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Usuários reclamam da escassez má distribuição de abrigos

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USUÁRIO - Maior parte dos que dependem do transporte coletivo precisa esperar no sol forteAs pessoas que dependem de transporte coletivo para se deslocar em Natal estão cada vez mais insatisfeitas. Do total de 1.800 paradas de ônibus existentes na cidade, apenas 30% têm abrigos. Com a consciência do problema, há bastante tempo a Secretaria de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) esboçou o projeto de substituição dos abrigos antigos por outros melhores. No entanto, o que se pode observar pela cidade são usuários totalmente insatisfeitos: algumas paradas não têm nem placas de orientação, nem assentos, outras estão depredadas.

É verdade que parte delas foi substituída. Contudo, os novos abrigos – com proteção nas laterais, atrás e no teto – só podem ser encontrados nos principais corredores da cidade, como na avenida Engenheiro Roberto Freire, que liga o bairro de Capim Macio à Ponta Negra – uma das principais vias turísticas de Natal – ou na Prudente de Morais, que praticamente corta a cidade do centro à zona sul.

Muitos usuários, como a aposentada Cícera Pereira da Silva, de 73 anos de idade, reclamam que ficam desfavorecidos. Ela se submete a ficar por vezes até quarenta minutos esperando o ônibus para voltar à zona norte, onde reside. “Na zona norte tem lugar que nem parada tem. E quando tem, falta tudo. Falta abrigo, falta assento e nós temos que ficar em pé. Nós somos os mais esquecidos pelos órgãos públicos”, desabafa.

A telefonista Maria das Dores Lisboa concorda. “Eu acredito que em certos locais foram colocados novos abrigos porque se tratam de pontos turísticos. A prefeitura deveria olhar também o lado do povo menos favorecido. Isso é discriminação”, revolta-se. A cabeleireira Valdilete Batista da Silva sempre passa pela mesma situação. “Não entendo porque a prefeitura coloca abrigo em alguns lugares e outros não. Sempre passo cerca de meia hora esperando em pé e no sol”, reclama. Outro ponto questionado pelos usuários é o fato de os novos abrigos serem patrocinados por grandes empresas. Não que o financiamento da iniciativa privada não seja bem-vindo. Mas está claro que se todos os abrigos são dotados de propagandas, é compreensível que as empresas dêem prioridade aos grandes corredores, pois a publicidade será mais ostensiva.

O chefe do departamento de Planejamento da STTU, Walter Pedro, esclarece que os grandes corredores foram contemplados primeiramente por atenderem a quase todos os bairros. “Não é que estamos priorizando os turistas. Estamos priorizando todos os bairros. Pela Roberto Freire passam pessoas que tanto vão para a zona norte, quanto para Pirangi do Sul”, justifica. Walter Pedro confirma o fato de os contratos de publicidade dos novos abrigos darem preferência aos grandes corredores, mas garante que os lugares mais distantes também serão contemplados. “No momento estamos fazendo uma nova licitação para recuperar mais abrigos. Serão implementados nos próximos quatro anos 600 novos abrigos”, enfatiza ele, informando que cada um custa aos cofres públicos em torno de R$ 5 mil.

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