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Uma batida para cada pista

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Tadzio Yuri
Repórter

A música eletrônica voltou a fazer paredes e pistas tremerem na noite da capital potiguar. Após um período apagada pelo enfraquecimento das boates e da ascensão da música ao vivo, os beats retomaram seu lugar nas agendas festeiras da cidade, através da iniciativa pessoal de DJs, produtores e fãs abnegados. Atualmente, há uma boa festa eletrônica toda semana. Especialmente neste fim de semana, tem festa no Beco da Lama para nostálgicos dos anos 80; na Ribeira, com o que há de mais moderno na eletrônica, e em Pipa, para os fãs das raves a céu aberto. Tem uma batida para cada um.

O Laboratório Cultural Disconexa virou um porto seguro para experimentos da música eletrônica. Mateus Tinoco, DJ, produtor, detalha que nova programação terá releitura do ‘house clássico’

Beats do Beco
Há algum tempo o Beco da Lama deixou de ser só do samba. Às quintas-feiras o local recebe o SounDJ do Lounge da Lama, no Bar da Meladinha, um encontro fervido e movido a house e techno. E pelo menos uma vez por mês, entra em cena o Sabadaço do Synthpop, uma festa que celebra as sonoridades sintéticas dos anos 80 (e suas influências), do mais pop ao underground, sem nenhum pudor.  A balada nostálgica vai agitar a área neste sábado, a partir das 16h, com DJs e grande elenco.

O som ficará por conta do DJ Galaxxxy, um dos co-criadores do evento; MaySally, residente que começou a discotecar no evento e conhece muito bem a dinâmica da festa; Minerva del Diablo, drag conhecida da cena, fã do gênero, e bastante pedida pelos fãs  da festa, e PajuxFrank, que vai investir na ítalo disco nesta edição. Pajux é o alter ego DJ de Frank Aleixo, o idealizador do projeto e de outras festas que movimentam a cena eletrônica da cidade.

Frank afirma que em 2020 deseja retomar as atividades do Sabadaço exclusivamente no Beco da Lama. “Estamos fazendo o evento lá há quase dois anos. Mas depois do hype gerado pelas pinturas e da ocupação por parte de outras produções, acabou que a produção  naquele espaço ficou um tanto quanto inviável. Agora que essas produções acabaram reduzindo o fôlego, ficou mais tranquilo voltar a fazer lá”, diz.

O Sabadaço, assim como outros eventos de música eletrônica que acontecem no Beco, começou com a percepção de que aquela sonoridade já era consumida no Bar da Meladinha. Segundo Frank, é um tipo de som que atrai a molecada e o público mais maduro. “O Sabadaço apareceu como uma oportunidade de construir pontes entre públicos, e foi uma ótima maneira de explorar, inclusive, sonoridades mais experimentais”, diz. Apesar de ser bastante eclético, o Sabadaço sempre inclui cânones como Kraftwerk, Depeche Mode e New Order.

Além do Sabadaço, Frank também criou a festa Houssaca, outra que reergueu a cena dance underground da capital. Segundo ele, o público local tem mente aberta e não liga pra modismos. “A música fala mais alto. O povo não se preocupa se a música é muito nova ou antiga. Não há obsessão por lançamentos. A música ‘French Kiss’, de Lil Louis, um clássico house de 1989, é moderníssima e o maior hit de 2020 entre os clubbers daqui”, diz.  Aliás, a próxima Houssaca será   dia 21 de março, no bar Ateliê.

Frank Aleixo é um dos entusiastas da música eletrônica e o criador do Sabadaço do Synthpop

Testado e aprovado
O Laboratório Cultural Disconexa – LCD para os íntimos – virou o porto seguro dos fãs de boa música eletrônica da cidade, na Ribeira. A agenda traz DJs locais, convidados de outros estados, noitadas experimentais, performances, e outras estripulias. Neste sábado terá uma nova edição da Festa Teste, o projeto mais famoso da casa, ao som de Anti (PE), Dandarona (PE), Dansk, e GameShark. Os visuais/performances ficarão por conta de SOA, Marxine, e Íguia.

Mateus Tinoco, DJ, produtor e um dos integrantes da Disconexa, explica que as duas convidadas de Recife costumam fazer uma releitura do house clássico, junto com muita produção brasileira, incluindo artistas travestis e LBGTQI+ no geral. “Mas a gente sempre incentiva os convidados a se sentirem livres para experimentar e explorar suas diferentes sonoridades – sem filtros”, explica.

O que vai rolar: Dandarona sempre promete muita house music, techno, break e afrolatinidade; já a Anti faz uma mescla de referências do techno e techhouse com elementos de funk proibidão como Tati Quebra Barraco, MC Carol e MC Dricka. “Mas a gente tá bem curioso pra ver o que elas vão trazer pra essa noite da Teste”, diz Mateus.

Mateus afirma que ter um espaço físico facilitou bastante a atuação dos produtores na cena, no aspecto logístico e no sentido de abrir portas e caminhos, fortalecendo os intercâmbios com artistas de fora. “A gente acredita também que os nichos alternativos de outros estados tem se unido mais em prol de evidenciar a riqueza da cena underground como um todo”, afirma.

O DJ ressalta a identidade da cena natalense, e que o público crescente tem abraçado cada vez mais a pluralidade e as possibilidades da música eletrônica. “A cena ainda é jovem e não muito grande, o que faz dela bastante acolhedora e calorosa. No fim das contas, nossa identidade é muito de resistência, liberdade, e principalmente, de irreverência”, conclui.

Beats na praia
A cena do trance psicodélico (psy trance) mantém os pés firmes dançando nas pistas de areia solta e céu aberto. A festa Bug edição “Magic Kingdom” vai agitar o espaço Pipa Open Air neste sábado. Ao melhor estilo maratona, o line-up traz artistas do gênero como All in One x Pondora, Talpa, Ranji, Burn in Noise, Sajanka, Aura Vortex, Acquavitta, Terra, Shekinah, Alicid, Movment x Invader Space, Impact Groove x Freakout, RAZ, Bassline 21, Sphynx, Acid Sonic, e um dos mais esperados, o projeto holandês GMS, um dos pioneiros do psy, tocado agora pelo produtor Riktam. 

Serviço:
Sabadaço do Synthpop. Sábado, a partir das 15h, no Bar da Meladinha, Cidade Alta. Acesso gratuito. 

Festa Teste. Sábado, 22h, no LCD, Ribeira. Entrada: R$15.

Bug Open Air. Sábado, no espaço Pipa Open Air, em Pipa. Entrada: R$92. Vendas no Pittsburg Ponta Negra e Prudente, e Ecológica (Midway e Praia Shopping).

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