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Via Costeira tem potencial inexplorado

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Construída em 1985 para interligar duas pontas de Natal, a Via Costeira em 2019 é a residência turística da capital. A área concentra os maiores hotéis da cidade, com mais de 5 mil leitos hoteleiros disponíveis e uma taxa de ocupação de 83% nos primeiros 15 dias deste ano. Mesmo consolidada entre os turistas, gestores ligados ao turismo consideram que existe um potencial não aproveitado na área tanto na expansão hoteleira quanto em lazer. Na faixa de areia da Via Costeira, há cerca de 345 mil metros quadrados de território não utilizados.

Pirâmide Hotel fechou em 2015 para ampliação e não reabriu. Na área, se vê estruturas da construção
Pirâmide Hotel fechou em 2015 para ampliação e não reabriu. Na área, se vê estruturas da construção

#SAIBAMAIS#Apesar da quantidade de leitos hoteleiros, dois empreendimentos ocupam a faixa litorânea da Via Costeira, mas não funcionam. É o caso do Hotel BRA, que teve a construção embargada em 2005 por possuir um andar acima do permitido, e o Pirâmide Hotel, fechado em 2015 para reforma de ampliação e até hoje inoperante. Estima-se que com os dois hotéis os leitos chegariam a mais de sete mil.

Outro empreendimento paralisado na via é o projeto do Parque Urbano, na área conhecida como “pinheiros”, que abrigou durante anos o Camping Club Vale das Cascatas. Planejado em 2017, o Parque teve obras iniciadas em 2018, mas pouco tempo depois o Ministério Público Federal recomendou a paralisação  por considerar que o projeto continha “diversas inadequações”.  O MPF citou que a construção é em área ecologicamente não edificante, não possui Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e não teve discussão pública para o licenciamento.

Nos casos do Hotel BRA e do Parque Urbano, a legislação da Via Costeira é o entrave para a continuação das obras. Para o empresário e ex-gestor estadual de Turismo, Ruy Gaspar, uma maior flexibilização dessa legislação permitiria um maior desenvolvimento na Via Costeira. “Precisa desburocratizar a área para construir mais hotéis”, disse, se referindo a lei que impede a verticalização dos hotéis da área.

Dono de um dos primeiros empreendimentos construídos na Via Costeira, Ruy Gaspar conta que a atual legislação impede a ampliação do seu hotel. “Já pretendi, mas não tenho espaço para ampliar”, acrescentou.

A atual secretaria de turismo do Estado, Ana Maria Costa, defende que a rede hoteleira da área já é forte. O principal potencial a ser desenvolvido seria o de lazer. “O crescimento deste espaço precisa ocorrer para diversificar o entretenimento do turista, e também do natalense, e tornar essa região ainda mais atrativa”, afirmou, ressalvando que a legislação existente precisa ser respeitada. “É importante pontuar que para a construção de qualquer tipo de equipamento é preciso avaliar a situação junto aos órgãos que regulamentam e fiscalizam as liberações”.

Um dos pontos citados pela atual secretaria nunca foi consolidado na Via Costeira: ser espaço para o natalense. Somente uma linha de ônibus passa na área e pouco há o que se fazer voltado ao lazer – a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal defende justifica que há baixa demanda. O Vale das Cascatas, que recebida as famílias nos fins de semana, foi desativado. Já os mirantes e os 13 acessos previstos no primeiro projeto da via, em 1978, nunca saíram do papel, com exceção de dois acessos. As únicas opções são os shows que ocorrem na área, realizados pela iniciativa privada.

Em 2016, o projeto Via Costeira Viva foi criado com a intenção de dar opção lazer público à cidade.  Funcionou com o modelo semelhante ao projeto de interdição da Avenida Paulista, em São Paulo: uma das faixas da Costeira era interditada aos domingos para o uso público. O projeto funcionou até o fim do ano passado, mas perdeu a popularidade que tinha no início.

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