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Um ataque ao Pato Donald

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Alex Medeiros 
Há noventa anos, em 1931, a editora americana David McKay lançava nos EUA o livro “The Adventures of Mickey Mouse”, uma aventura do ratinho Mickey, sua companheira Minnie e um bocado de outros personagens que ao longo do tempo foram esquecidos, exceto o casal camundongo, obviamente, e um pato boa praça chamado Donald que não demoraria a ficar importante e dividir com Mickey a partir de 1934 a representatividade gráfica de Walt Disney.
Exatos dez anos depois, em 1941, o criador dos personagens embarcou numa viagem pela América do Sul, acompanhado de dezoitos auxiliares onde se destacavam desenhistas, roteiristas e músicos. Ele visitou meia-dúzia de países, estampando com seus produtos a política de boa vizinhança dos EUA, àquela altura buscando aliados na conjuntura de Segunda Guerra. Dois filmes marcaram sua missão aqui no Brasil, “Alô, Amigos” e “Você Já Foi a Bahia?”.
O périplo cinematográfico de Disney na América foi essencial para a estratégia do governo Roosevelt na fundação da hegemonia americana que se estabeleceria no pós-guerra, com a Conferência de Bretton Woods, em 1944.
A conferência foi um encontro monetário e financeiro das nações aliadas em que ficou acordado que o dólar passaria a ser a principal moeda de reserva mundial, substituindo o padrão-ouro. Começava pra valer a hegemonia ianque.
Em 1951, dez anos após o passeio de Walt Disney em terras cucarachas, o mundo se encantou com seu filme Alice no País das Maravilhas, adaptação do clássico de Lewis Carroll. Mickey e Donald já eram populares aqui no Brasil.
Foi também o ano em que foi realizada, em São Paulo, a Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, iniciativa de um quinteto de feras do traço, em que se destacava Álvaro de Moya, desenhista local do Pato Donald.
Passam-se mais dez anos e em 1961 o império Disney autoriza seus parceiros brasileiros a botarem nas bancas uma revista própria do personagem Zé Carioca, criado na viagem de 1941 como o novo amigo de Donald e Mickey.
As décadas de 1960 e 1970 balançaram o planeta em todos os aspectos, políticos, sociais e culturais, tendo no centro da fervura a influência americana no comportamento dos jovens, através das músicas e revistas em quadrinhos.
Epicentro da conjuntura da Guerra Fria, foi uma época em que os ideólogos socialistas passaram a produzir eventos e teses acadêmicas combatendo o que chamavam de alienação político-cultural engendrada pela CIA e pelo FBI.
E então, em 1971, dois intelectuais de esquerda, o belga Armand Mattelart e o argentino Ariel Dorfman, que moravam no Chile e vislumbravam um paraíso socialista no governo recém-eleito de Salvador Allende, escreveram um livro.
A quatro mãos, fizeram uma interpretação marxista do Pato Donald, em princípio para fazer a cabeça de operários, mas a obra se tornou clássica para militantes e intelectuais. “Para Ler o Pato Donald” virou referência acadêmica.
Não deu tempo se popularizar no Chile, porque logo depois, em 1973, Allende foi deposto e morto e o livro queimado e proibido. Durante 40 anos circulou no mundo e só há poucos anos entrou nas livrarias da terra do Pato Donald.
Em 1971, o sobrinho do Tio Patinhas era o mais popular dos quadrinhos americanos no Chile. E nos EUA era inaugurada a Disney World, que se tornaria o sonho de consumo de crianças e adultos, principalmente latinos.
Uma ironia nestes 50 anos do livro é que uma das críticas da dupla era quanto à estrutura familiar dos patos, todos sem pai e mãe, numa relação dominada por tios. O que dizem hoje Ariel e Armand sobre a esquerda identitária querendo impor casamento entre pais e filhos ou entre quatro parceiros?
Lockdown
“Não podemos continuar jogando todo mundo na informalidade e fechando empresas. Isto precisa acabar, porque não há respaldo científico”. Aspas da advogada Fabiana Barroso, criticando o descuido com a estrutura de saúde. 
Colapsos
Das picardias diárias nas redes sociais, a mais ácida e verdadeira lembrou a estória da criança que viu a nudez do rei. Alguém disse que se o lockdown é por causa da infraestrutura da saúde, deveria ser Lei desde o século XVIII.
WandaVision
A série da Feiticeira Escarlate e Visão continua surpreendendo a cada episódio, e o oitavo que a Disney Plus disponibilizou ontem já pode ser considerado o melhor até agora. A trama vai ganhando força e impactando.
Superman
Os dois primeiros episódios da nova série “Superman & Lois”, lançado pelo canal The CW agradaram em cheio tanto os fãs quanto os críticos especializados. A obra deve chegar ao Brasil pela Netflix, HBO ou Amazon.
Os Simpson
A cada dia a bandeira de Rosa Parks e Martin Luther King vai se folclorizando nas porra-louquices do radicalismo. O icônico personagem Dr. Hibbert, dos Simpson, não terá mais Harry Sheare como dublador, porque o cara é branco.
Brasileirão
Avesso ao Flamengo, mas não caio no irracionalismo de desmerecer o título rubro-negro. Era o único time digno de levantar a taça, enquanto o Inter não merece ser o segundo (prefiro o Galo) jogando seu futebolzinho sem classe.
Valor FC 
A consultoria holandesa KPMG divulgou lista com os craques mais valorizados da atual temporada. MBappé 
encabeça, seguido de Harry Kane, Sterling, Jadon Sancho, 
Neymar, Salah, Rashford, De Bruyne, Arnold, Mané e Haaland.
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