Genebra (AE) – A invasão dos jogadores estrangeiros nos campeonatos europeus se transformou de vez numa polêmica política. Nesta quarta-feira, a União Européia (UE) rejeitou a proposta da Fifa de estabelecer um limite máximo de cinco jogadores estrangeiros para os times de futebol, e ameaçou abrir um processo nos tribunais se a entidade máxima do futebol insistir em seguir com a proposta.
Na terça, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que colocará à votação a idéia conhecida como “6+5”, em que cada time de futebol deve escalar por partida pelo menos seis jogadores nascidos em seu próprio país. O objetivo da Fifa é o de impedir que uma equipe entre em campo com praticamente uma seleção de estrangeiros – o que vem ocorrendo com freqüência nos campeonatos europeus. O Arsenal, neste ano, chegou a jogar partidas do Campeonato Inglês sem ter um inglês sequer em campo. Mas para a União Européia, a proposta da Fifa é “incompatível com a legislação comunitária”.
O governo comunitário, com sede em Bruxelas, na Bélgica, ameaça levar aos tribunais qualquer país que opte por adotar a proposta. “A Comissão Européia deu um cartão vermelho à proposta”, afirmou Vladimir Spidla, comissário europeu para o Trabalho. “Se alguns país permitir que suas associações a seguir com essas leis, estarão em violação das regras européias e seremos obrigados a tomar medidas”, afirmou. A lei européia estipula que qualquer trabalhador, inclusive atletas profissionais, pode cruzar fronteiras dentro da Europa e trabalhar em qualquer um dos 27 países do bloco.
Mesmo assim, Blatter disse que vai colocar o tema na agenda do Congresso anual da entidade, que começa nesta quinta-feira, em Sydney, na Austrália. Ele havia dito na terça que se reuniria com autoridades européias para convencê-los da validade da proposta.