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Uma seleção cada vez mais longe

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REZANDO NA CARTILHA - Dunga parece já seguir determinações de Ricardo Teixeira

Rio (AE) – O contato cada vez mais reduzido do torcedor brasileiro com os  jogadores da seleção, um suposto motivo da frieza da equipe no Mundial da Alemanha,  pode ser reflexo da quase inexistência de amistosos do Brasil em território  nacional nos últimos anos. Desde a Copa de 2002, a seleção disputou 24 jogos que não foram de competição. E o número daqueles realizados fora de casa é um claro sinal desse distanciamento: foram 22 no exterior. 

A seleção virou um produto de exportação e com ótimo valor de mercado. Em média,  cada amistoso do Brasil na Europa ou Ásia rende cerca de US$ 1,5 milhão para  a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Conclui-se, a partir desse dado,  a pouca vontade política da entidade de contestar na Fifa a intransigência dos clubes europeus em ceder seus jogadores para as seleções de outros continentes  – na América do Sul quem sofre mais com isso é o Brasil, seguido da Argentina. 

A CBF atribui o problema a um acordo dos clubes europeus com a Fifa: não liberar  seus atletas para compromissos das seleções em locais distantes mais de quatro  horas da cidade dos clubes. Em alguns casos, esse limite é ampliado para seis  horas.  Contra o Haiti, em 18 de agosto de 2004, o Brasil teve dificuldades com  o Milan e as negociações para que Cafu, Dida e Kaká participassem do amistoso  festivo em Porto Príncipe não foram bem sucedidas. 

A alegação do clube europeu, na oportunidade, foi de que o local do jogo do  Brasil estava fora desse raio de quatro ou seis horas de distância da Europa.  Restou à CBF uma crítica interna pelo que classificou de má vontade dos atletas  em tentar com a direção do clube a liberação para a viagem até o Haiti.  “Pela proximidade com a Europa, a seleção pode até jogar em alguns países da África. Para fazer amistosos no Brasil, só se for com um time formado por atletas  em atividade no País”, comentou o assessor de Imprensa da CBF, Rodrigo Paiva.  “A confederação cumpre determinação da Fifa.” O mais recente exemplo disso ocorreu  em abril de 2005, em partida disputada no Pacaembu que marcou a despedida de Romário da seleção. O Brasil venceu a Guatemala por 3 a 0 com uma equipe com atletas de clubes do País. Este amistoso foi o único da seleção realizado em SP em 16 anos. 

Neste período, houve somente mais três jogos não oficiais do Brasil no Estado de São Paulo: em maio de 1990, em Campinas (2 a 1 na Bulgária); em março de  1993, em Ribeirão Preto (2 a 2 com a Polônia); e em março de 1996, em São José  do Rio Preto (Brasil 8 x 2 Gana).  Para o técnico Dunga, não há, a princípio, uma solução para o problema. “É uma  questão de logísitica. Essa discussão gera um conflito com os clubes europeus. Seria bom que não fosse assim. Mas o que fazer?”. Até o final  do ano serão mais três: sábado, contra o Kuwait, na casa do adversário,  no dia 10 de outubro, contra o Equador, em Estocolmo; e em 15 de novembro, contra  a Suíça, na Basiléia.

Branco adota linha dura nas bases do time

Rio (AE) – O fracasso da seleção na Copa da Alemanha levou a coordenação  das categorias de base da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a pôr em  prática um modelo mais disciplinador para os jovens convocados. O idealizador  da medida é o ex-lateral Branco, campeão do mundo em 1994 e hoje responsável  por quatro seleções brasileiras – da Sub-14 à Sub-20. Ele criou uma cartilha  e não admite entre os craques iniciantes nem mesmo chuteiras coloridas.  

As restrições são abrangentes, sempre com o único objetivo de fortalecer a  imagem da seleção brasileira. Os caprichos individuais são dispensáveis. “Aqui  ninguém pode usar tiara, brinco, celular na mesa de refeição, vir com o cabelo  muito enfeitado, calçar chinelo de dedo em refeitório ou recepção de hotel”,  conta Branco. Para ele, o processo de formação deve começar bem cedo e é fundamental.  “Se deixar a coisa solta, o cara vai querer bater no presidente do clube”.

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