Nos tempos de Pelé, em gramados nacionais só havia um centro-avante que aterrorizava ás defesas inimigas como o rei. Seu nome era Flávio Almeida Fonseca, um gaúcho nascido em 9 de maio de 1944, em Porto Alegre. Algumas antigas reportagens sobre ele citaram os meses de junho, julho e setembro, mas numa entrevista na saudosa Revista do Esporte ele confirmou o nascimento no então chamado mês das noivas, atualmente em desuso.
Dois anos depois ascendeu ao time princial e seus gols foram importantes para o título de campeão estadual de 1961. Seu talento já estava bem distribuído em 1,75 metro e 75 quilos. Ali ele ganhou o primeiro apelido, Flávio Bicudo.
O sucesso repentino o levou à seleção brasileira em 1963, e em 1964 trocou o Inter pelo Corinthians, onde tinha a missão de quebrar um jejum de 10 anos sem título, o que não conseguiu apesar de fazer chover muitos gols.
Arrebentou as redes dos adversários no campeonato paulista de 1968 e comandou a vitória de 2 x 0 sobre o Santos de Pelé, pondo fim a uma freguesia que já durava 10 anos. Virou ídolo com o jeito trombador e matador de elite.
Fumava dez cigarros Continental por dia e só entrava em campo com o aroma da pasta Kolynos e do sabonete Gessy. E dava calafrios nos zagueiros, como o gélido vento gaúcho que lhe deu um outro apelido, Flávio Minuano.
Quando deixou o Corinthians em 1969, para defender o Fluminense, já era famoso em todo o Brasil como o artilheiro nascido no Internacional e que com tempestades de gols foi essencial para impedir o hexacampeonato do Grêmio.
Alegrou a fiel do Timão com o fantástico ataque com Buião, Paulo Borges, Rivelino e Eduardo (morto em acidente de carro) e fez o mesmo no Rio com a linha Cafuringa, Samarone e Lula (o ex-ponteiro do Ferroviário de Natal).
Nos primeiros anos da década de 70, os gramados das pequenas e grandes áreas dos adversários se transformaram em campos férteis para os gols de Flávio. Era um goleador perfeito por baixo e por cima, tanque e bombardeiro.
Após trocar o Flu pelo Porto, retornou às origens e atuou no mítico Internacional que deu show na metade dos anos 1970. Apesar da idade, foi o artilheiro da equipe e campeão ao lado de Figueroa, Falcão e Carpegiani.
Em 1973, Flávio Minuano já somava nas estatísticas oficiais 972 gols. Um empresário e dois jornalistas catalogavam seus gols, como fizeram amigos do Romário. Foram acrescentados mais 98 gols, somando na carreira 1.070.
Seu gol 1.000 foi num jogo contra o Caxias, em 1976. Assim como os números de Arthur Friedenreich (1.329 gols), registrados e reconhecidos por entidades parceiras da Fifa, os gols de Flávio são ignorados por parte da mídia brasileira.
A Bandagália está de volta às paradas com um livro sobre a trajetória, festas, e provável saída às ruas. A banda suprapartidária, de tanto frevo e histórias, comprometida como sempre com a alegria, a folia e a irreverência. Viva!
Ainda Exupéry
Diógenes da Cunha Lima me envia recorte desta Tribuna, de abril de 1985, onde o icônico jornalista Nilo Pereira escreve sobre um encontro com o criador do Pequeno Príncipe, ao lado de Jean Mermoz, seu colega e anfitrião.
Outubro do livro
O mercado livreiro teve um outubro 2019 totalmente oposto ao mesmo mês em 2018, quando o quadro era de baixa. Segundo a Nielsen e o sindicato do setor, houve um aumento de 9,08% nas vendas, movimentando R$ 112 milhões.
Negritude
A pesquisadora Leide Câmara enviou ontem para a imprensa registro da primeira canção brasileira enaltecendo os negros. Composta por Uriel Lourival, a música Céu Moreno foi gravada em 1935 pelo cantor Orlando Silva.
Abolição loura
A negra Harriet Tubman foi um ícone na luta do abolicionismo americano e na Guerra Civil dos EUA. Nos anos 1990, durante entrevista ao The Times, um roteirista disse que Hollywood pensou em Julia Roberts no papel da heroína.
Sábado Conduto
A intrépida confraria que começou no Bar de Lourival e se estendeu por mais de uma década no Restaurante Cuxá, se reúne sábado na casa de Carlos (Bebé) Rosado em grande estilo, do meio-dia até à final da Taça Libertadores.
Quintas clubes
A crônica sobre os meninos da minha geração jogando bola no bairro na década de 70 despertou saudades no empresário Antonio Gentil e no médico Rivaldo Santos. Ambos jogaram futebol amador por lá nos anos 1960 e 1970.
Futebol na TV
No sábado, a bola rola nos gramados europeus: Crystal Palace x Liverpool, Manchester City x Chelsea, Leganes x Barcelona, Real Madrid x Real Sociedad, Atalanta x Junvetus, Milan x Napoli, Torino x Inter, Lyon x Nice.