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Uma noite vamp

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Tádzio França
Repórter

Vampiros, como se sabe, são seres imortais que não sentem a passagem do tempo. Pode-se dizer que a telenovela “Vamp” faz jus a isso e atravessou décadas mantendo o mesmo encanto vampiresco que fez dela mania nacional no começo dos anos 90 do século passado. Quase 30 anos depois, a aventura ganha uma versão para os palcos, trazendo à frente o casal original de protagonistas, Cláudia Ohana e Ney Latorraca, interpretando Natasha e Conde Vlad, respectivamente. Os vampiros aterrissam em Natal para apresentar “Vamp – O Musical”, sexta (21h) e sábado (17h e 21h), no Teatro Riachuelo.

Claudia Ohana ‘revive’ a vampira sexy Natasha em formato musical:  “É algo mágico reviver uma obra que foi tão marcante pra mim, em outro formato”

Claudia Ohana ‘revive’ a vampira sexy Natasha em formato musical

Em forma de musical, “Vamp” leva 32 atores e 13 cenários para o palco. O texto é do mesmo autor da novela, Antônio Calmon, com direção de Diego Morais e a assinatura geral de Jorge Fernando, conservando o humor e a irreverência meio “trash” da obra original. Entre canções e sapateados, o espetáculo reproduz diversas cenas da novela. “É algo mágico reviver uma obra que foi tão marcante pra mim, em outro formato. Acho que sou uma das poucas artistas a ter essa oportunidade”, afirma Cláudia Ohana, em entrevista por telefone ao caderno FDS.

Nostalgia
A eterna Natasha conta que, apesar da emoção de reviver a personagem, não sente o mesmo peso da nostalgia que os fãs. “A gente no palco vê a emoção das pessoas, mas eu não sinto a mesma nostalgia que elas. A linguagem do teatro é tão diferente, que sinto como se estivesse fazendo algo totalmente novo, sem aquele vínculo com o passado. É um novo desafio pra mim”, diz. A atriz ressalta que não se surpreendeu com a acolhida do musical assim que foi lançado. “Nunca deixei de receber recados dos fãs da novela, seja os de 1991 ou os que viram depois nas reprises. Esse público é meu!”, brinca.

Cláudia Ohana afirma que, apesar da conexão com o sucesso pop do passado, a peça acabou por atrair uma gama variada de público além dos antigos telespectadores. “Pode-se dizer que temos um perfil predominante de gente entre os 30 e 40 anos, mas tem um pouco de tudo. A peça é uma superprodução, então também atraiu o pessoal que curte musicais, e também o infantil”, diz.

A retomada da parceria de Cláudia com Ney Latorraca é outro item que leva os fãs à loucura – e a atriz também. “O Ney se diverte muito no palco, é uma loucura. Ele encarna o Vlad do mesmo jeito que na novela, com toda aquela irreverência do personagem e dele mesmo. O Ney tem um humor específico, criativo e inteligente. É um grande companheiro de cena”, afirma. “Vamp”, a novela, foi importante por também ter mostrado os vários talentos de Cláudia. “ Eu vinha do cinema, e a novela me colocou num patamar de popularidade nacional. E também me deu a oportunidade de mostrar que eu canto e danço”, ressalta.

Dança dos vampiros
A trilha sonora, que já era importante na novela, ganha ainda mais peso no musical. Claro,  traz canções que marcaram na telinha, ao lado de outras inéditas, compostas especialmente para o espetáculo. A música tema continua sendo “Noite preta” (a abertura da novela), na voz de Cláudia Ohana, que também interpreta o clássico dos Rolling Stones “Simpathy for the Devil”, e “Puro êxtase”, do Barão Vermelho. Entre as outras músicas que embalarão a dança dos vampiros estão “Gita” (Raul Seixas), “Felicidade urgente” (Elba Ramalho), “Doce vampiro” (Rita Lee), e “Thriller”, de Michael Jackson, revivendo uma cena clássica do Conde Vlad no cemitério – e terminando tudo em samba.

Ator Ney Latorraca dá o tom escrachado

Ator Ney Latorraca dá o tom escrachado

A trama da peça segue a mesma da novela: Natasha é uma cantora pop que, para obter o sucesso, vende a alma para o Conde Vlad – e torna-se uma vampira. Ele, apaixonado por sua presa, faz de tudo para conquistá-la. Mas, com o passar do tempo, Natasha passa a tentar se livrar dele e da maldição de ser vampira para sempre. Para isso ela parte para o Brasil em busca do “Medalhão do Poder”, escondido na cidadezinha litorânea Baía dos Anjos, onde encontra a Família do Capitão Jonas.

Natasha vai até Baía dos Anjos com a desculpa de gravar o clipe de uma música, causando comoção na cidade. Vlad descobre seu plano e, para se vingar, transforma o paraíso à beira mar numa cidade tomada por vampiros. Para os que pensam que sabem como a novela termina, um spoiler: o final será surpreendente e muito diferente do da novela. A trama também abriu espaço para uma nova personagem, a “Madrácula”, uma vampira portuguesa, mãe do Conde Vlad, interpretada pela atriz Cláudia Netto. A vampirona adora enquadrar o filho em seus momentos de crise.

Passados 27 anos, o legado de “Vamp” se confirma pela sucesso que o musical obteve. E mesmo que os vampiros hoje em dia sejam ainda mais populares do que em 1991, Cláudia Ohana afirma que um fenômeno como aquele não poderia se repetir nos dias de hoje. “Era outro mundo. Não tinha internet, canais fechados de TV. A novela dava 80 pontos de audiência, mobilizava o país. Mesmo para quem viu recentemente, não terá a ideia de como essa novela foi marcante para uma época”, analisa. A novela virou um culto pop que passa de pai para filho. “Toda a criançada que curte ‘Vamp’ foi influenciada pelos pais”, diz.

O diretor geral Jorge Fernando já declarou: “Não é uma história de vampiros, é uma história de amor com muita comédia para a família inteira poder se divertir no teatro. É um espetáculo para todas as idades: para quem foi criança naquela época e para as crianças de hoje”. Vampirismo também é família.

Serviço:
Vamp – O Musical. Sexta (21h) e sábado (17h e 21h), no Teatro Riachuelo. Entrada: R$50 (balcão), R$100 (frisas), e R$120 (camarotes/plateia).

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