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Um encanto

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Vicente Serejo
Engana-se quem pensar que passados tantos anos, décadas e décadas, diminuiu minha admiração pelo Fantasma, o herói da Floresta Negra.  Imagine se trairia um velho encanto só para ser simpático a esses heróis eletrônicos de hoje. O Fantasma não tinha superpoderes, o que já atesta sua autenticidade. E mesmo chamado de ‘O Espírito que anda’, outra não era sua magia a não ser combater bandidos onde quer que eles aparecessem em torno da Floresta de Bengala. 
Pra ser sincero, não sou radical na defesa da vida apenas real. Sempre deixo um lugar, uma nesga de terra nos vastos campos da alma para abrigar as notícias da vida, principalmente aquelas vividas no plano mágico. Daí essa admiração pelo Fantasma e por Diana Palmer, a sua noiva, ex-campeã de Natação. Filha de boa família do lado cosmopolita da África do Sul, nem por isso teve medo de amar um mascarado e até de levar esse amor aos maiores riscos de vida.
Aliás, nunca entendi a coincidência dos nomes. Diana Palmer é também uma escritora, romancista contadora de muitas histórias, de aventuras e de amor. A minha Diana é outra. De corpo perfeito na sua beleza sensual a nadar nos lagos da Floresta Negra quando ele, o noivo, não é chamado a combater o crime. Ela e Guran, o chefe da tribo dos Pigmeus Bandar, os dois sabem que o Fantasma não é imortal, mas guardam o segredo como forma de fazê-lo temido.
 
Se querem saber, não aceito o Fantasma do ano 2040, moderníssimo, armado de novos artifícios da era da informática. Prefiro o antigo, aquele criado por Lee Falk, o mesmo e genial criador do Batman e sua alma melancólica. Quanto mais antigos os heróis, mais humanos, mais frágeis diante da alegria e da tristeza, do ódio e do amor. Começa que esses heróis de ferro já nascem sem alma e um herói de verdade há de temer a morte, embora viva de enfrentar o perigo. 
Esse Phantom 2040, francamente, não é de nada. Um herói de jogo eletrônico, criado para aventuras mirabolantes descaradamente irreais. Segundo está no Google, olho maledicente que sabe de tudo, é apenas vagamente baseado no herói dos quadrinhos. O jeito atlético, punhos fortes, a máscara, talvez as duas pistolas nos coldres. Na verdade é outro. Não digo que falso, mas é outro. O tal inteiramente outro, se há um herói de verdade, aquele da Caverna da Caveira.
Imagine se um homem de capa preta, chapéu, óculos escuros, com um lobo que se chama Capeto e um cavalo branco chamado Herói, pode perder o charme do seu velho mistério? Ainda lembro: quando chegava ao navio, em Bengala, nas viagens para visitar Diana Palmer, havia um porteiro no portaló que fazia sempre uma mesma advertência: “É proibido cão no navio”. E ele, com aquela sua voz que fazia medo, respondia seco: “Não é um cão. É um lobo”. E entrava.
JOGO – O déficit do orçamento do governo do Estado beira um bi neste 2021. Significa um buraco médio mensal de quase R$ 100 milhões para a governadora Fátima Bezerra administrar.
GRANA – Por isso, não tem a garantia de que paga até dezembro as duas folhas em atraso, mas ainda não desistiu de alcançar essa meta. A vacina e os atrasados serão indispensáveis em 2022. 
MAS – A governadora sabe que tem sobre sua mesa a perspectivas de transferências federais, quem sabe, da ordem de R$ 500 milhões. Não cobre o déficit, mas já ameniza em grande parte.  
AUTA – Uma nova dissertação de mestrado sobre Auta de Souza, a poetisa negra que figura entre as pioneiras do Brasil. Jussier Dantas é orientado, na UFRN, pelo professor Durval Muniz. 
MAGIA – Admiradores de Auta utilizaram, sobre uma fotografia da poetisa, o aplicativo que põe movimentos como se seu rosto girasse. Sua imagem já está nas redes sociais e sopra vida.  
MIAU! – O tema da coluna de Silvia Haidar, na Folha, é o “O banho de gato”. Não, não se trata de banhar a felina, como pode parecer aos mais maliciosos. É como dar banho no gato, o felino.
AVISO – Não é a este cronista que fascina o retorno dos grupos familiares ao poder. Eles é que andam saudosos e desejando um retorno triunfal. Desmentem, como forma branda de enganar. 
OUTONO – Em abril, sai o novo livro de Carlos Gomes – ‘Amor de Outono’. Não será lançado, mas vendido no Sebo Vermelho, o editor. Carlos é da Academia Norte-Rio-Grandense de Leras.
SÉCULO – O Instituto Histórico vai marcar seus 119 anos e a edição 100 de sua revista, com uma série de palestras virtuais gravadas para transmissão virtual, entre os dias 22 e 29 deste março que transcorre. A sua Revista, com um século, é a mais antiga em circulação no Estado. 
REAÇÃO – Na biografia do poeta e crítico literário Antônio Pinto de Medeiros, o historiador Claudio Galvão vai narrar o episódio de sua eleição à Academia de Letras – a renúncia e a tentativa de retorno, sem ter êxito, diante do silêncio do presidente Manoel Rodrigues de Melo.
PREÇO – A privatização dos Correios, aqui no Rio Grande do Norte, pode atingir cerca de mil famílias com seu elenco de mil funcionários. No Brasil são 94 mil servidores concursados. Tudo nas costas do deputado Fábio Faria, o ministro mais eufórico da primeira infantaria bolsonarista.
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