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Verão da crise aérea começa com 30% de cancelamentos

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CRISE - Falta de planejamento e apagão aéreo prejudicou o turismo no RN, que aposta na vinda dos visitantes estrangeiros

“Cercada pelo rio Potengi e pelo mar, Natal é a estrela do turismo potiguar. Capital do Rio Grande do Norte, a Cidade do Sol brilha o ano inteiro”. A propaganda do site especializado em turismo chama a atenção dos que estão à procura de um destino para as férias. A promessa é de diversão e tranqüilidade. Essa é a Natal apresentada aos turistas, que faz parte da rota do turismo nacional e internacional. A expectativa para esse verão, não está das melhores, mas apesar do desânimo da rede hoteleira, os estrangeiros devem garantir que os hotéis potiguares, não deixem a “peteca cair”.

O “apagão” aéreo é o principal responsável pelo desânimo dos hoteleiros. Depois do início da crise dos controladores de vôo, 30% dos pacotes foram cancelados. Os natalenses apostam agora no turista regional, aquele que mora a até 600 quilômetros de distância do Rio Grande do Norte e pode visitar o Estado de carro ou de ônibus. Os estrangeiros continuam marcando presença nas terras potiguares. Os cinco vôos charters por semana, vindos da Itália, Portugal, Espanha, Inglaterra e Escandinávia, melhoram as expectativas. Ainda existem outros quatro vôos da companhia aérea portuguesa TAP.

Mas só os estrangeiros não são suficientes para manter bons os números do turismo no Estado. O RN oferece cerca de 40 mil vagas em hotéis, 25 mil delas só em Natal. São 106 hotéis associados à ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. Cerca de 78% dessas hospedagens se concentram na capital. Quem fornece esses dados é Enrico Fermi, presidente da ABIH no Rio Grande do Norte.

De acordo com ele, os turistas brasileiros, permanecem em Natal durante uma média de sete dias, deixando na cidade R$ 100 por dia. Já os estrangeiros ficam até 15 dias e gastam cerca de US$ 100 por dia. Dos valores arrecadados pelo turismo, 14,6% são gastos com hospedagem e 36% no comércio. Os outros 49% são gastos em segmentos do turismo, como os passeios de buggy e barco. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Turismo (Sectur), em 2005 os turistas deixaram no Rio Grande do Norte uma receita de US$ 562.430.632.

Natal é uma cidade que atrai visitantes pelas suas belezas naturais. Pelo menos é o que costumam dizer os turistas quando vêm à cidade. “O que os turistas mais gostam são as belezas naturais, em segundo lugar vem a hospitalidade do povo”, diz Enrico Fermi. A rede hoteleira também tem sido elogiada, de acordo com o presidente da ABIH. A cidade conta com quatro hotéis de luxo (com cinco estrelas), mas a maior parte – 60% – são hospedagens de três estrelas, que oferecem conforto com preços mais acessíveis.

Mas nem tudo é sol e praia na cidade. Natal também recebe críticas dos visitantes. A maior reclamação é a pouca variedade de bares, boates e casas de show durante a noite. “Os turistas querem que as atividades noturnas terminem mais tarde”, conta Enrico Fermi. De acordo com ele, a cidade precisa investir nessa parte. “Também faltam casas de show que apresentem a cultura local”, diz, lembrando da existência de algumas, que finalizam os shows por volta da meia noite. “Os turistas querem mais”.

O secretário estadual de Turismo, Renato Garcia, conta que a Sectur tem investido na divulgação do turismo de interiorização, que foge do esquema sol e praia. O Estado agora tem roteiros disponíveis para a região do Seridó e nas Serras  – pólo Seridó e Serrano. O pólo Costa Branca também faz parte do projeto de divulgação das cidades do interior. De acordo com o secretário, a Sectur em parceria com o Sebrae/RN, realizaram treinamentos gerais no ramo da hotelaria para os municípios do interior.

