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UFRN recebe R$ 100 milhões por ano

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A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pretende se consolidar como um dos principais polos científicos do Nordeste. Somente este ano, a instituição deve abrir pelo menos 40 novas linhas de pesquisa, totalizando cerca de 1,4 mil projetos de estudo em desenvolvimento. Isso representa um aporte financeiro que chega à universidade na ordem de R$ 100 milhões por ano.  Esse valor posiciona a instituição como a terceira da região que mais consegue aprovação de projetos e, consequentemente, que capta maiores investimentos, deixando para trás universidades tradicionais nesse campo, como a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O dinheiro é utilizado tanto na iniciação e continuidade das pesquisas quanto na equipagem dos laboratórios com máquinas que trazem tecnologia de ponta para o Estado. Devido ao bom desempenho nos últimos anos, a UFRN deve ampliar ainda mais os grupos de pesquisa, cujo foco primordial é a resolução de questões regionais. De 1992 – quando começaram os primeiros 20 grupos de pesquisas – para cá, a universidade apresentou uma evolução nesse segmento. Hoje, são 203 grupos, que congregam 800 professores doutores. E a meta é chegar ao fim do ano com outros 20 grupos e mais 250 docentes.

Para compreender o significado de todos esses números, é preciso entender como funciona um dos pilares estratégicos do educação superior. Um docente só pode encabeçar uma linha de pesquisa se for doutor e ter dedicação exclusiva. Ao elaborar um projeto, é submetido à análise de órgãos que fomentam a ciência e tecnologia no Brasil. Somente após a aprovação, a verba é liberada para o desenvolvimento dos estudos. Com isso, a universidade ganha ao gerar novos conhecimentos e também melhores estrutura, sobretudo com a instalação de modernos laboratórios. Mas, a contribuição maior vem para a sociedade, já que a maioria das pesquisas tentar solucionar problemas que afligem a sociedade.

Na UFRN, 95% dos recursos destinados à pesquisa vêm de órgãos da esfera federal e de empresas privadas, como Petrobras e Eletrobras. O dinheiro é gerenciado pela Funpec. Apenas 5% das verbas da universidade são aplicadas nessa área. “O cenário da ciência e tecnologia no Brasil mudou. Hoje, a restruturação interna permite a cooperação interna dentro da instituição e ocorre em formato de rede com outras instituições em diferentes pontos do Brasil com a mesma temática. Isso possibilita a otimização de recursos, a compra compartilhada de materiais e melhorar a estrutura dos laboratórios. Quando recebemos recursos, temos um reconhecimento da qualidade da universidade”, argumentou a pró-reitora de Pesquisa da UFRN, Maria Bernardete de Sousa.

Segundo ela, a maior parte do aporte financeiro vem de órgãos que fomentam a pesquisa. Os principais são os Ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT), com os programas do CNPq e do Finep, o da Educação (MEC), com as bolsas da Capes, o da Saúde e o das Minas e Energia.

A área da UFRN que mais recebe investimentos para implementação de pesquisas é a das engenharias e das ciências exatas.

Pesquisas ajudam UFRN a conquistar novas divisas

Engana-se quem vê a pesquisa como algo  restrito à academia. A produção de novos conhecimentos e a capacidade de inovar estão diretamente ligados ao aumento de divisas.  Os países mais ricos do mundo são os que mais investem no desenvolvimento de pesquisa. Isso acontece porque o estudo realizado nos bancos e laboratórios das universidades vão parar nas empresas, que acabam aplicando a tecnologia para  fabricação de novos produtos, redução de custos e ampliação de divisas. O reflexo disso é o aumento do produto interno bruto (PIB).

Um dos estudos de destaque da UFRN no ano passado exemplifica bem esse preceito.

Pesquisadores do curso de Engenharia do Petróleo criaram um Sistema Inteligente para Gerenciamento de Alarmes, um software que serve para monitorar a segurança dos poços de petróleo. A pesquisa chegou a ser premiada pela Petrobras, que vai adotar a tecnologia nas suas bases de operação. “Essa parceria entre a universidade e as empresas servem para transferência de tecnologia. Estamos contribuindo para que, a longo prazo, a inovação venha a surgir na iniciativa privada”, ressaltou Bernarde de Sousa.

Para se ter uma ideia do avanço das pesquisas na UFRN em áreas complexas, a universidade ganhou um dos 123 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia implantados no Brasil. Em parceria com o Instituto de Neurociências de Natal, os cientistas estudam a a interface  cérebro e máquina, que pode estabelecer a comunicação entre um e outro.

Na área de psicologia, foi criado na UFRN o Instituto do Milênio, um projeto baseado na Psicologia Evolucionista, uma corrente que estuda os processos mentais tendo como referência a teoria evolucionista de Charles Darwin. O trabalho resultou no primeiro livro publicado sobre o assunto no Brasil.  Até então, toda a literatura dessa área era publicada fora do país.

A difícil  rotina de  um cientista Vida de cientista não é fácil. Na  rotina de um pesquisador, há muitos livros, consultas, visitas a campo e outros componentes fundamentais: horas de dedicação e, muitas vezes, abdicação à vida pessoal. Desde que a docente do curso de Medicina da UFRN, Selma  Jerônimo, concluiu o pós-doutorado em Leishmaniose e virou professora titular em 1989, convive com essa realidade. “Dedico entre dez e 12 horas diárias a essa atividade”, revelou. Ela é uma das docentes da UFRN apaixonada pela investigação científica e já conseguiu a aprovação de diversos projetos de pesquisa. “Não tem mistérios. Para se ter o financiamento para uma linha de pesquisa, o projeto precisa ser bom, ter uma boa hipótese, objetivos claros e metodologia que permita se atingir as metas propostas”, ensinou.

Atualmente, a doutora Selma Jerônimo  está envolvida num novo projeto, cujo objetivo é avaliar os fatores de risco  da pré-eclâmpsia, um mal comum entre gestantes e caracterizado pelo aumento da pressão arterial e perda de proteínas pela urina que ocorre na metade da gravidez. A cientista defende que um dos principais fatores de risco é a obesidade e que, para engravidar, a mulher deveria estar magra.

Aquisição

O mais novo equipamento conquistado para pesquisas na UFRN é um citómetro. Avaliado em 160 mil dólares, o aparelho serve para valiar e contar as células do sangue ou para medir suas dimensões. Podendo ser usado tanto em estudos quanto clinicamente, o equipamento vai auxiliar os pesquisadores a entender melhor as deficiência do sistema imunológico, sobretudo em casos de alguns tipos de cânceres.

Será possível diagnosticar as metástases, as leucemias  e os linfomas. O aparelho também poderá ser usado também em estudos para avaliar o grau de imunidade de pacientes com o vírus HIV.e a abdicação da vida pessoal

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