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Um groupie à flor do dia

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Alex Medeiros
Depois que eu morrer – e se eu morrer – e depois da vida existir um segundo turno plasmático-biológico, quero retomar minha aventura na Terra ou noutro planeta com outra profissão. Serei estrela pop, cantor de rock ou, no mínimo, guitarrista de uma banda barulhenta. Tomara também que na minha continuidade cósmica, continuem existindo as meninas que assediam os astros, que fazem de tudo para frequentar camarins e viajar nas turnês.
Mas não quero essas tietes dos grupos baianos, das bandinhas de forró, ou das duplas sertanejas; essas que Gilberto Gil traduziu como “espécie de admirador, atrás de um bocadinho só do meu amor”. Não, não quero as magrelinhas de classe média que se vestem como vaqueiras em shows de Safadão e similares. Quero, sim, as gatas insaciáveis da era do rock ´n´ roll.
Aquelas influenciadas pelo velho movimento hippie e pelas viagens lisérgicas. Quero uma groupie suculenta, sedenta de sexo selvagem e de brincadeiras voluptuosas em bancos de automóveis, em elevadores e em igrejas vazias.
Antes dos Rolling Stones cunharem o trinômio “sexo, drogas e rock ´n´roll”, havia apenas os dois últimos. O primeiro só veio com a chegada das meninas groupies, todas dispostas a noitadas endiabradas de muito som e soníferos.
A californiana Pamela Miller, ou Pamela Des Barres, foi uma das mais famosas, começando a carreira num amor platônico e singelo por Paul McCartney, que naquele seu jeitão de noivo fiel não avançou muito com ela.
Das paixõezinhas juvenis, dos rabiscos em agendas que ela chamava de poemas, para as loucuras da cama, Pamela não gastou muito tempo e logo estava papando figuras como Jim Morrison, Mick Jagger e Jimmy Page.
Só não devorou o vocalista Robert Plant porque virou sua grande amiga, e nesses casos, invariavelmente, amigas nunca dão. Diferente dos homens, muitas mulheres tendem a não misturar sexo e amizade, o que é sacanagem.
Quando a mídia especializada dos anos 1960 batizou as garotas de “groupies”, algumas não aceitaram o bordão. Dizem que foi um jornalista, amigo do poeta Bob Dylan, quem rebatizou-as com os nomes “penny lane” e “day flower”.
Eram muitas as penny lanes e day flowers espalhadas pelo mundo do rock, debaixo das camas das feras. Além de Pamela, havia Cynthia Plaster Caster, que tinha a mania de fazer moldes de gesso ou massa dos pênis dos astros. 
Inesquecível para os leitores das revistas Rolling Stones e Flor do Mal foi Bebe Buell, a modelo da Ford demitida por posar nua na Playboy e por transar uma dúzia de roqueiros. E tinha Cherry Vanilla, que papou David e Angie Bowie.
Todas elas inspiraram as histórias de Penny Lane, a loirinha tesuda de caracóis no cabelo do filme “Quase Famosos”, interpretada por Kate Hudson, e de Suzete, a groupie desempregada encarnada pela engraçada Goldie Hawn. 
No livro “Memórias de uma Groupie”, de Pamela Miller, hoje uma senhora de 71 anos e contadora de histórias, há relatos fabulosos das loucuras daqueles tempos, o que faz inevitável uma viagem ao passado na mente dos leitores.
Por isso imagino outra vida como uma viagem de conclusão de metas. A minha é reencarnar como um Morrison ou Presley, afogado em lençóis de desejos e cavalgando uma penny lane, uma day flower na aventura de uma nova vida. 
Vamos sair por aí, fazendo confusões, enchendo a cara de coisas líquidas e etéreas, plantando letras e colhendo poesia, verbalizando rebeldias, subvertendo leis e, quiçá, atirando molotov de merda no plenário do STF.
Supremacista
No rompante de rábula de porta de cadeia, Nosferatu mostrou os caninos e prometeu processar e censurar quem emitisse críticas ao STF e ao time dos onze jogadores da côrte. Preciso declarar que refuto cada um dos ministros.
Tática
O que está por trás do inquérito fake de Alexandre de Moraes, supostamente para combater fake news e defender o “jornalismo profissional”, é o desespero dos conglomerados de comunicação do eixo Rio-SP, todos em decadência.
CPI da Arena
Os integrantes da CPI da Assembleia Legislativa que debaterão o escândalo no contrato da Arena das Dunas com o Governo do Estado poderiam ouvir os arautos do famigerado “legado da Copa”, que defendiam a farsa na época.
Desrespeito
Aliás, o Poder Legislativo poderia iniciar os trabalhos cobrando da obra da OAS o cumprimento da Lei aprovada na Assembleia que deu oficialmente ao estádio o nome de Marinho Chagas, até hoje ignorado pelos executivos da arena.
Vídeo-conferência
Proprietários de bares e restaurantes começam a articular um grupo de trabalha para iniciar a separação do sindicato que por décadas foi comandado por hoteleiros. Uma reunião virtual vai deliberar a ideia de uma associação.
Poder de Polícia?
Primeiro foi uma agência da Caixa na Avenida Prudente de Morais, em Lagoa Seca, agora uma segunda agência na Avenida Maria Lacerda, em Parnamirim, ambas fechadas pelo Sindicato dos Bancários por suspeita de coronavírus.
R.I.P. 
Murilo A morte de Murilo Melo Filho abre um vácuo no jornalismo e na cultura do Brasil e do Rio Grande do Norte. Referência geracional, foi um dos mais ilustres natalenses, iniciando sua produção intelectual e jornalística ainda na puberdade. Poucos presenciaram e relataram a nossa história contemporânea.
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