Movimento começa depois do Natal

A expectativa é que o turismo comece a esquentar a partir do dia 27. A movimentação deve durar um mês. De acordo com o presidente da ABIH, Enrico Fermi, a quantidade de turistas que vêm a Natal ainda é pequena, perto da estrutura que a cidade oferece. “2006 foi o pior ano para o setor, alguns hotéis estão pagando para se manter abertos”, afirma Enrico Fermi. Ele atribui os baixos números a fatores como copa do mundo, eleições e crise aérea.

 A gerente administrativa da balsa do rio Potengi, Letícia Valentin concorda que o turismo em Natal, já teve uma época melhor. Ela conta que durante a alta estação, a balsa chega a fazer a travessia de mil veículos por dia. “Agora se estamos atravessando 200 buggys por dia é muito”, diz. Ela compara o movimento desse ano, com o mesmo período em 2005 e diz que a expectativa não é das melhores. “Ano passado nessa época já tínhamos movimento”, afirma.

O secretário estadual do Turismo, Renato Garcia, também confirma que a alta estação potiguar poderia ser melhor. “A crise dos controladores de vôo gera um impacto negativo, mas nossa alta estação continua acontecendo”. Para ele, o turista regional deve “segurar as pontas” do setor. Ele explica que com a crise aérea, os turistas do Sul e Sudeste deixam de vir ao Rio Grande do Norte, mas os nordestinos também deixam de viajar para outras regiões do país. “Acabam viajando para cidades próximas”.

Renato Garcia conta que a Sectur tem investido na divulgação do turismo de interiorização. O Estado agora tem roteiros disponíveis na região do Seridó e nas Serras  – pólo Seridó e Serrano. O pólo Costa Branca também faz parte do projeto de divulgação das cidades do interior.

Cores e ousadia são as tendências para o verão

Cores cítricas, estilo marinheiro e muito branco. Essas são as tendências para o verão 2007, de acordo com o consultor de moda George Azevedo. Esse ano, a moda traz um toque de ousadia no volume das roupas, tecidos soltinhos e confortáveis. Os macacões e macaquinhos também estão de volta. Para os pés, apesar de chamativas as rasteirinhas perdem espaço para os saltos plataformas. Já os cabelos, para o verão devem estar ao natural, sejam curtos ou compridos.

Geroge Azevedo alerta para a tendência de roupas com estampas de bichos. “Os estilistas se inspiraram muito na África, tem desenhos de zebra, onça, cobra”, diz. Ele também lembra que apesar da tendência inspirada nos anos 1980, com cores cítricas, o estilo marinheiro está em alta. “A união das cores vermelho, branco e marinho estão em alta”.

Acompanhando as roupas, sapatos, bolsas e acessórios, seguem os mesmos tons.
Diferentemente do verão passado, que foi inspirado em produtos artesanais, a moda esse ano deve seguir uma linha mais chique. “Esse é um verão mais glamouroso”, diz o consultor. Por isso, os tons metálicos também não devem sair das vitrines. Segundo George Azevedo, roupas práticas e confortáveis são boas pedidas. Os vestidos, shorts e bermudas serão as peças mais usadas. 

“Os homens estão procurando se vestir melhor, estão mais ousados”, conta George. Segundo ele, as camisas masculinas trazem mais detalhes e cores agora. Mas ele lembra, que o mais importante é estar informado e montar um estilo próprio. “Elegante é você se sentir bem com o que está usando”, afirma.

Turistas querem sol praia e descanso

Sol, praia e descanso. Esses são os atrativos mais procurados pelos turistas que vêm ao Rio Grande do Norte. A maior parte visita Natal em busca das belas praias e da tranqüilidade de uma cidade, distante da realidade das grandes metrópoles. Isso era exatamente o que o paranaense de 36 anos, Alexandre Teixeira de Freitas, queria quando escutou um parente falar da “cidade do sol”. Decidido a aproveitar as belas praias e comer peixe barato, ele embarcou com a esposa para Natal. “Lá, em Curitiba peixe é muito caro, quero aproveitar para comer aqui”, conta. Dos seis dias de visita ao Estado, três serão destinados à praia da Pipa. “Minha irmã disse que lá é lindo”.

