É na mistura de melodias da música clássica europeia, do jazz norte-americano e do ritmo africano tocado nos terreiros do Rio de Janeiro que se encontra o coração pulsante do choro. Originado na segunda metade do século XIX, ele encanta e emociona gerações há aproximadamente 150 anos. Reforçando a importância do gênero para a construção da identidade brasileira, a TV Cultura lança o novo programa original ‘Brasil Toca Choro’. A atração vai ao ar todos os domingos, a partir de 4 de novembro, às 11h, também no YouTube e no aplicativo Cultura Digital, com horário alternativo às terças-feiras, às 22h30.
Nailor Proveta, Thalma de Freitas e Hamilton de Holanda na série Brasil Toca Choro, com estreia dia 4
O presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, um dos idealizadores do projeto, ressalta a importância de manter viva e presente a história do choro na cultura do País. “Esse é um gênero que está na alma do brasileiro. É muito forte. Ele mexe com o povo e continua jovem, continua sendo extremamente envolvente. Nós preparamos essa série para mostrar ao mundo a qualidade da música brasileira”, disse ele no evento de lançamento do programa, que contou com a presença de grandes nomes do gênero e da música nacional em geral.
Henrique Araújo, bandolinista que integra a seleção de músicos que participaram do Brasil Toca Choro, comentou no evento de abertura sobre a importância do gênero estar presente na TV. “A geração mais nova, que veio das décadas de 80 e 90, não teve oportunidade de assistir a isso na televisão aberta. A gente ligava a TV e via uma programação que vinha de um outro lugar. Então, começar a assistir a isso a partir do dia 4 é muito importante para a gente e para os futuros [músicos] que irão vir”, comenta.
Os instrumentistas Rodrigo Y Castro e César Roversi participam do episódio sobre Pixinguinha
Composto por 13 programas temáticos de uma hora cada, o Brasil Toca Choro traça um panorama histórico do primeiro gênero da música urbana tipicamente brasileira, contando, para isso, com a participação dos mais virtuosos e criativos intérpretes do gênero. Dessa forma, diferentes gerações e estilos se encontram para trazer versões autênticas do choro. Com arranjos inéditos e múltiplas formações, eles vão do regional tradicional à Big Band.
A atração também recorda passagens significativas, curiosas e, por vezes, engraçadas sobre o gênero, por meio da presença da atriz Maria Bia: “eu faço uma contadora de histórias no programa. Eu conto causos sobre esses cantores, esses intérpretes do choro”, explica ela.
Ainda conta com depoimentos de diversos músicos que construíram a trajetória surpreendente do gênero. Toninho Carrasqueira, flautista e expoente do estilo, por exemplo, afirma que o choro – tocado em rodas, “enquanto todos varavam a noite bebendo uma cachacinha” – nasceu com uma característica de inclusão, de confraternização. E é essa atmosfera de encontro que o programa busca transmitir a todos, participantes e espectadores.
Desde a sua gênese até os dias de hoje, o choro passou por muitas fases: de Pixinguinha e Chiquinha Gonzaga a Altamiro Carrilho, de Ernesto Nazaré a Villa-Lobos, de Jacob do Bandolim a Hamilton de Holanda, de Valdir Azevedo a Armandinho. A partir de 4 de novembro, a arte consagrada por esses e outros grandes nomes pode ser vista todos os domingos, na TV Cultura.