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UE só levantará barreiras agrícolas daqui a sete anos

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BARREIRAS -  Entrada de produtos agrícolas, como frutas, são controladas Genebra – Uma nova reforma do sistema protecionista agrícola europeu  somente ocorreria a partir de 2013. O aviso é da comissária de Agricultura da União Européia (UE), Mariann Fischer Boel. Em um discurso feito a fazendeiros  na Finlândia, na semana passada, a responsável pela pasta agrícola da Europa voltou a criticar  o comportamento dos Estados Unidos e até do Brasil na Rodada Doha da Organização  Mundial do Comércio (OMC) e aponta a estratégia para que o setor agrícola sobreviva  no Velho Continente: a exportação de produtos de alta qualidade e a reconversão  da produção agrícola em etanol.

 Nas negociações comerciais em Genebra, a Europa é acusada de não aceitar uma  maior liberalização de seu mercado para os produtos agrícolas dos países emergentes,  como Brasil e Argentina. Bruxelas argumenta que, para promover cortes mais profundos  de suas barreiras, precisaria de uma nova reforma da Política Agrícola Comum  (PAC), um dos pontos mais delicados da agenda diplomática européia.  Quanto às negociações da OMC suspensas no mês passado diante do impasse entre  os governos, Fischer Boel alerta que o fracasso é negativo para os interesses  dos europeus, já que o processo seria o único que conseguiria forçar os Estados  Unidos a cortar seus subsídios.

“Acordos bilaterais não vão conseguir parar  os subsídios americanos”, alertou.  A comissária destacou as mensagens de otimismo em relação ao futuro da rodada  da OMC do chanceler Celso Amorim e da representante de Comércio da Casa Branca,  Susan Schwab, após o encontro entre os dois no Brasil no último fim de semana.  “Mas quero ver onde está o conteúdo nisso antes de tomar novos passos. Para  ser sincera, não espero ver muitas oportunidades no futuro próximo”, advertiu.

O sistema de subsídios ao setor na Europa data dos anos 60 e já chegou a consumir  mais da metade de todo o orçamento da Comissão Européia. Hoje, com 4% da população  no campo, alguns países europeus, como a Inglaterra, defendem uma revisão dos  subsídios. A última vez em que isso ocorreu foi em 2003 e países como a França  e Dinamarca deixaram claro que se opõem a uma nova reforma que envolveria cortes  de subsídios e aberturas de mercados nos próximos anos. 

Neste ano, a comissária espera completar a reforma de 2003 com medidas de corte  de subsídios para o setor de vinhos, frutas e legumes, áreas que até hoje se  mantiveram intactos. Mas para setores como a do açúcar, leite e carnes, a reforma  de 2003 é a única que deverá prevalecer nesta década. Para 2008, Bruxelas planeja  realizar uma avaliação das reformas. Mas Fischer Boel deixa claro que não estão  previstas novas aberturas de mercado. “Mudanças significativas (na agricultura)  só após 2013”, afirmou.  Fischer Boel admite que os europeus enfrentarão uma concorrência cada vez maior.  Segundo ela, portanto, a sobrevivência do setor depende de três fatores.

O primeiro  é a especialização em produtos de maior qualidade. A segunda parte da estratégia  é convencer os agricultores a se envolverem na produção de biomassa. Isso permitiria  que os fazendeiros continuassem no campo, mas sem produzir alimentos. “Com o  preço do petróleo a US$ 75,00 por barril, existem possibilidades para a produção  de bioetabol e biodiesel”, afirmou Fischer Boel. Para completar, a comissária  defende que as comunidades rurais diversifiquem suas atividades econômicas,  como o fortalecimento do turismo.

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