Um homem e uma mulher, ambos casados e com família, funcionários de uma grande empresa, se conhecem numa convenção. E a partir desse encontro casual, a vidinha comum deles nunca mais será a mesma. Uma curiosa relação entre encontros e desencontros anuais conduz a peça “Que tal nós dois?”, que será apresentada no próximo dia 27 de outubro, no Teatro Riachuelo. O texto foi escrito numa parceria entre os autores Juliana Araripe e Otávio Martins.
Otávio Martins divide o palco com a atriz Carolina Ferraz. A história do casal se desenvolve ano após ano, sempre mostrando os reencontros nas convenções da empresa e as mudanças na vida de cada um. Embalados pelo clima de confraternização, e depois de beberem alguns drinks, acabam passando a noite juntos. No dia seguinte acordam juntos em quarto de hotel e, sem nenhuma intimidade, decidem não mais repetir o encontro amoroso. Mas no ano seguinte, eles se reencontram e passam a noite juntos, estabelecendo um relacionamento.
Otávio Martins e Carolina Ferraz entre muitos encontros
O ator e autor Otavio Martins conta que o texto mostra a evolução da relação, que começa com o constrangimento de duas pessoas que acordam juntas sem lembrar exatamente os detalhes da noite vivida. No segundo ano em que as personagens se encontram os conflitos pessoais são revelados. Questões relacionadas ao poder surgem no terceiro ano porque, na medida em que ela passa a assumir um cargo de liderança na empresa, abala o lado machista dele.
A personagem de Carolina Ferraz torna-se hierarquicamente superior ao personagem de Otavio Martins e, com isso, o homem precisa desapegar de seu complexo de superioridade. O espetáculo conquistou o interesse do público porque também fala de relacionamento amoroso de maneira leve, engraçada e sintonizada com questões que ganharam visibilidade social, como, o poder da mulher no mundo dos negócios.
A comédia romântica tem direção de Isser Korik. Otávio Martins é um ator, diretor, dramaturgo, tradutor e produtor, com uma trajetória iniciada no começo dos anos 90. Estreou em 1993, na comédia “After Magritte”, de Tom Stoppard. A partir do ano seguinte, fez os espetáculos “Narraador”, de Rubens Rewald, e “Futebol”, de Alberto Renault, com direção de Bia Lessa. Escreveu, dirigiu e atuou em dezenas de peças e papéis na televisão, com os mais variados estilos. Em 2014, escreveu e dirigiu “Caros Ouvintes”, comédia sobre o fim das radionovelas, com enorme sucesso, ganhando prêmios de melhor direção e espetáculo.
