Everaldo Lopes [[email protected]]
O torcedor brasileiro vivia o ano de 1944, a II Guerra Mundial estava praticamente chegando ao fim com a vitória dos países aliados, incluindo o Brasil, com seus mais de dois mil homens enfrentando italianos, japoneses e alemães, além dos caudilhos Adolfo Hitler e Benito Mussolini. Apesar de pequeno o número, mas havia um contingente do Exército Brasileiro no front da Itália, entre eles alguns norte-rio-grandenses, destacando-se o desportista Cleantho Homem Siqueira, torcedor do Vasco e do América/RN, falecido há dois anos. Durante o conflito mundial, as atividades desportivas nos países envolvidos, caiu quase a zero. Até a Copa do Mundo foi suspensa, parando em 1938 e só ressurgindo no Brasil, em 1950. Esta abertura é para o amigo leitor situar-se no ano em que foi localizada uma das primeiras entrevistas focalizando o futebol desta capital, publicada no matutino “A Ordem”, jornal que seguia a orientação da igreja católica local. O jornal “A Ordem” tinha circulação diária, 12 páginas, destacando-se o primeiro cronista esportivo da cidade, Wlademir Limeira.
O Brasil de 1944
Nessa mesma edição de “A Ordem”, há o noticiário do amistoso Brasil x Uruguai, com vitória maiúscula do time brasileiro dirigido pelo vascaíno Flávio Costa, pelo placar folgado de 6×1, jogo disputado no maior estádio da época, o São Januário, do Vasco. Para a turma da velhíssima guarda, confira a escalação do time brasileiro: Oberdan (depois Jurandir), Piolin, Begliomini, Zezé Procópio e Ruy, Noronha, Tesourinha, Isaías, Lelé, Jair e Chico.
Uma entrevista (2)
Eis alguns trechos da entrevista concedida ao repórter de “A Ordem”, ouvindo o dirigente Hélio Santiago que, anos depois seria diretor presidente do Instituto dos Comerciários do RN. Curioso, sem dúvida, é o texto do repórter de “A Ordem”. “Hélio Santiago não se opôs a nossa missão. Disse estar pronto para responder as nossas perguntas dando uma opinião sincera e franca: No seu entendimento, qual a situação dos esportes no Rio G. do Norte? O nosso entrevistado respondeu: “ o RN na minha despretensiosa opinião está em nível bem elevado, possui bons jogadores, que poderiam ser aproveitados por um técnico de classe. Falando sobre o futebol paraibano, disse Hélio Santiago: “O futebol paraibano gastou este ano 10 mil cruzeiros para preparar seu “scratch” visando o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. Por coincidência, em 1944 o RN realizou bela campanha nessa competição, tendo derrotado as seleções da Paraíba, Alagoas, chegando até Salvador, para a forte seleção baiana, por 5×4, mas os potiguares reclamando bastante da arbitragem facciosa, segundo “A Ordem”.
O medo da queda
Ninguém pode negar que o “fantasma” do chamado “Elefante branco” ainda existe em várias arenas. O mais recente foi o clássico Ceará x Fortaleza, disputado na quarta-feira, dando a largada na decisão do Estadual cearense reunindo os dois principais clubes do futebol alencarino. A presença ficou muito abaixo da metade do público. Já com referência ao futebol amazonense, a Arena Amazônia vem deixando preocupados os seus dirigentes.
Medo da queda (2)
De acordo com o documento financeiro da Federação Amazonense de Futebol, o prejuízo ficará para o governo do Estado. A renda bruta foi de R$ 124.700,00, as cadeiras vips custavam R$ 100,00, das 500 colocadas à venda, somente 21 foram vendidas. Dos últimos jogos até agora, há uma queda que chega a 92%. A esperança de um bom impulso deve acontecer com outros amistosos que atraem público. O grande teste será depois do Mundial, acreditam os dirigentes.
Domingo sem bola
Fora o período de férias do futebol brasileiro, geralmente começando nos finais de dezembro, é raro o fenômeÆno ocorrer no Rio Grande do Norte. Pois, acontece neste domingo, com o ABC largando na Copa do Brasil, jogando no Arruda, ontem, e logo pensando na Copa do Brasil, depois de eliminar a Desportiva. Já o América, fará sua estreia diante do Avaí, time tinhoso, duro na queda, rival de longas datas do time rubro. O jogo aconteceu na Arena das Dunas.
Ricardo na Globo
O “Esportes em Debate” da Rádio Globo teve ontem a primeira edição e hoje às 7 da matina, reapresentação 1ª edição, entrevistando o cartola americano Ricardo Bezerra.
