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UE e Brasil não negociam sobre venda de frango

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PRODUTO - Brasil conseguiu que OMC condenasse países europeusGenebra – Brasil e União Européia (UE) fracassam na tentativa de encontrar  uma solução para o comércio de 500 milhões de euros de frango e o Itamaraty  não descarta voltar a atacar Bruxelas na Organização Mundial do Comércio (OMC)  pelas barreiras sofridas pelo produto nacional. Ontem, negociadores dos  dois governos não conseguiram finalizar um acordo em Genebra e os diplomatas  brasileiros deixaram claro que se os europeus não apresentarem uma alternativa,  o governo poderia passar a avaliar retaliações contra Bruxelas.  “O que os europeus tentam fazer é um colonialismo moderno na relação comercial”,  acusou Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira de Exportadores  de Frango (Abef).

O Governo estima que esse seja termômetro do grau de disposição  dos europeus em abrirem seus mercados nas negociações da Rodada de Doha da OMC,  suspensas desde julho. Parte do motivo para o impasse entre os países é a relutância  da Europa em promover um corte de suas tarifas.  No caso dos frangos, o Brasil conseguiu que a OMC condenasse as práticas européias  de modificar suas leis para que o produto passasse a receber uma tarifa de importação  de 70%, e não de 15,4%. Como forma de remediar o problema, os europeus foram  obrigados a negociar cotas para o frango nacional. A sugestão de Bruxelas seria  de uma cota de 320 mil toneladas ao País, valor que não estaria longe do que  o setor privado gostaria.

Mesmo assim, o estabelecimento das cotas representará  um freio ao crescimento de 22% anuais das exportações brasileiros do setor.  O problema, porém, é a forma pela qual os europeus distribuirão essas cotas  de importação a suas empresas que queiram comprar o frango nacional. Pela proposta  européia, os importadores não teriam a obrigação de informar aos exportadores  brasileiros se a quantidade que estariam comprando está ou não dentro das cotas.  Para cada quilo importado fora da cota o frango nacional receberá um euro de  sobretaxa.  A Abef teme que o importador diga ao produtor brasileiro que está comprando  fora da cota para, assim, conseguir um preço mais baixo.

Os importadores alegariam  que precisariam do desconto para compensar pela sobretaxa que terão de pagar  ao desembaraçar o produto. Na realidade, porém, esse importador estaria adquirindo  o produto dentro da cota e não precisaria pagar a sobretaxa, aumentando sua  margem de lucro. “O que está em jogo são valores altíssimos. O exportador precisa  saber se o que está vendendo está ou não dentro da cota”, afirmou um diplomata.  Para o governo brasileiro, quem ganharia nesse esquema seriam os intermediários  europeus que estariam operando com um lucro potencial de 320 milhões de euros.  A Abef ainda aponta que o trabalho dos intermediário se tornou “um verdadeiro  negócio”. Segundo os negociadores, as empresas fundam várias companhias que  pedem o direito a ter cotas de importação.

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