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Um ponto de arte e comida de boteco

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O balcão é o coração do bar. Aquele lugar onde os petiscos e bebidas são saboreados, conversas são puxadas, reflexões feitas, e amizades despontam. Não por acaso o balcão é ponto central do Barduínos, a empreitada que o artista plástico Pedro Balduíno está conduzindo há dois meses no Alecrim. Admirador da cultura dos botecos há muito tempo, ele quer fazer desse encontro um novo tipo de arte.

O balcão do Barduinos é o coração do bar, para degustar e bater papo com o cozinheiro e o ilustrador de quadrinhos Pedro Balduíno

O balcão do Barduinos é o coração do bar, para degustar e bater papo com o cozinheiro e o ilustrador de quadrinhos Pedro Balduíno

O Barduínos possui o formato mais clássico de um botequim: um balcão à frente e clientes na calçada. De frente para a rua, naturalmente arejado e muito democrático. “Um jornalista mineiro, especialista em botecos, me disse que o Barduínos é um bar da categoria ‘bunda de fora’, pois os clientes ficam todos no lado externo. Eu nem sabia que existia essa nomenclatura, mas adorei. O espaço é pequeno, mas a convivência é grande”, diz.

Balduíno conta que bar é memória afetiva. Do tipo que ele frequentava com os pais, para comer salgados e beber refrigerante quando criança. “Até que morei um tempo em Belo Horizonte, um lugar que se auto intitula ‘a cidade dos botecos’, e passei a amar ainda mais essa cultura. Quando voltei pra Natal, já vim com um desejo de criar esse lugar paralelo ao meu ofício de artista”, afirma.

O bar nasceu então com a proposta de ser diverso, aberto. “Pra mim, um bom boteco deve ter comida pra todo tipo de gente, bebidas pra todos os gostos, e preços para todos os bolsos”, diz. Na hora de montar o cardápio, Balduíno afirma ter se inspirado no que viu no Sudeste, o gosto pelas conservas, pelos petiscos. A tudo isso ele dá um toque caseiro.

Petiscos do Barduínos: porções do antepasto com pãozinho francês e bolinho de carne de sol com ketchup de goiabada

Petiscos do Barduínos: porções do antepasto com pãozinho francês e bolinho de carne de sol com ‘ketchup’ de goiabada

O cardápio traz conservas de queixo, antepastos, pão de queijo, coxinhas, bolinhos, etc. Ele destaca o biscoito de queijo, feito com queijo Minas meia-cura, goma de tapioca, e outros ingredientes secretos, e um pão de alho caseiro que só sai às sextas. Para acompanhar, os molhos caseiros especiais da casa: o ketchup de goiaba, pesto de castanha de caju, e o barbecue de rapadura. As iguarias recebem nomes inspirados em autores clássicos de terror e fantasia (Edgar Allan Poe, Lovecraft e Mary Shelley), e também saem em potinhos para venda. A clientela adora.

Para beber, a casa oferece do trivial ao diferenciado. Tem aquelas cervejas que todo mundo conhece, e tem também as especiais. E tem bons vinhos. “Eu fiquei surpreso com a repercussão da Quinta do Vinho, as pessoas aderiram com gosto. O Alecrim tem isso de ser um lugar onde se encontra de tudo”, diz, ressaltando que o bairro é uma inspiração do bar.

O molho caseiro batizado de Ketchup de Goiabada Allan Paulo é da linha de molhos caseiros feitos e comercializados pelo dono. Há também pesto de castanha de caju e o barbecue de rapadura

O molho caseiro batizado de ‘Ketchup de Goiabada Allan Paulo’ é da linha de molhos caseiros feitos e comercializados pelo dono. Há também pesto de castanha de caju e o barbecue de rapadura

O proprietário não nega que o Barduínos é um “bar de artista”, apesar de receber todo mundo que passa na calçada. Ele conta que a partir de junho a ideia é promover pequenas exposições de artistas diversos, aproveitando o pequeno espaço da casa. “É uma intenção minha de tornar o bar um lugar de arte e para a arte, com toda essa sensibilidade de trabalhar de forma humana e afetiva”, conclui.

Serviço:
Barduínos.  Rua Professor Tenório, 26, Alecrim. Aberto de quinta a sábado, das 14 às 20h.

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