Quem também aposta em Natal para descansar é o presidente do clube de futebol Gama, Carlos Macedo, 50 anos. Ele, que mora em Brasília, conta que visita Natal pela décima vez. “Tudo na cidade é bom. O melhor é que aqui ninguém me conhece e não me param na rua para saber do time”, brinca.

A “cidade do sol” virou também ponto de encontro para a família da paulista Andréa Cavalcanti. A secretária de 38 anos, veio de Baurú com os pais, encontrar os irmãos que moram em Portugal. “Nos encontramos em Natal, estou amando tudo”, diz lembrando que veio à cidade para passar sete dias.

Os estrangeiros também marcam presença na cidade. O norueguês Ola Anders, 46 anos deixou o trabalho de consultor de empresas na Europa, para passar 28 dias de férias em Natal e Fortaleza. “Escolhi essas cidades por causa do clima, sol, praias e também porque não sai caro para mim”, afirma. Já o suíço Davide Galli, 33 anos, preferiu conhecer todo o nordeste brasileiro. Ele viajava pela América Central, quando decidiu encontrar com a amiga brasileira. Acompanhado pela paulistana Elaine Futata, 27 anos, o suíço conta que está adorando as praias e as pessoas daqui. Ela (a paulistana) vem a Natal pela terceira vez. “Da próxima vez já vou virar potiguar”, falou enquanto corria para pegar o buggy, a tempo de pegar a balsa do rio Potengi.

Obra da ponte divide as opiniões

De acordo com o presidente da ABIH, Enrico Fermi, o fato da ponte que liga o Forte dos Reis Magos à Redinha não estar pronta, não atrapalha no fluxo de turistas que visitam as praias do litoral norte. “A ponte ajudaria, mas não prejudica por não estar pronta, temos a balsa”, diz. De acordo com ele, o litoral norte tem sido mais procurado que as praias do litoral sul.

A gerente administrativa da balsa do rio Potengi, Letícia Valentin explica que por enquanto, nada será modificado no esquema da travessia. “Vamos aguardar a inauguração da ponte para ver como será”, afirma.

Os comerciantes da praia mais visitada do litoral Norte – Jenipabu – dividem opiniões quando o assunto são os benefícios proporcionados pela inauguração da ponte Forte-Redinha. Ana Paula Nunes Alves é dona de uma loja de roupas no centro comercial da praia. Para ela, a ponte vai facilitar a locomoção dos turistas até a praia, mas os maiores beneficiados, serão para os moradores da praia. “Facilita para a gente chegar em Natal”, diz.

O bugueiro Wellington Guilherme trabalha em Jenipabu desde 1992 e nunca tinha visto um ano tão fraco no turismo local. Ele está animado com a nova ponte. “Acho que com essa ponte Jenipabu vai virar a Pipa do litoral Norte”, comenta. O promotor de vendas, Sandro Nascimento de Souza, também tem boas expectativas para a inauguração da ponte. “Com certeza vai melhorar o movimento aqui”. Ele conta que esse ano, turismo anda fraco. “Estou vendendo 50% menos passeios”, diz. Segundo ele, em bons tempos, são vendidos cerca de 20 passeios por dia, por R$140. No período de baixa, ele vende no máximo seis pacotes, por um valor negociado, que chega a 30% menos.

Nem todos acreditam no potencial turístico da ponte. O empresário Alessandro Rossi diz que o problema não está no acesso à praia de Jenipabu e sim na estrutura. “Falta iluminação, latas de lixo, eventos a noite”, reclama. De acordo com ele, não adianta ter a ponte sem que haja melhorias na infra-estrutura da praia. “Essa ponte é o sonho que todo mundo quer acreditar”, afirma.

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