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Um potiguar na mais antiga universidade de jazz da Europa

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Yuno Silva – repórter

A máxima “filho de peixe, peixinho é” cai como uma luva para o baterista Matheus Jardim, que no próximo dia 24 segue para a Áustria onde irá cursar Jazz na Kunst Universitat Graz pelos próximos quatro anos. Filho do multi-instrumentista Antônio de Pádua, Matheus aproveitou a rápida passagem da família pela Europa entre os meses de maio e julho para prestar o vestibular. Nos planos do jovem músico, que decidiu abandonar o bacharelado na Escola de Música da UFRN para buscar qualificação no Velho Mundo, é engrenar a graduação com um Mestrado. A origem da Kunst Universitat remonta ao ano de 1815, quando surgiu como liceu de artes na cidade de Graz, e desde o início dos anos 2000 passou a oferecer curso específico de Jazz – o primeiro da Europa.
Aos 18 anos, baterista Matheus Jardim vai para a Kunst Universitat Graz, na Áustria
Para celebrar a conquista e se despedir dos amigos, Matheus e família Pádua promovem show de despedida este sábado (21), às 21h30, no Zenbar em Pium.

“A concorrência era grande, 50 candidatos para quatro vagas em bateria, e nem imaginava que iria passar. Fiz as provas por experiência, espremendo o que sabia de inglês, e acabou dando certo”, disse o músico de 18 anos. Até ser aprovado, Matheus Jardim passou por prova teórica e provas práticas: 15 foram eliminados na primeira fase e outros 20 na segunda. Os quatro aprovados foram definidos após nova série de testes pela banca formada por professores e nomes do Jazz europeu. “Foi tenso. Teve muita leitura de partitura e precisei inventar um arranjo ali na hora, em 10 segundos, com os dois alunos que acompanhavam os candidatos. Na hora todo mundo se entendeu, apesar do meu inglês precário, e a coisa fluiu”.

Na prova prática, Matheus tinha que tocar três músicas: dois clássicos do Jazz mundial, “Nardis” (Miles Davis) e “The Savoy Recordings” (Charlie Parker), e um tema brasileiro. “No final disseram que não precisaria fazer a música brasileira, sabiam que teria mais facilidade que as outras duas”.

Diferenças

O músico potiguar destacou que a principal diferença entre a Escola de Música da UFRN e a universidade austríaca está no direcionamento profissional e no perfil do curso. “A Escola de Música daqui prepara o aluno para ser professor, investe em música clássica, enquanto na Áustria a universidade preparar o cara para tocar, participar de festivais”, disse Matheus, que cursava percussão erudita na UFRN.

Na Europa ele vai morar em uma república universitária mantida por um instituto afro-asiático. “Confesso que não estou preparado para o frio, nunca peguei menos de 10 graus, e minha mãe já está com saudades”.

Nascido em família musical, Matheus Jardim começou a tocar bateria dos 9 para os 10 anos, e acredita que é só questão de tempo para seu irmão mais novo, João Vitor, 13, flautista, seguir rumo parecido. “Ele está muito ligado ao choro, não sei se vai querer enveredar para o Jazz, mas quando estivemos na Europa agora em maio (junho e julho) vi professores brigando para dar aula pra ele, sabem que quanto mais novo começar melhor”.

Prêmio Hangar

Indicado como artista revelação no Prêmio Hangar de Música 2013, Matheus Jardim estica até o extremo oriente antes de responder presença na Kunst Universitat Graz: será percussionista da cantora Liz Rosa no Cotai Jazz & Blues Festival,  China. Liz se apresenta no dia 11 de outubro, mas outros shows estão agendados: “Vamos passar duas semanas para aquelas bandas, com apresentações extras em Macau, Hong Kong e Taiwan”. Ele e Liz Rosa dividem o palco com os potiguares Darlan Marley (bateria) e Marco Antônio da Costa (guitarra e piano, ex-Macaxeira Jazz), e os cariocas Sérgio Brandão (baixo, que toca com Toninho Horta) e Jean Charnaux (violão, que tocava na banda de Emílio Santiago).

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