As montadoras de automóveis evitam divulgar dados de consumo. A explicação é que, em condições normais, os motoristas não coseguirão reproduzir os números obtidos em testes. Mas essa realidade deverá mudar em breve.
Parceria entre o Programa Nacional de Racionalização do Uso dos derivados do Petróleo e do Gás Natural, o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial) e a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), está trabalhando para levar o Programa Nacional de Etiquetagem para os automóveis. É o mesmo princípio adotado em eletrodomésticos como geladeiras, chuveiros elétricos e condicionadores de ar.
O objetivo é criar um selo com informações sobre o consumo, mas com dados da eficiência energética. A classificação vai de “A”, para os melhores, até “E”, para os menos eficientes. Os veículos mais eficientes também vão ganhar um selo de qualidade emitido pelo CONCEPT. Alexandre Novgorodcev, responsável pela implantação do programa, explica a diferença. “É claro que um automóvel 1.0 vai ser mais econômico do que um veículo maior, mas isso não quer dizer que seja mais eficiente. Um veículo mais pesado pode gastar menos por quilo”, afirma.
O maior trabalho está exatamente em como classificar os veículos de acordo com a eficiência. Os dados de consumo existem. Estão normatizados pela NBR 7024, que é utilizada pelo IBAMA (Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para estabelecer as emissões de poluentes. Novgorodcev pondera que, para criar uma tabela de eficiência, é preciso saber como classificar os veículos. Se pelo segmento, cilindrada, potência ou peso. No entanto, cada fabricante terá acesso apenas à classificação para os seus produtos, a fim de evitar uma “corrida” de marketing com os números.
Segundo informações que nos chegaram, as providências aconteceram de acordo com o planejado e uma apresentação do programa para o público foi realizada no Salão Internacional do Automóvel, promovido em outubro (19 a 28) pela empresa Alcântara Machado, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.
Segundo o cronograma, a etiquetagem começa a ser implementada no próximo ano, de forma voluntária e passará a ser obrigatória para “veículos automotores” produzidos a partir de 2009.
Autos & Motores entende que essa providência é muito importante, pois vai ajudar o consumidor a escolher melhor os produtos que necessita.
