O Barduínos possui o formato mais clássico de um botequim: um balcão à frente e clientes na calçada. De frente para a rua, naturalmente arejado e muito democrático. “Um jornalista mineiro, especialista em botecos, me disse que o Barduínos é um bar da categoria ‘bunda de fora’, pois os clientes ficam todos no lado externo. Eu nem sabia que existia essa nomenclatura, mas adorei. O espaço é pequeno, mas a convivência é grande”, diz.
Balduíno conta que bar é memória afetiva. Do tipo que ele frequentava com os pais, para comer salgados e beber refrigerante quando criança. “Até que morei um tempo em Belo Horizonte, um lugar que se auto intitula ‘a cidade dos botecos’, e passei a amar ainda mais essa cultura. Quando voltei pra Natal, já vim com um desejo de criar esse lugar paralelo ao meu ofício de artista”, afirma.
O cardápio traz conservas de queixo, antepastos, pão de queijo, coxinhas, bolinhos, etc. Ele destaca o biscoito de queijo, feito com queijo Minas meia-cura, goma de tapioca, e outros ingredientes secretos, e um pão de alho caseiro que só sai às sextas. Para acompanhar, os molhos caseiros especiais da casa: o ketchup de goiaba, pesto de castanha de caju, e o barbecue de rapadura. As iguarias recebem nomes inspirados em autores clássicos de terror e fantasia (Edgar Allan Poe, Lovecraft e Mary Shelley), e também saem em potinhos para venda. A clientela adora.
O proprietário não nega que o Barduínos é um “bar de artista”, apesar de receber todo mundo que passa na calçada. Ele conta que a partir de junho a ideia é promover pequenas exposições de artistas diversos, aproveitando o pequeno espaço da casa. “É uma intenção minha de tornar o bar um lugar de arte e para a arte, com toda essa sensibilidade de trabalhar de forma humana e afetiva”, conclui.
Serviço:
Barduínos. Rua Professor Tenório, 26, Alecrim. Aberto de quinta a sábado, das 14 às 20h.