.

De acordo com o estudo que desenvolveu, apesar da crise, o Brasil manteve o crescimento no fluxo de turistas estrangeiros em função de destinos mais tradicionais como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, que aponta como responsáveis diretos pelo aumento de cerca de 346 mil novos passageiros originários do exterior de 2005 a 2008. No Nordeste, o Rio Grande do Norte registrou a segunda maior redução nesse fluxo (33%). Desempenho pior do que o do RN só o de João Pessoa, onde a queda chegou a 85,2%. Na outra ponta, São Luis (+97,3%) e Recife (+20,6%) registraram as maiores altas no período analisado.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas