Alex Medeiros
Um vírus desconhecido mata quase todos os mamíferos da Terra detentores de cromossomo Y. Em questão de poucas horas, os homens grande parte dos animais machos desaparecem, sobrevivendo apenas dois espécimes, sendo um deles um macaco rebelde e o outro é o dono do macaco, um cara de estilo geek na faixa etária dos vinte e sete anos. Talvez o último homem designado pela natureza para uma seleção natural que reinicie a perpetuação da espécie.
Esse é um roteiro de histórias em quadrinhos publicado entre 2002 e 2008 pela editora Vertigo Comics, intitulado “Y: The Last Man”, com texto do escritor Brian K. Vaughan e desenhos da cartunista Pia Guerra. Mais de dez anos depois da circulação dos gibis mensais, a dramaturga e atriz americana Eliza Clark convenceu os estúdios FX a realizar uma série de dez episódios que agora está chegando ao serviço de streaming Disney+ com três primeiros capítulos.
Um relevante detalhe da série é que, por iniciativa de Eliza, as mulheres ocupam todos os espaços de produção, como montagem, figurino, fotografia, casting e outros departamentos. O “Último Homem” num mundo de amazonas.
A graphic novel com um mundo de mulheres não é uma narrativa inédita. Nas aventuras da Mulher Maravilha, da DC Comics, de vez em quando aparece ou é citada a ilha de Themyscira, terra natal da heroína, governada por mulheres.
Na nova trama, o único homem sobrevivente ao vírus feminista não tem qualquer noção dos motivos que o protegeram, nem mesmo o novo universo feminino que passa a comandar a vida no planeta. E aí está o centro de tudo.
Os três primeiros episódios, que foram disponibilizados ontem, nos apresenta as dúvidas sobre a sobrevivência dele e exibem os personagens que darão protagonismo a um apocalipse narrado por vozes femininas, um Gênesis XX.
Um ponto para elevar o drama do fim do mundo é que o rapaz, chamado Yorick, tem uma mãe que é parlamentar do Partido Democrata americano e que com o desaparecimento dos homens, acaba assumindo a Casa Branca.
Ele também tem uma irmã paramédica cheia de problemas temperamentais e ainda enfrenta um ranço com uma garota chamada Kimberly, que vem a ser filha do presidente dos EUA, cuja sala oval agora é ocupada pela mãe dele.
Quem achar que as amazonas da ilha da Mulher Maravilha são detentoras de poderes extraordinários inigualáveis, não tem ideia da força de um Pentágono repleto de mulheres comandando os destinos dos EUA, da Terra e do futuro.
Imaginem também o nível de conflito num congresso lotado de mulheres, divididas entre republicanas e democratas. O clima de beligerância verbal da disputa Trump-Biden tem sua versão de briga de comadres em elevado grau.
O vai e vem dos apelos dramáticos e humorísticos enriquece a narrativa e a fantasia da HQ. O protagonista forma dupla com uma agente para buscar respostas da sua resistência, e aí se estabelece uma ótima parceria cômica.
Vale a pena acompanhar a expectativa de um mundo feminino com apenas um homem em sua superfície. O destino da raça decidido por providências de um Pentágono que tem muito mais protagonismo e poder do que a Casa Branca.
Terremotos
Enquanto os rios de lava vão devorando a ilha de La Palma, os enxame sísmicos seguem ocorrendo na região. Domingo e segunda houve mais dez enxames e o número de abalos chegou ontem a 26 mil, entre 2 e 4,5 graus.
Na CPI
O controlador-geral da União, Wagner Rosário, disse uma verdade pela metade, o que difere de uma meia-verdade. A senadora Simone Tebet não é só descontrolada, mas ideologicamente dissimulada. Rasgou o legado do pai.
De novo
Na sessão de ontem da CPI da Covid, o quarteto de “incelenças” Omar Aziz, Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e Otto Alencar violentou mais uma vez a autonomia médica e atacou desrespeitosamente o cirurgião Pedro Benedito.
Ditaduras
Grande e didática reportagem no Jornal da Record na terça sobre a liberdade de imprensa ameaçada por Lula, que promete regular a mídia caso o PT volte ao governo federal. Juristas e intelectuais disseram ser uma ideia totalitária.
Cajus
Uma pequena nota com foto, no blog de Gustavo Negreiros, quase virou meme na noite de anteontem. A imagem do ex-deputado Fernando Mineiro pulando uma cerca pra pegar caju circulou em diversos grupos de Whatsapp do estado.
Academia
Avançam as conversações para a criação e instalação de uma Academia de Arte e Design do RN, reunindo em 35 cadeiras artistas plásticos, arquitetos, escultores, ilustradores, fotógrafos, litófragos. Quem será o grande patrono?
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Ao lado do Grêmio, o Flamengo teve uma das primeiras torcidas gays do país, ao final dos anos 1970. A partir da próxima sexta-feira, o clube da Gávea lança um novo uniforme em homenagem ao movimento lgbt. Azul da cor do mar.
Copas
A FIFA decidiu que vai ouvir as opiniões de todas as confederações de futebol sobre a ideia de realização da Copa do Mundo a cada dois anos. Um encontro com as entidades será marcado, muito provavelmente, para 30 de setembro.
Seleções
A de Marcelo Navarro: Banks, Maldini, Beckenbauer, Bobby Moore, Cruiff, Maradona, Pelé, Messi, Garrincha, Puskas, Romário. E a de Carlos Theodorico: Manga, Leandro, Figueroa, Luís Pereira, Marinho Chagas, Falcão, Zico, Rivelino, Pelé, Ronaldo Fenômeno, Romário.
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