quinta-feira, 28 de março, 2024
29.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Universidades do Brasil excluem os negros

- Publicidade -

São Paulo (AE) – Na tentativa de corrigir as desigualdades raciais, cada vez mais universidades separam vagas para negros no vestibular. Enquanto isso, na outra ponta da sala de aula, um problema da mesma natureza continua sem atenção: o número insignificante de professores negros no ensino superior.

Quem chama a atenção é o antropólogo José Jorge de Carvalho, da Universidade de Brasília (UnB). No ano 2000, ele fez uma espécie de censo racial em 12 importantes instituições de ensino superior. A conclusão: num país em que 45% da população se declara negra (preta ou parda), o número de professores dessa raça não chega, em média, a 0,7%. O índice mais baixo foi na instituição de ensino e pesquisa mais conceituada do país. Dos 4.705 professores da Universidade de São Paulo (USP) em 2000, só cinco eram negros (0,1%).

“Os números são escandalosos. É difícil encontrar outra explicação que não seja o racismo”, diz Carvalho, que fez o levantamento para o livro “Inclusão Étnica e Racial no Brasil” (Editora Attar). Na raiz desse problema, segundo o antropólogo, está a dificuldade que os negros têm para chegar à universidade pública. Dos estudantes que se inscreveram no vestibular deste ano da USP, 23,1% eram negros. Na segunda fase do concurso, o grupo de negros caiu para 12,9%.

Para Carvalho, as universidades só têm a perder com a exclusão racial na docência. “Com mais negros, o leque de temas tratados na academia se torna mais variado, chegam mais conhecimentos novos. A experiência pessoal do professor faz diferença.”
O Ministério da Educação prometeu abrir 4 mil vagas para professores nas universidades federais até 2007. Para Carvalho,essa é a chance de levar as ações afirmativas para a docência.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas