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Um salto no escuro?

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Agnelo Alves
Jornalista

A sucessão presidencial vive um quadro político realmente inédito, com consequências eleitorais inusitadas, ainda. Nem os protagonistas, com toda certeza, estão entendendo. Os seus marqueteiros e assessores também. “No frigir dos ovos”, como Vulgo da Silva costuma definir as coisas, ninguém está entendendo.

Vejamos. A presidente Dilma sai de uma posição cômoda de favorita para um empate técnico, ponto a ponto – como registraram as pesquisas – logo no primeiro turno com Marina Silva, que não fez nada e não disse nada, tampouco, e não sabe se diz para não estragar. E Aécio Neves sai de uma posição de disputa nada fácil, para uma posição fora da disputa.

Os eleitores que majoritariamente não haviam definido o voto na divisão entre nulo e branco estão entendendo, embora tenham diminuído substancialmente. Não asseguram se mudarão de voto ou não. Um quadro talvez mais para surrealista, inusitado, em termos políticos e eleitorais.

Os mais displicentes dizem: “deixem a bola rolar para ver como é que fica”. Os outrora – estou falando de eleitores – atônitos perguntam uns aos outros o que está acontecendo, sem convicção, certamente, sobre o que manifestam nas pesquisas, ao mesmo tempo em que apontam ser apenas curiosos diante das próximas pesquisas, interessados em saber como virão, resumindo.

Ninguém se atreve, entre os analistas na imprensa nacional, a proferir um simples palpite, preferindo, com toda certeza, aguardar uma segunda rodada de pesquisas que possam definir um rumo ou mesmo uma simples tendência eleitoral, optando pelo caminho mais fácil da adivinhação sobre as consequências.

Na realidade, temos já a constatação da falência do sistema político que, eleição a eleição, mostrava sua saúde débil com a apresentação de um quadro de perda acentuada até chegar à condição que está aí, diagnosticada, com fraturas expostas em toda a sua envelhecida musculatura.

Qual eleitor que se intitula “peemedebista”? “Denhista”? “Prosista”? Quantos “istas”? Mais de trinta? Uma lástima sem lágrimas. Fico só imaginando se não acontecer uma total mudança política, o que irá acontecer nas eleições municipais próximas, em 2016? E tem gente que não pensa em outra coisa. Se não estamos capacitados para saber o que vai acontecer nos próximos 30 ou 60 dias, como vamos prever o que acontecerá nas eleições marcadas para 2016?

Aécio está fora, definitivamente, do páreo presidencial? Dilma reeleita em um segundo turno? Marina eleita presidente, logo no primeiro turno ou, quem sabe, no segundo turno, se houver? Um salto no escuro.

Marina que risco corre? Nenhum. Aécio o que fez? E a presidente Dilma? Todos três pregam “mudança”, a palavra mágica nesta eleição? Os candidatos ditos “nanicos”, ninguém sequer ouve falar.  Quantos são? Ninguém sabe. Um salto realmente no escuro ou uma eleição presidencial?

A economia pode estar na razão direta do rumo final. O “pibinho”, neste semestre, foi abaixo de sofrível.

Quadro local
Os eleitores entenderam o quadro local. Desde a primeira pesquisa, três meses passados, até as mais recentes todas apontam Henrique Eduardo à frente de seu principal competidor, Robinson Faria, com vantagem entre 11 e 15 pontos equivalentes a 280 mil votos.

Quadros complicados
Os quadros locais complicados são os de deputados federal e estadual. Pode haver candidato recordista de votos, na faixa de 60 mil votos, eleito para deputado estadual e candidatos com 40 mil votos não se elegerem, perdendo para quem terá menos de 30 mil votos. Complicado. E para deputado federal, candidatos com 280 mil votos serem eleitos, enquanto, na mesma eleição, existirão outros com 100 mil votos que não se elegerão, perdendo a vaga para candidatos com menos de 50 mil votos. É o voto proporcional.

É o “intrincado do intrincado”. Esperar para ver.

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