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Turistas pesquisam e se dividem entre casa de parentes e hoteis

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Pessoas desembarcando, abraços na chegada, bagagens sendo puxadas pelo saguão. O movimento no Aeroporto na última quarta-feira, dia 14, dá sinais do início da alta temporada de verão, com turistas chegando a Natal. As férias já começaram para a assistente de gestão pública, Jaqueline Soares Souto, de 21 anos. A turista paulista conta que as passagens estão bem mais caras e que pesquisou promoções para poder decidir o destino, pesou também o fato de ficar em casa de familiares.
Voos extras abrem alas para a alta temporada do turismo. No desembarque, visitantes apontam os prós e os contras de escolher o RN
#SAIBAMAIS#“É a quarta vez que venho a Natal, a última foi há 2 anos, é uma cidade muito bonita, com muitos atrativos e algumas defasagens, como a limpeza e transporte. Vim para visitar minha família que mora aqui. Devo ficar por dez dias na cidade”, conta Jaqueline Souto.

Pela segunda vez na capital potiguar, a turista paulista Patrícia do Carmo, veio com a filha  Maria Gabriela, de 9 anos, para visitar parentes e pretende ficar todo o verão.  “Viemos visitar a minha filha e ficaremos até fevereiro”, afirma. Vindos das férias em Fernando de Noronha (PE), o casal de estudantes de contabilidade, Mayra Albuquerque e Waldir Pontual, ambos de 21 anos, aproveitaram que o voo mais próximo parte de Ntal, para uma curta temporada, antes de retornar de carro para João Pessoa (PB).

“Ela é a primeira vez que vem, eu já vim quatro vezes e gosto demais do passeio de Genipabu, dos dromedários. É uma cidade muito bonita, mas o custo para alimentação, transporte e passeios de buggy é mais caro do que em João Pessoa”, afirma o estudante.

 A Inframérica, administradora do Aeroporto de Natal, calcula para dezembro um fluxo de aproximadamente 236 mil usuários e, para janeiro de 2017, 256 mil passageiros em embarques  e desembarques pelo Aeroporto de Natal  – uma média diária de oito mil pessoas.  Os maiores fluxos são aguardados para os dias 17, 19, 24, 26 e 31 de dezembro, quando o fluxo diário deve chegar a 9 mil passageiros.

Durante todo o mês de dezembro, estão previstos 205 voos extras e um total de 1.932 pousos e decolagens. E em Janeiro/2017, um total de 2.146 voos – um acréscimo de 15,5% na malha operacional do Aeroporto.

Para atender o aumento da demanda na alta temporada, a Azul Linhas Aéreas incrementou a malha com voos extras para atender o mercado. São estimados cerca de 300 voos extras em Natal no período entre dezembro e fevereiro, considerando ida e volta. A maioria das operações extras ligará São Paulo (Viracopos), Belo Horizonte e Recife a Natal. Outras sazonais  serão incluídas, como os voos diretos entre Fortaleza e Natal e Ribeirão Preto e Natal.

A LATAM Airlines Brasil terá 154 voos extras domésticos de/para o Rio Grande do Norte, especificamente na cidade de Natal até o final de janeiro de 2017. As rotas com incremento de voos extras são Brasília-Natal, Rio de Janeiro/Galeão-Natal e São Paulo/Guarulhos-Natal.

Sobre a previsão de voos extras se tornarem regulares, após a alta temporada, a LATAM  afirma que, no momento, não há previsão de aumento de voos em Natal. A Abear foi procurada, mas não comenta decisões de mercado, segundo informou a assessoria de comunicação. Sobre os voos se tornaram fixos, a ANAC informa que a decisão parte das companhias aéreas. A TN não teve resposta das demais companhias.

Ponta Negra espera movimento menos aquecido

Voos extras começam a chegar, mas, na orla e na areia da praia de Ponta Negra, principal praia urbana de Natal, o movimento de turistas ainda é baixo. Na avenida Erivan França – um dos termômetros para medir o movimento no setor – comerciantes e operadores de turismo que atuam, na orla e na areia, reclamam de vendas fracas e projetam resultados até 30% inferiores, na comparação com a temporada do ano passado.

Há 30 anos trabalhando na praia, o comerciante Aldemir Costa, dono do quiosque 4, já considera este um verão de resultados tímidos. A esta altura, diz ele, a cidade já estava tomada por turistas. A melhora deve vir com o réveillon, quando a cidade recebe maior número de visitantes, mesmo assim, não se fala em recuperação do setor.

“Deve ser um verão de queda, a gente se baseia muito nas expectativas da rede hoteleira, bem abaixo de outras altas estações”, observa. Para ele, além da crise econômica e financeira que tem reduzido o consumo, outros fatores se somam para o mau desempenho: “falta de promoção do destino por período prolongado e infraestrutura e ordenamento deficitários na praia”.

“O turista vem pra cá para ser bem atendido. Se a faixa de areia tivesse sido alargada, com boa infraestrutura de banheiros públicos, acessibilidade e calçadão e o ordenamento de atividades, com certeza Natal estaria recebendo mais turistas”, frisa. Os banheiros públicos, diz o comerciante, até hoje se mantêm fechados e o único aberto tem a manutenção a cargo do [comerciante] dono do ponto em frente.

A vendedora do Centro de Artesanato, Amanda Ayane conta que o movimento caiu cerca de 40%.  Ao longo do ano, em vez de  famílias de turistas estrangeiros que fazem compras para presentear e decorar a casa, predominaram grupos de visitantes que deixam as compras para último dia. “Se antes as vendas de souvenirs chegavam a somar R$ 800 a R$ 1,2 mil, por dia. Atualmente, quando vendemos R$ 300 a R$ 500”, diz ela, já “é motivo de comemoração”. “As compras agora são de lembrancinha e no último dia, depois de comer, passear, se sobrar dinheiro, eles levam coisa baratinhas ”, diz

O agente de turismo Carlos Salgueiro, mais conhecido como Beto dos passeios, conta que os pacotes de passeio de buggy, van, barco e quadriciclo caíram mais de 50% e, com isso, a margem de lucro dos operadores despencou. 

“Para ter ideia, há uns cinco anos um passeio de van para Pipa era R$ 60, hoje está R$ 30. Mas se você cobra mais, não vende. Se o bugueiro antes cobrava 600 no passeio para o litoral norte e lucrava 100, hoje ele faz por 300 para tirar 10% para ele”, afeta todo mundo. “Esperamos que melhore em janeiro e possamos ter um acréscimo de 30% em relação aos meses anteriores deste ano, mas não teremos crescimento se comparar com o verão do ano passado”, conta.

O vendedor Ivandro Eder, do carrinho de crepes, também reclama de vendas baixas. De uma média diária de 80 produtos, hoje a saída gira em torno de 25 a 30 crepes. “Já era pra estar com as vendas aquecidas”, diz ele.

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