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Um novo poder logístico para o RN

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Afora garantir o fluxo de passageiros durante a Copa do Mundo de 2014 e fortalecer o turismo do Estado, o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante terá papel preponderante na fomentação da indústria.
Valério Menescal, representante do ministro da Aviação no seminário, traçou um quadro otimista para a economia do RN, Paraíba e Ceará, a partir do novo terminal aéreo em São Gonçalo do Amarante
Essa certeza foi assegurada, ao público presente no auditório do Hotel Barreira Roxa (Via Costeia), na manhã de ontem, pelo diretor substituto do departamento de Gestão Aeroportuária do Ministério da Aviação Civil Valério Menescal. O executivo representou o ministro da Secretaria de Aviação Civil Wagner Bittencourt de Oliveira, e fez a primeira palestra do dia na 11ª edição do projeto Motores do Desenvolvimento do RN.

O seminário de ontem teve como tema principal os desafios e oportunidades do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. O mais novo terminal aéreo do Brasil – o primeiro de grande porte a ser administrado pela iniciativa privada -, enfatizou o diretor, é um “alívio” para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas, mas independente destes eventos, atende a necessidade do mercado de aviação brasileira.

Embora, o setor de passageiros seja o primeiro a ser contemplado – com expectativa de aumento de fluxo de 5,8 milhões de passageiros ao ano, em 2014, para 11,4 milhões de passageiros ao ano, até 2024 – o contrato, garante o diretor, é de tornar o empreendimento não só um centro de distribuição de passageiros, mas um hub de cargas para outros estados do Brasil e até para outros países.

“A expectativa é, a partir daí, a operação do Aeroporto dotar o Rio Grande do Norte, a Paraíba e o Ceará de estrutura turística e comercial e assegurar um poder de logística tanto para exportar, quanto para receber, de modo a movimentar a indústria automobilística, de refinaria, entre outras”, frisou.

Em palestra, Valério Menescal falou que o setor aeroportuário enfrenta desafios como melhorar o atendimento e serviços prestados aos passageiros, buscar investimentos para ampliação e adequação dos espaços físicos, qualificar a gestão dos aeroportos brasileiros para que seja eficiente no papel de articulação com os membros do sistema, do governo, andamento das concessões. Para isso a Secretaria de Aviação Civil, elaborou um planejamento da aviação do Brasil para atender a expansão da capacidade da infraestrutura aeroportuária e a tecnologia da gestão para despacho de passageiros e cargas.

“Construir novos aeroportos é importante. Mas tão importante quanto é cuidar da gestão para dar retorno ao investimentos, as expectativas de usuários e empreendedores”, disse Menescal. Até 2014, o setor aeroportuário receberá R$ 2 bilhões em investimentos”.

O diretor substituto de Gestão Aeroportuária do Ministério da Aviação Civil Valério Menescal também falou da necessidade de desburocratizar os processos de para assegurar investimentos para o setor “sem comprometer as recomendações do TCU”, além de integrar no mesmo planejamento modais de transportes com investimentos do poder público e iniciativa privada.

Debates giram em torno de prazos e áreas livres

As obras de acesso ao novo terminal aéreo em São Gonçalo do Amarante e a implantação da zona de processamento de exportação (ZPE) de Macaíba dominaram o primeiro debate do dia no seminário. As perguntas, mediadas por Marcelo Queiroz, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN, foram dirigidas à governadora Rosalba Ciarlini.
Amaro Sales, presidente da Fiern, fez a mediação do debate
Uma das questões levantadas foi se o Estado não criaria uma área de livre comércio na zona Norte de Natal, dada a proximidade com São Gonçalo do Amarante. Rosalba respondeu que o governo tratará primeiro de viabilizar a zona de processamento de exportação de Macaíba. Depois disso, dará outros passos. “Não podemos abandonar o que já começamos”, justificou. A ZPE de Macaíba, segundo Rosalba, não beneficia apenas o município, localizado na Região Metropolitana de Natal. “Beneficia todo o Estado”.

