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Vacina contribui para frear pandemia

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Seis meses após o início da vacinação, o Rio Grande do Norte começa a colher os frutos da imunização do povo potiguar, refletindo em vários indicadores de saúde, como ocupação de leitos, taxa de transmissibilidade, redução de óbitos e mudança no perfil das internações. Apesar de citarem que essas alterações positivas nos índices são reflexos da vacinação, epidemiologistas e pesquisadores avaliam que a sazonalidade da doença também pode ser um fator que puxou essas taxas para baixo.

Primeira vacinada foi Ednalva Silva. Doença está em queda

#SAIBAMAIS#

Observando dados do Regula RN, que atualiza o quadro assistencial do Estado para a Covid-19 em tempo real, é possível notar uma mudança no perfil de internações em leitos críticos no Estado. A partir do dia 06 de maio, a curva dos idosos hospitalizados passou a cair, enquanto a de não idosos subiu e não parou mais. Segundo Ion de Andrade, essa mudança aconteceu porque os idosos foram os primeiros a serem vacinados, aliado aos não idosos estarem mais expostos ao vírus (jovens e trabalhadores).

“Conseguimos ver esses benefícios claramente nos idosos, que representavam 65% dos internados ao longo de 2020 e hoje são ao menos da metade. Houve uma inversão em termos proporcionais em idosos internados e também no número de idosos em internações. Está caindo desde maio, de forma que comprova claramente que foi a vacinação que alterou isso”. Atualmente, os não idosos ocupam 62% das UTIs no RN.

Outro dado que chama a atenção é o da média móvel de óbitos confirmados por dia. Segundo a plataforma do LAIS/UFRN, que monitora em tempo real a situação da pandemia de Covid-19 no RN, no último dia 13 de julho o Estado registrou a menor média móvel de óbitos em nove meses, com média de 6,67. A última melhor taxa havia sido registrada em 30 de novembro, de 6,93.

De acordo com um estudo do professor Ion de Andrade, intitulado “A pandemia do RN em julho”, os idosos são os que apresentam melhores índices de queda da mortalidade. Acima de 60 anos, todas as faixas etárias apresentaram queda em relação às taxas de mortalidade em toda a pandemia. A maior redução é entre idosos de 70 a 74 anos, queda de 6,41% em julho em relação ao restante do período pandêmico. Entre 75 a 79 anos, a queda é de 5,87%. Entre 80 e 84 anos, diminuição de 3,63%.

“A mortalidade por faixa etária, quando olhamos os óbitos dos idosos no mês passado comparando com a pandemia como um todo, o percentual das faixas etárias, de 60 anos e mais foram as que mais foram poupadas neste último mês. Então são muitas vidas salvas entre os vacinados. E essa diminuição da mortalidade, observamos que começa a entrar nos grupos mais jovens. A faixa etária mais acometida era a de 40 a 60 anos. E começamos a observar uma queda importante. Todas as faixas etárias, que foram sendo vacinadas, começam a responder em relação a diminuição de casos e óbitos”, analisa Ion.

Ainda de acordo com o professor Ion de Andrade, a diminuição nos índices, casos e óbitos não pode ser visto pelas autoridades em saúde e pela população como um “controle da pandemia”.  Por isso, uso de máscara entre vacinados e evitar aglomerações seguem sendo medidas recomendadas.

“Estamos fazendo um estudo sobre sazonalidade e temos encontrado significância entre ela e o perfil da doença no RN. Portanto, se olharmos ano passado, por essa época, também estávamos diminuindo pessoas em fila, casos e óbitos. Não é a primeira vez que, em junho e julho, como é o caso agora, há a diminuição da covid no RN. Então devemos analisar com cuidado, porque não podemos confundir declínio sazonal com controle da pandemia, que só vai acontecer quando tivermos um contingente de vacinados ou imunizados a 75%. Porque os imunizados protegem os susceptíveis, e a pandemia quebra”, completa.

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