Quanto aos acessos, a obra do primeiro bloco, que liga o aeroporto a BR 406, começa no primeiro trimestre de 2012 – a data já havia sido anunciada pela governadora durante a visita da presidenta Dilma Roussef, no último dia 28, por ocasião da assinatura do contrato de concessão do novo aeroporto. Os recursos (na ordem de R$15 milhões) já estão assegurados, segundo a governadora.

Outro questionamento foi sobre quando começa a obra do acesso que ligaria o aeroporto à Arena das Dunas. Rosalba explicou que o trecho não foi incluído no projeto encaminhado ao governo federal e incluído no PAC da Copa, mas que pediu mais recursos para construir o novo acesso. “Devo ter a resposta no dia 14”, afirmou. Rosalba deixou claro que a responsabilidade do governo, dentro das obras de mobilidade para a Copa 2014, é concluir o prolongamento da avenida Prudente de Morais, já iniciado, ampliar a avenida Roberto Freire e construir o acesso ao aeroporto (que liga o futuro terminal à BR 406). “Foi o que ficou definido no ano passado”.

Questionada se o governo estadual dispunha de dinheiro suficiente para as indenizações pendentes, no entorno do novo terminal aéreo, Rosalba respondeu que sim. “O problema envolvendo a questão das desapropriações (pelo menos no local onde o aeroporto está sendo construído) não é o dinheiro. Trata-se de uma questão burocrática. A procuradoria geral do estado, porém, está resolvendo caso a caso”.

Mediado pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales, a segunda rodada de debates contou com a participação do diretor substituto do departamento de Gestão Aeroportuária do Ministério da Aviação Civil, Valério Menescal, e o diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Rubens Carlos Vieira. As discussões giraram em torno da necessidade de se estimular os voos regionais.

Rubens Carlos Vieira frisou que para concretizar essa meta é importante contar com as ações dos poderes públicos locais no sentido de estruturar aeroportos menores, em cidades de médio e pequeno porte, que tenham importância estratégica. “O sistema precisa funcionar de forma harmônica. A aviação regional tem um grande potencial de crescimento, é preciso estimular isso”, disse.

O deputado Henrique Alves participou do debate e fez questão de lembrar o caso do aeroporto de Mossoró. “A cidade é uma das que mais cresce na região, a economia está em ebulição com o petróleo, a fruticultura, e, no entanto, não temos um aeroporto a altura da importância da região para a economia do Estado”, afirmou.

O líder do PMDB na Câmara dos Deputados também criticou a demora na reforma do Augusto Severo e pediu melhorias urgentes das condições estruturais do terminal. “As obras estão andando em ritmo lento. As filas são enormes, o ar condicionado não é suficiente para atender a demanda. É preciso que se tragam melhorias urgentes”, pediu Henrique Alves.

Rubens Carlos Vieira lembrou que o aeroporto de Mossoró pode ser de fundamental importância para o terminal de São Gonçalo. “É essencial que ele funcione como um grande alimentador de São Gonçalo”, disse.

Bate-papo

Jaime Calado, prefeito de São Gonçalo do Amarante

Qual a expectativa em relação ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?

Muito boa. O RN por inteiro entendeu a importância desse empreendimento, do aspecto econômico e social. É um empreendimento sustentável de crescimento crescente. Sem dúvida, será um marco para o Estado. É preciso destacar que é um dos poucos empreendimentos que contou com o apoio de toda a classe política.

Quais as áreas que terão maior impacto?

São muitas. Desde o turismo até o setor de serviços. Mas quero destacar a atração de empregos relacionados a tecnologia de ponta. Essa é a característica das cargas nos aeroportos. São empregos de alta tecnologia, portanto bons empregos.

O que o Estado precisa fazer para garantir o empreendimento?

Construir os acessos, investir em qualificação, entre outras iniciativas, como o metrô de superfície, que precisa ser levado até São Gonçalo.

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